Quase seis anos depois de disputarem uma vaga na final da NBA, Boston Celtics e Cleveland Cavaliers voltam a se enfrentar na noite desta terça-feira por um jogo válido pelos Playoffs da NBA. O palco será o mesmo TD Garden que em 2018 viu LeBron James comandar os Cavs à vitória por 87 a 79 para ficar com o lugar na decisão pelo título, mas o cenário do confronto é bem diferente.
Em 2018, os Celtics tinham um dos times mais jovens da liga e buscavam se estabelecer entre os candidatos ao troféu. Dos seis nomes que entraram em quadra, quatro tinham 23 anos ou menos. Jayson Tatum, por exemplo, estava em seu primeiro ano como profissional, e Jaylen Brown apenas no segundo. Os armadores Terry Rozier e Marcus Smart faziam suas terceiras temporadas. Do outro lado, Cleveland tinha cinco jogadores acima dos 30 anos e havia vencido o Leste três vezes consecutivas.
O tempo passou, Boston amadureceu e agora carrega consigo todo o favoritismo da série. Neste período, foram mais três idas às finais da Conferência (2020, 2021 e 2023), além de um vice-campeonato da NBA (2024). Sem LeBron, os Cavaliers precisaram se reconstruir e no domingo bateram o Orlando Magic para conseguir a primeira classificação sem ajuda do camisa 23 desde os Playoffs de 1993.
Cavaliers podem eliminar os Celtics dos Playoffs?
Ainda que tenha sofrido para eliminar o inexperiente time de Orlando na primeira rodada, os Cavs não parecem intimidados antes de enfrentar a equipe que mais venceu jogos nesta temporada. Depois da vitória sobre o Magic, o ala-armador Donovan Mitchell reafirmou a confiança no seu grupo. Para ele, objetivo é a taça.
“Você pode dizer o que quiser, mas nós sabemos quem somos: um dos candidatos ao título. Tenho certeza que vocês pensam que Boston vai nos bater e tudo o que podemos fazer é ficar calmos e de cabeça baixa, mas não.”
A confiança nas palavras de Mitchell é importante, mas a verdade é que no momento ainda fica difícil imaginar este Cavaliers levando a melhor em possíveis sete duelos. Mas o caminho para isso parece passar muito pela defesa, já que o Offensive Rating do elenco treinado por J.B. Bickestaff foi o pior entre todos os classificados à segunda rodada, com média de 100.0 pontos a cada 100 posses – os Celtics conseguiram 117.7.
A defesa é ancorada em dois nomes: Jarrett Allen e Evan Mobley. O primeiro foi desfalque nas últimas três partidas diante do Magic com um problema nas costelas e ainda é dúvida para esta noite. Em quatro jogos, Allen teve médias de 17.0 pontos e 13.8 rebotes – terceiro neste ranking, atrás apenas de Anthony Davis (15.6) e Nikola Jokic (15.0).
Já Mobley, 22 anos, tem atuado em um nível que o coloca como um dos melhores defensores dos Playoffs. O ala-pivô foi quem mais contestou arremessos até aqui, com 102. O segundo colocado nesta lista é Isaiah Hartenstein, do New York Knicks, com 74. Ele também foi quem mais teve tocos, com 21 (média de 3.0 por jogo). Somente Chet Holmgren (Oklahoma City Thunder, 2.8 de média) tiveram números acima de dois bloqueios por compromisso.
Celtics terá desfalque importante
Os motivos que tornam os Celtics favoritos são claros: foi quem mais ganhou na NBA em 2023-24, com 64 vitórias, teve o melhor Offensive Rating (122.2), o segundo melhor Defensive Rating (110.6), além de todo o histórico de experiência do elenco. Também foi um dos times que melhor se reforçou, com as chegadas do armador Jrue Holiday, campeão com o Milawukee Bucks em 2021, e do gigante Kristaps Porzingis, All-Star em 2018.
Pois a situação de Porzingis é hoje um dos principais pontos de preocupação do treinador Joe Mazzulla. O pivô sentiu uma lesão na panturrilha durante a série contra o Miami Heat e ainda não teve uma previsão de retorno definida, mas já sabe-se que não poderá entrar em quadra nesta terça-feira. Sem ele, são poucas as opções de Mazzulla para preencher o garrafão. O titular deve ser novamente Al Horford, veterano de 37 anos e um dos remanescentes daquele elenco de 2018. Luke Kornet teve médias de 9.0 minutos em três partidas contra Miami e deve novamente ficar no banco.
Porzingis é o jogador no elenco que mais contestou arremessos na primeira rodada, com média de 11.3. Foi ainda o líder em bloqueios (1.5) e segundo em roubos (1.3), além de ter ficado também em segundo em “deflections”, que mede lances em que o defensor consegue desviar a bola, mas sem completar o roubo da posse.
