O Golden State Warriors está com dificuldades de dizer adeus. Também, pudera. Com o núcleo Stephen Curry, Draymond Green e Klay Thompson, a franquia californiana conquistou, desde 2015, quatro títulos e chegou a seis Finais, basicamente se transformando em uma das franquias mais poderosas e influentes da NBA na última década.
O tempo, porém, chega para todos. Klay, Curry e Draymond estão com os seus 30 e tantos anos e, após a eliminação na segunda rodada dos playoffs – a primeira vez que os Warriors perderam uma série antes das Finais sob o comando de Steve Kerr –, há motivos reais para pensar que o trio estrelado esteja em suas últimas.
Não para Joe Lacob e Peter Gruber. As últimas ações dos donos dos Warriors indicam que eles não estão prontos para abrir mão de seus veteranos e começar uma inevitável reconstrução, apostando suas fichas que Curry e Cia. têm mais gasolina no tanque para competir por outro título.
A saída do gerente-geral Bob Myers foi o primeiro indício de que Golden State optou pela manutenção de seus veteranos. Impressão reforçada depois pela troca de Jordan Poole, 24 anos (que tinha cumprido apenas um ano de seu novo contrato) por Chris Paul, 38, e confirmada com a renovação de contrato de Draymond Green por mais quatro anos no valor de US$ 100 milhões.
Esse caminho se mostrará o ‘correto’ e os Warriors conseguirão ter um time competitivo? Ou Lacob e Mike Dunleavy Jr. (o novo gerente-geral) apenas adiaram o inevitável?
Curry e os motivos para otimismo
O principal motivo para Golden State e seus torcedores ficarem otimistas com os rumos da franquia ainda é Stephen Curry. Aos 35 anos, o ‘brinquedinho assassino’ ainda não mostrou sinais de decadência, ainda atuando em alto nível e tendo atuações decisivas contra Sacramento Kings e Los Angeles Lakers nos últimos playoffs.
Além disso, apesar de não ser tão eficaz durante uma temporada regular completa, Draymond Green, aos 33 anos, também comprovou que nos playoffs ainda consegue fazer a diferença defensivamente, com seus passes e como motivador do time.
Soma-se a isso a chegada de um Chris Paul motivado, sabendo que está nas suas últimas chances de vencer um título, o reforço de Dario Saric e os desenvolvimentos de Moses Moody e Jonathan Kuminga, indo para as suas terceiras temporadas, e os Warriors tem um elenco digno de competitividade no Oeste sim.
Gary Payton II, Steph Curry and Chris Paul of the Golden State Warriors (via Ryan Stetz) pic.twitter.com/436Beu7SOB
— ♑KD314♑ (@kendell_m) July 16, 2023
Golden State perde muito com a saída de Jordan Poole, mas após o incidente com Draymond Green, a transação era necessária para o clima da equipe, algo que tanto Steve Kerr e Curry conheceram como um elemento que esteve ausente no vestiário durante a última temporada.
O que pode dar errado para os Warriors?
Um dos clichês mais famosos dos esportes é que o ‘tempo está invicto’. Ou seja, embora Curry ainda não tenha dado sinais de desaceleração, isso não significa que não possa começar a acontecer a partir da próxima temporada, o mesmo vale para Draymond Green. As ações do tempo, no entanto, parecem já estar agindo sobre Klay Thompson.
Desde que rompeu o ligamento do joelho nas Finais de 2019 contra o Toronto Raptors, Klay não tem sido mais o mesmo jogador, sem o mesmo ritmo defensivo e passando por más sequências em seu confiável arremesso. Além disso, o Splash Brother entrará em seu último ano de contrato, onde receberá mais de US$ 43 milhões. Sua renovação, caso Thompson peça o contrato máximo, aos 33 anos, pode se tornar um problema para o ‘clima’ dos Warriors, algo que a equipe tanto quer preservar.
Ter se livrado de Poole, aliás, pode não ser uma garantia de que as ‘vibes’ ao redor do time irão melhorar. Isso porque Draymond Green já declaro que não se dá bem com Chris Paul e que precisará conversar com o armador para ficar na ‘mesma página’.
