A temporada 2022/2023 nem bem acabou e os fãs já estão de olho no NBA Draft. Os brasileiros demoraram a aparecer na liga, mas já cumpriram papéis importantes no principal basquete do mundo. Ao todo, 16 atletas do país chegaram a pelo menos inscrever os seus nomes da noite de seleção de calouros.

Para este NBA Draft, o Brasil terá um representante entre os 240 competidores que brigam por 58 vagas nos times da liga. O ala-pivô Márcio Santos, do Sesi Franca, é uma das principais promessas do basquete brasileiro e já é bicampeão do NBB com apenas 20 anos.

Dentro os nomes mais badalados, no entanto, está o do francês Victor Wembanyama, que é o talento mais aguardado desde a chegada de LeBron James. Além disso, nomes promissores como Scoot Henderson e Brandon Miller, que devem sair no top 3, devem promover impacto imediato em quadra.

Confira os brasileiros que já participaram do NBA Draft

Gui Santos – Golden State Warriors (2022)

Último representante brasileiro no NBA Draft, Gui Santos chegou à NBA ao ser selecionado na 55ª escolha pelo Golden State Warriors, então atual campeão da liga. O jovem ala-armador de 20 anos foi escolhido pela franquia da Califórnia após impressionar nos treinos de pré-temporada e somar um bom currículo em sua passagem pela seleção brasileira e na NBB. Desde então, ele vem atuando na G-League, liga de desenvolvimento, e somando boas médias – mas não tem perspectiva no futuro próximo de fazer sua estreia.

Didi Louzada – Atlanta Hawks (2019)

Depois de cinco anos sem nenhum brasileiro ser escolhido no Draft, Didi Louzada encerrou o jejum ao ser escolhido pelo Atlanta Hawks na 35ª posição, mas foi trocado imediatamente para atuar pelo New Orleans Pelicans. Ele foi emprestado para atuar no Sydney Kings por duas temporadas, mas foi convocado para retornar à franquia após um bom desenvolvimento. Depois de cinco jogos na NBA, ele acaba sendo envolvido em uma troca para atuar no Portland Trail Blazers, mas depois de sete partidas, acaba sendo dispensado. Em outubro de 2022, ele acabou sendo contratado pelo Cleveland Cavaliers para atuar no plantel de pré-temporada, sendo movido para atuar na G-League posteriormente.

Bruno Caboclo – Toronto Raptors (2014)

Escolhido na 20ª escolha do primeiro round, o pivô Bruno Caboclo chegou à NBA para defender as cores do Toronto Raptors, mas não conseguiu ter um grande impacto em quadra. Ao longo de sete anos na liga, o brasileiro passou quatro temporadas nos Raptors, uma no Sacramento Kings, duas no Memphis Grizzlies e duas no Houston Rockets até ser dispensado em 2021. Ele chegou a assinar com o Boston Celtics em agosto de 2022, mas acabou sendo dispensado, sem entrar em quadra, um mês depois. Ao todo, Bruno somou 107 jogos com uma média de 12.7 minutos por jogo, com 4.2 pontos por jogo.

Raul Neto – Atlanta Hawks (2013)

Um dos brasileiros mais bem sucedidos e estabilizados na história da NBA, o armador Raul Neto construiu uma carreira de respeito desde que foi selecionado pelo Atlanta Hawks com a 47ª escolha no Draft de 2013, mas acabou imediatamente trocado para atuar no Utah Jazz. No entanto, atuou na Europa em suas duas primeiras temporadas até, de fato, assinar com o Jazz em 2015. Desde então, passou quatro temporadas nos Jazz, uma temporada no Philadelphia 76ers, duas no Washington Wizards e, na atual temporada, com o Cleveland Cavaliers. Com 31 anos, o atleta somou mais de 400 jogos na carreira pela NBA e deve continuar na liga na próxima temporada como peça de composição de elenco.

Lucas ‘Bebê' Nogueira – Boston Celtics (2013)

Escolhido na 16ª posição do Draft na classe de 2013, Lucas Nogueira chegou com grandes expectativas à NBA mas não conseguiu ter uma carreira sólida na maior liga de basquete no mundo. Ele atuou em quatro temporadas pelo Toronto Raptors entre 2014-15 a 2017-18, somando 141 jogos e alguns problemas extracampo. Ao fim de seu contrato, o atleta não teve seu contrato renovado e encerrou seu ciclo na liga.

Fab Melo – Boston Celtics (2012)

O pivô Fab Melo construiu uma carreira sólida pela universidade de Syracuse e foi eleito jogador defensivo do ano na conferência da NCAA em apenas dois anos pela liga universitária. Na classe de 2012, ele foi escolhido pelo Boston Celtics com a 22ª escolha e atuou apenas em seis jogos, passando a maioria da temporada na G-League. Ele ainda somou passagens por Memphis Grizzlies e Dallas Mavericks, mas não entrou em quadra em nenhuma das oportunidades. Em 2017, com apenas 26 anos, Melo acabou falecendo enquanto dormia em decorrência de um ataque cardíaco.

Paulão Prestes – Minnesota Timberwolves (2010)

Aos 24 anos, o pivô Paulão Prestes foi escolhido pelo Minnesota Timberwolves com a 45ª escolha no segundo round do Draft na classe de 2010. No entanto, o brasileiro jamais entrou em quadra na NBA e acabou atuando pelo basquete espanhol antes de retornar ao Brasil.

