Prévia NBA 2018/19: Têm a ilusão que podem vencer o Golden State Warriors

Julio | 15/10/2018 - 14:03

carmelo anthony houston rocketd

Como fizemos melhor pivô da NBA (quando estável emocionalmente).

Qualquer prévia NBA 2018/19 que você ler que não leve em conta o fato que 85% dos times nem sonham com título – e os outros 15% pensam em quem precisam matar para ter uma chance –  precisa ser revista.

Time: Houston Rockets

Desempenho em 2017/18: 65-17

Linha de Las Vegas: 55,5

Palpite para 2018/19: 53-29

Principal jogador: James Harden

O jogador que eu mais quero ver: Carmelo Anthony

Quem ouve nossos podcasts de NBA, que hoje são mais raros que um episódio nobre e edificante na política brasileira, sabe a minha perseguição e a de Felippe Rodrigues com Carmelo Anthony.

Nós achamos, há pelo menos cinco anos, que ele é um ala que não marca, pontua de forma ineficiente, acha que o basquete de hoje é o mesmo de 2001 e ainda reclama quando é colocado em seu lugar, que tem que ser ou o banco ou como complemento para outras estrelas. Para nenhuma surpresa de nós dois, ele só ficou um ano miserável em Oklahoma City.

Em Houston, se ele não perceber que é um complemento, a terceira ou até quarta peça, pode mandar internar. O duro é que ele vai ter que ouvir isso de Mike D’Antoni, que só deixou de ser seu treinador no New York Knicks porque o próprio Melo chegou na diretoria e disse “ou eu ou ele”.

Vamos falar de coisa boa. Chris Paul e James Harden não dão sinais de decadência, o que me preocupava especialmente com o primeiro, já que armadores baixos (1,83m) com 33 anos não costumam ter uma sequência de carreira muito duradoura. Os Rockets apostaram pesado nisso, dando um contrato para ele que vai pagar um caminhão de dinheiro com 36 e 37 anos.

Por enquanto tudo bem, já que sua química com Harden foi ideal e este ganhou o MVP muito por causa dos espaços abertos e a inteligência do camisa 3. Clint Capela foi outro que se beneficiou da presença do armador, conseguindo ser uma versão ainda mais rápida e atlética de DeAndre Jordan. E tudo isso ano de contrato, enchendo sua conta.

A grande questão aqui são mesmo os jogadores de perímetro, especialmente nas alas. Os Rockets não ficaram à beira de destronar o grande inimigo da NBA atual por causa de seu ataque, e sim por sua defesa intercambiável, rápida e atlética, que fizeram os Warriors terem 105, 94 e 92 pontos nas derrotas para Houston.

Então aqui vai uma impressão minha que pode incomodar os torcedores da franquia: talvez a janela estivesse aberta na temporada passada, com os Warriors jogando entediados e Harden e Paul voando. A lesão de CP3 e as 27 bolas seguidas erradas de 3 no jogo 7 podem ter fechado essa janela.

Explico-me.

Agora o time não terá Trevor Ariza, também conhecido (na verdade só eu falo isso) como Andre Iguodala com desconto. O ala foi para os Suns. Outra saída importante foi a de Luc Richard Mbah a Moute, que voltou para os Clippers. P.J. Tucker é o outro elemento que possibilita a velocidade, marcação e intensidade na linha de 3 e que permite que James Harden pense apenas no ataque. É o suficiente?

O banco terá Eric Gordon como sexto homem de peso, Nenê competente como sempre, Marquese Chriss precisando provar que tem algum lugar na NBA, Brandon Knight e seu joelho zoado e Michael Carter-Williams para pensarmos “como esse cara ganhou calouro do ano em uma liga como a NBA?”.

O time é ótimo, Mike D’Antoni é um dos treinadores mais criativos da liga e seu elenco tem muitas peças. Porém, estamos na NBA do Golden State Warriors e os Rockets perderam para esse time mesmo em um ano iluminado. E para 2018/19, dois defensores acima da média no perímetro saíram e trouxeram Carmelo Anthony para esse lugar. Difícil não pensar que foi dado um passo atrás em relação a 2017/18.

Boston Celtics
Crédito: Instagram/reprodução

Time: Boston Celtics

Desempenho em 2017/18: 55-27

Linha de Las Vegas: 58,5

Palpite para 2018/19: 60-22

Principal jogador: Kyrie Irving

O jogador que eu mais quero ver: Gordon Hayward

Bom, você já entendeu que a prévia NBA 2018/19 será Warriors-cêntrica. Então irei em alguns pontos que me fazem acreditar que os Celtics são a melhor hipótese para impedir o tricampeonato, mais que os Lakers, OKC e Houston. Eu não acho que eles vão conseguir, mas enfim…

1 – Kyrie Irving + Gordon Hayward para uma equipe que perdeu em sete jogos nas finais do Leste. O elenco dos Celtics é o melhor da NBA, melhor até que o dos Warriors, que precisa ser mais mão de vaca que um adolescente duro na fila do Habib’s para complementar o núcleo de cinco All-Stars que eles têm.

