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‘Papai Lebrão’: Romulo Mendonça explica inspiração para apelidos na NBA

Paola Zanon | 08/04/2023 - 06:00
‘Papai Lebrão’: Romulo Mendonça explica inspiração para apelidos na NBA
Romulo Mendonça, narrador do Prime Video. Foto: Reprodução/Instagram

Romulo Mendonça é a principal voz da NBA no Brasil, prova disso é que qualquer brasileiro que é fã da liga já ouviu apelidos como “Papai Lebrão” e “Brinquedinho Assassino” para se referir a LeBron James e Stephen Curry –as alcunhas foram criadas pelo narrador do Prime Video.

Em uma conversa com o Quinto Quarto, Romulo revelou de onde vem a criatividade para formar os apelidos tão inusitados que caíram no gosto popular.

— Muitas vezes eu busco características dos jogadores. Por exemplo, o Curry, que é o Brinquedinho Assassino, até nos Estados Unidos brincam muito com a cara dele, uma ‘baby face’. E às vezes eu adapto para ‘Jararaca’, porque é o estilo de jogo dele. Às vezes ele está meio apagado, e de repente, tem uma explosão de pontuação. É igual uma cobra esperando para dar o bote–, explicou ele.

O apelido caiu como uma luva e ficou tão popular que até emissoras concorrentes passaram a usar. O SporTV, por exemplo, divulgava os jogos do “Brinquedinho Assassino” na época em que Romulo Mendonça ainda estava na ESPN, principal concorrente do canal esportivo da Globo.

— Eu vou buscando características de jogo, de personalidade. Colocar um apelido é dar uma definição que resume um pouco o que mais chama a atenção no jogador –, explica.

“Tesouro Malvadão” é um dos apelidos dado por Romulo que ganhou bastante força nos últimos anos; o dono do termo também atende como Luka Doncic. “Aquilo ali é um tesouro, você olha para a carinha dele, é um tesouro. E também tem aquela coisa de preservá-lo para que ele seja o futuro da liga. Já é o presente, mas é muito jovem, então também é o futuro da liga”, justificou.

Outros muitos apelidos também pegaram bastante e arrancaram risadas do público — é o caso da “Sirigaita Barbuda”, ou seja, James Harden, e do “Bibi Perigoso”, também conhecido como Joel Embiid.

— Muitas vezes eu também brinco, tipo a ‘Sirigaita Barbuda’, sirigaita já era uma palavra que eu usava muito, é uma mera brincadeira. Às vezes eu brinco com o nome, tem o Embiid, eu falo que é o ‘Bibi Perigoso’. Eu acho que tem várias motivações. Mas no geral, o que eu mais busco mesmo, o mais importante, é destacar o personagem –, afirmou o narrador.

Para Romulo, os apelidos chamam a atenção do público, aumentam a audiência e ajudam a enaltecer os atletas. Mas o segredo de todo esse sucesso é a espontaneidade. “O efeito que vale é o efeito espontâneo. As pessoas falam, sem me citar, o apelido que eu criei. Isso, para mim, é a maior recompensa. Não é nada forçado, é uma coisa que, naturalmente, vai crescendo”, comemorou ele.

Papai Lebrão

Mesmo que todos os apelidos dados por Romulo façam sucesso, o maior de todos é o famoso “Papai Lebrão”, usado não só por outros narradores, de emissoras concorrentes, mas também nas redes sociais. Até mesmo quem não acompanha a NBA sabe do que se trata.

Mendonça explicou que o apelido foi dado porque ele começou a narrar basquete quando LeBron já era campeão e líder em quadra. “Ele está na liga desde 2003, e eu comecei a narrar só em 2015. Então eu não peguei os 12 primeiros anos do LeBron na liga”, relembrou ele, ao contar que o apelido mais famoso poderia nem existir.

— Se eu tivesse começado a narrar em 2005, 2006, fatalmente eu não o chamaria de ‘Papai’, porque ele era um jovem buscando o primeiro campeonato. Coincidiu que o momento que eu comecei a narrar, foi também um momento que ele começou a se tornar uma referência de liderança. O ‘Lebrão’ é uma coisa mais brasileira, e o ‘Papai’ combinava com esse momento da carreira dele –, contou.

Este ano, Romulo Mendonça ainda teve o prazer de narrar o momento em que James se tornou o jogador com mais pontos na história da NBA, e o apelido “Papai Lebrão” chegou a ficar entre os assuntos mais comentados nas redes sociais.

Bordões de Romulo Mendonça

Além dos apelidos, os bordões de Romulo também fazem muito sucesso entre o público. Alguns, como o “aqui não, queridinha” e o “com licença para matar”, são os mais conhecidos. Mas os espontâneos também caem na boca do povo de forma instantânea, principalmente pela entonação usada por ele.

Os ‘xingamentos’, como “facínora”, “lambisgoia”, e “jararaca”, que na verdade são elogios, deixam os novos fãs intrigados no começo, mas também acabam conquistando popularidade.

A popularidade dos bordões fez com que o público pedisse para ver os próprios jogadores da NBA pronunciarem seus respectivos apelidos –e Romulo transformou o pedido em realidade quando fez a cobertura do All-Star Game deste ano in loco.

Assista abaixo o resultado:

Escrito por Paola Zanon
Paola Zanon é jornalista formada pela Cásper Líbero, repórter e redatora com passagens pelo Notícias da TV, R7 e UOL Esporte. A carreira no jornalismo esportivo começou com a cobertura dos Jogos Pan-Americanos de 2019 pelo R7 até chegar ao Quinto Quarto em fevereiro de 2023. São-paulina de coração e apaixonada por basquete, futebol e viagens.