Tiago Splitter – San Antonio Spurs (2007)

Um dos melhores jogadores brasileiros a atuar na história da NBA, Tiago Splitter foi o primeiro representante do país a ser campeão na maior liga de basquete do mundo. Escolhido no Draft de 2007 na 28° posição, o pivô brasileiro passou mais três anos atuando na Europa até assinar seu primeiro contrato com os Spurs em 2010. Depois de cinco temporadas em San Antonio, sendo campeão na temporada de 2013-14, ele ainda atuou pelo Atlanta Hawks e Philadelphia 76ers antes de se aposentar, em 2018.

Marquinhos – New Orleans Hornets (2006)

Um dos maiores ala-armadores na história do basquete brasileiro e detentor de diversos recordes na NBB, Marquinhos teve uma breve passagem na NBA em 2006 ao ser selecionado pelo New Orleans Hornets com a 43° escolha. Ele chegou a atuar por 26 jogos na franquia e passou grande parte da temporada atuando na G-League. Em 2008, foi trocado para o Memphis Grizzlies, mas acabou sendo dispensado dois dias depois.

Anderson Varejão – Orlando Magic (2004)

O pivô Anderson Varejão construiu uma carreira de respeito na liga e se tornou um dos três únicos representantes do país a ser campeões na NBA. Trocado para o Cleveland Cavaliers dias após o Draft, ele passou 12 temporadas atuando pela franquia e construiu uma relação muito carinhosa com a torcida da equipe, somando uma indicação ao All-Defensive Second Team na temporada de 2010. Na temporada seguinte, ele acertou com o Golden State Warriors e participou da campanha que resultou no título, mesmo sendo dispensado antes do fim do ano.

Rafael ‘Baby' Araújo – Toronto Raptors (2004)

O pivô Rafael Araújo chegou à NBA depois de uma carreira sólida na liga universitária americana ao ser escolhido pelo Toronto Raptors com a oitava escolha, ficando à frente de nomes relevantes como Andre Igoudala, J.R. Smith e Trevor Ariza. Depois de duas temporadas atuando pela franquia canadense com rumores de má relacionamento com o treinador, ele acabou sendo trocado para atuar no Utah Jazz. No entanto, não teve seu contrato renovado ao fim da temporada e nunca mais atuou na NBA.

Leandro Barbosa – San Antonio Spurs (2003)

Um dos principais nomes brasileiros na história da NBA, Leandrinho Barbosa chegou à liga através do Draft de 2003, sendo selecionado pelo San Antonio Spurs com a 28° escolha, mas foi trocado para o Phoenix Suns onde se tornou ídolo. Em sete temporadas pela franquia, o brasileiro teve seu auge na temporada de 2016/17, somando uma média de 18.1 pontos e ganhando o prêmio de sexto homem do ano. Ele ainda teve passagens discretas por Toronto Raptors, Indiana Pacers, Boston Celtics e Washington Wizards até retornar ao basquete brasileiro em 2013. Com bons jogos pelo Pinheiros, acabou retornando à liga americana ao assinar com curto contrato com o Phoenix Suns. Em 2015, ele acabou assinando com o Golden State Warriors, tendo uma média de 15 pontos na campanha do título. Ele ainda atuou em mais uma temporada antes de acertar sua terceira e última passagem pelo Suns, encerrando sua vitoriosa carreira na NBA em 2017.

Nenê Hilário – New York Knicks (2002)

Primeiro brasileiro a ser escolhido na história do primeiro round do Draft, Nenê chegou na NBA ao ser selecionado com a sétima escolha pelo New York Knicks, que o trocou para o Denver Nuggets. Por lá, o pivô passou dez anos e foi titular na maioria deles, atuando ao lado de nomes como Carmelo Anthony e Allen Iverson. Em 2011, ele acabou sendo negociado com o Washington Wizards no meio da temporada, passando quatro anos na franquia da capital americana como parte importante da rotação. Em 2016, acabou assinando com o Houston Rockets, atuando na franquia por três temporadas até se aposentar do basquete profissional.

Rolando Ferreira – Portland Trail Blazers (1988)

Primeiro brasileiro a atuar na história da NBA, Rolando Ferreira atuou apenas 12 jogos na liga americana e iniciou a trajetória brasileira na história do basquete americano. Depois de atuar na universidade de Houston, ele acabou sendo selecionado pelo Portland Trail Blazers com a 26ª escolha do Draft. Sua carreira durou apenas uma temporada e ele não teve seu contrato renovado pela franquia.

Oscar Schmidt – New Jersey Nets (1984)

Indiscutivelmente o maior nome da história do basquete brasileiro, o astro Oscar Schmidt quase jogou na NBA e isso só não aconteceu por que ele não quis. No Draft da classe de 1984, o “Mão Santa” teve seus direitos selecionados pelo New Jersey Nets com a 131° escolha e chegou a participar do training camp da equipe na pré-temporada. No entanto, dois motivos foram cruciais para fazer com que Oscar recusasse a oferta de um contrato integral da equipe: ele faria menos dinheiro do que atuando na Europa e não poderia defender a seleção brasileira, já que a NBA proibia seus atletas de defenderem suas seleções até 1989.

Marquinhos Abdala – Portland Trail Blazers (1976)

Primeiro brasileiro a ser escolhido na história do Draft, o pivô Marquinhos Abdalla nunca chegou a atuar na NBA após ser selecionado pelo Portland Trail Blazers com a 162° escolha em 1976, mas construiu uma história bonita atuando pela universidade de Pepperdine. Na temporada de 1975, Marquinhos liderou a equipe ao lado do lendário Dennis Johnson em uma das maiores campanhas do basquete universitário na história da faculdade, sendo eliminado no Sweet 16 da NCAA pelos atuais campeões UCLA.