Terry Rozier e Marcus Smart, dois jogadores que seriam titulares em muitos times da NBA, sairão do banco. A equipe pode escolher se vai de Hayward, Tatum e Brown nas alas mais Horford na 5 ou se traz um deles dos reservas e coloca Aron Baynes para fechar o garrafão.

Ainda tem Marcus Morris, que não acho grande coisa, mas será o nono jogador desse grupo. É um elenco sensacional, algo que importa muito na temporada regular, na caminhada para conseguir uma vantagem vital, a de mando de quadra em um jogo 7.

Nós já sabemos como Irving atua nesse time, já que ele fazia uma temporada sensacional, sendo a máquina de pontuar que todos conhecíamos, mas também sabendo ser comandante em quadra e líder fora dela.

Hayward é alguém que quero muito ver e não tenho dúvidas que ele encaixará, já que mesmo sendo o franchise player em Utah, ele conseguia ser completo em seu jogo, seja dando assistências, escolhendo a melhor jogada ou pontuando de forma eficiente. Ele como opção número 2 pode ser o melhor da liga nessa função, pau a pau com Paul George.

2 – Os Celtics jogam na Conferência Leste: o descanso na NBA é uma tecla que não é só batida, mas sim amassada pelos times, treinadores, jogadores, jornalistas e roupeiros. Os Celtics não só têm jogadores para rodar o elenco, mas também adversários para rodar o elenco.

Os Knicks antes da volta de Porzingis, Brooklyn Nets, Atlanta Hawks e Orlando Magic somam 14 datas dos Celtics contra rivais muito inferiores. Na Conferência Oeste é difícil selecionar noites de folga.

3 – Brad Stevens. É difícil achar um treinador que tenha uma mente brilhante para a tática, explorando espaços dos adversários e probabilidades em quadra. É ainda mais complicado encontrar isso e aliar com uma personalidade aprazível, que sabe liderar mas não precisa subir a voz, criar desgastes e corroer relações, tá xeto?

E é ainda mais complicado ter tudo isso em um corpo de um jovem que mal passou dos 40 anos e tem a energia e ânimo para correr atrás e a fome por ainda não ter vencido o título.

Se jogadores se poupam, não dão 100% a todo momento e podem sofrer quedas por falta de motivação, é natural que técnicos também passem por isso. Brad Stevens agora está no auge e nós, fãs de basquete, só podemos esperar por mais.

Dito tudo isso, você deve achar que eu acho os Celtics o melhor time na NBA e não deve estar entendendo bem como pago tanto pau para os Warriors, certo?

Bom, os Celtics têm mais elenco, mas nas finais da NBA, as rotações ficam enxutas e o que importa não é ter 9 e sim cinco monstros e mais dois pic**-duras para o descanso das estrelas. Os Warriors têm dois jogadores entre os maiores da história, um shooter top 5 e um marcador de cinco posições e líder de defesa nato. Os Celtics têm Kyrie, é verdade, mas não têm o arsenal dos californianos.

Entendeu agora?

Kawhi Leonard Raptors
Crédito: Instagram/reprodução

Time: Toronto Raptors

Desempenho em 2017/18: 59-23

Linha de Las Vegas: 55,5

Palpite para 2018/19: 58-24

Principal jogador: Kawhi Leonard

O jogador que eu mais quero ver: Kawhi Leonard

Este é o primeiro time que o principal jogador é também o que mais quero ver. Não dá para escolher OG Anunoby como o que mais quero ver, desculpa.

Masai Ujiri é um dos dirigentes dos quais eu mais gosto. Em um momento que todos pensavam que ele ia reconstruir a equipe – após a troca de Rudy Gay – ele viu que Kyle Lowry e DeMar DeRozan conseguiriam assumir a bronca e começou a trazer peças para tentar destronar LeBron James. Ele conseguiu? Não. Mas tentou. E insistiu. E até insistiu um pouco mais do que achava (temporada 2017/18).

Quando finalmente não dava mesmo, após uma humilhante varrida dos Cavs, eu pensava que ele teria que explodir tudo e reconstruir. Mas, no fim, caiu dos céus a briga de Kawhi Leonard com os Spurs, fazendo o preço do melhor marcador que eu vi na vida e ainda um pontuador sensacional – mesmo que não seja espetacular – ser apenas DeMar DeRozan e Jakob Poeltl.

Calma, não atira pedra. Eu gosto do DeRozan, mas temos provas mais do que convincentes que ele no maior palco não será o melhor jogador na quadra, assim como Lowry também não. Na NBA atual, só se ganha com um monstro usando seu uniforme: LeBron, Durant, Curry… e Kawhi Leonard (2014).

Kawhi vai voltar 100%, sem limites de minutos e jogando a mesma bola que na sua penúltima temporada, quando foi meu segundo na corrida pelo MVP? Não sei, provavelmente não tanto ou não logo de cara. Mas ele vai jogar no Leste em um time talentoso e que espera ele no modo polvo na defesa e robô no ataque apenas quando importar: nos playoffs.

Lowry tem tudo para manter sua produção, já que parece ter tomado vergonha e ficado em forma na offseason pelo segundo ano seguido, Valanciunas é um bom pivô, Serge Ibaka não é nem metade do que era em OKC e não vale 60% de seu contrato, mas pode ser uma boa terceira opção.

Fred VanVleet, Norman Powell, o citado Anunoby (bom marcador de perímetro) e Pascal Siakam são todas opções complementares que servem em seus papéis. Ainda tem Danny Green, que veio de San Antonio na troca de Kawhi, sabe como vencer, arremessar de três, marcar e ficar quieto se não receber a bola. O pivô Greg Monroe também chegou. Tem gasolina no tanque? Se não tiver, não importa tanto, sinceramente.

Tanto Ujiri não quis mexer muito que ao demitir Dwane Casey (merecido, na minha opinião), acabou colocando como substituto Nick Nurse, assistente dos Raptors nos últimos cinco anos. Pensar que nada vai mudar pode ser injusto – eu preferia Mike Budenholzer – já que os cabeças da diretoria devem ter ouvido de Nurse o que eles queriam: que há talento para mais em Toronto e que o destino dessa franquia não é ser atropelado por LeBron sempre e não chegar nas finais.

Até porque agora não há mais LeBron no Leste.

Oklahoma City Thunder
Crédito: Instagram/reprodução

Time: Oklahoma City Thunder

Desempenho em 2017/18: 48-34

Linha de Las Vegas: 48,5

Palpite para 2018/19:  52-30

Principal jogador: Russell Westbrook

O jogador que eu mais quero ver: Paul George

Pode me chamar de doido. Pode me chamar de cego. Você só não me pode chamar de fã do Carmelo Anthony. Eu estou MUITO mais confiante no sucesso do Oklahoma City Thunder para esta temporada que na passada. Não é só a saída do camisa 7, mas é muito pelo que ela significa.

O Thunder para esta temporada se preocupou em montar um elenco complementar a Russell Westbrook e não trazer Paul George e Melo e achar que ter um “Big Three” (colocaria entre 20 aspas, se não fosse feio para ler) seria suficiente.

George se mostrou confortável em ser o segundo cara, tanto que assinou com o Thunder sem nem se reunir com outros times, algo que ninguém achava que aconteceria. E ele é perfeito para esse papel, já que é um ótimo marcador, é um pontuador confiável, seja de longe ou criando em drives. Cair de 23,7 pontos em Indiana para 21,9 pontos em OKC não parece ser um problema para ele.

Mas aqui vou ter que falar uma coisa que eu já falei em mil prévias, comentários escritos ou em podcast, aparições na TV Globo e transmissões via Satélite para a Estação Espacial Internacional: eu não sei se Russell Westbrook consegue liderar um time ao título.

Há uma arte nessa caminhada rumo ao caneco.

Você precisa ser dominante, sem dúvidas: Kobe Bryant, LeBron James…

Seus companheiros de time precisam amar você: Stephen Curry, Dirk Nowitzki, Tim Duncan…

Você tem que ser o protagonista, mas tem que saber a hora de dosar e a hora de incluir os outros: todos eles, especialmente Duncan, LeBron, Jordan no passe para Kerr, Kobe…. (ok, Kobe quase nunca).

Westbrook teve 39 arremessos no Jogo 5 contra o Jazz, que ele venceu basicamente sozinho, e 43 arremessos no Jogo 6, que o Thunder perdeu e foi eliminado. Mesmo que ele ganhe o jogo, não é saudável que ele tenha tudo isso.

O problema não é o camisa 0 e sim Billy Donovan, e antes Scott Brooks, que não conseguiram criar situações que impedissem isso e também não impuseram essa mentalidade no armador.

O que eu acho que pode ajudar muito nesta temporada é que você não tem um veterano, cujo nome não citarei mais, reclamando protagonismo quando ele não merece. Este é um elenco com peças muito complementares.

Jerami Grant é um jogador atlético que é bom defensivamente e pode colaborar muito no ataque e Andre Roberson e Steven Adams podem completar um quinteto que será defensivamente excelente por mais um ano. Dennis Schröder como sexto homem será muito mais efetivo que como titular e franchise player.

Ainda tem Nerlens Noel, que em um papel limitado também pode mostrar seu poderio defensivo, algo que já fez na liga, especialmente com o uniforme dos Sixers.

Este é um time que pode fechar a casinha, para usar um termo do futebol brasileiro, e se dar ao luxo de pensar melhor o ataque que “bola no Russell e deixa que ele se vire”.

Não precisar ser a chuva de três dos Rockets, a intensa movimentação e cortes dos Warriors. Mas pode incorporar conceitos mais modernos que até ataques como o dos Clippers e Lakers usam e marcaram mais pontos por jogo na temporada regular passada, mesmo com muito menos talento que OKC. Até o sistema de triângulos é um iPhone 8 perto do que o Thunder faz, que parece o Nokia azul calcinha com Snake no sistema.

A movimentação dos jogadores quando Russell levar a bola para o ataque é a primeira coisa a se observar nesse Thunder. Eu acho que o time será menos estático pelos jogadores que foram contratados e a saída de um certo ex-All Star. Mas essa é minha torcida há anos.

Embiid Simmons Covington 76ers
Crédito: Instagram/reprodução

Time: Philadelphia 76ers

Desempenho em 2017/18: 52-30

Linha de Las Vegas: 53,5

Palpite para 2018/19: 53-29

Principal jogador: Joel Embiid

O jogador que eu mais quero ver: Markelle Fultz

A temporada 2017/18 foi a luz no fim do túnel que os torcedores dos Sixers olharam enquanto passavam fome e babavam de raiva por anos. Joel Embiid jogou 63 partidas, Ben Simmons foi a estrela sem arremesso que os torcedores sonhavam e Marke…

Ok, Markelle Fultz foi a grande decepção da temporada. Desde a pré-temporada o negócio estava fedendo e quando ele começou a jogar e não tinha explosão e muito menos o arremesso que o consagrou na faculdade, ficou óbvio que algo estava muito errado. Uma lesão no ombro o tirou de muito mais tempo que o esperado e nos playoffs, mesmo saudável, foi preterido por T.J. McConnell.

Pois bem, para esta temporada, Brett Brown vai colocar Fultz no holofote e já o nomeou armador titular (que não deve começar o segundo tempo). O quinteto é definido com Simmons, o especialista de 3, J.J. Redick, Robert Covington e Joel Embiid, com Dario Saric, Wilson Chandler (excelente adição), McConnell e Mike Muscala vindo do banco.

Mas assim como Mbah a Moute e Ariza vão fazer falta pros Rockets, Marco Belinelli e Ersan Ilyasova foram grandes razões para os Sixers decolarem na segunda metade da temporada regular, com 17 vitórias seguidas. A saída deles será sentida e não foi bem reposta.

Acredito que os Sixers estão um nível abaixo de Raptors e Celtics, que aliás estão todos na mesma divisão e se enfrentam quatro vezes entre eles na temporada regular. Fultz precisa ser um colaborador de peso logo de cara e Simmons precisa adicionar o mínimo de arremesso de média, longa distância e da linha do lance livre também, onde teve a péssima média de 56%. Ele já jurou que só treinou isso o verão inteiro.

Ao mesmo tempo que estou um pouco descrente, também acho que esse é um dos times mais divertidos de se ver na liga, já que é jovem, tem muito a provar, Embiid é o mais dominante possível como pivô na NBA em 2018 e Simmons tem uma visão de jogo que 90% dos armadores não têm. E um arsenal de bandejas, floaters e jogo em volta da cesta que lembra Tony Parker.

Tomara que a equipe se mantenha saudável, algo que parece um pedido mais complicado que um Big Mac no Burger King.

Donovan Mitchell Rudy Gobert Jazz
Crédito: Instagram/reprodução

Time: Utah Jazz

Desempenho em 2017/18: 48-34

Linha de Las Vegas: 49,5

Palpite para 2018/19:  52-30

Principal jogador: Donovan Mitchell

O jogador que eu mais quero ver: Grayson Allen

A escolha por Grayson Allen pode parecer bizarra, mas já explico.

Donovan Mitchell foi uma noite de sonho de verão em Salt Lake City. Depois de perder seu principal pontuador e All-Star, Gordon Hawyard (21,9 pontos em 2016/17), o Jazz conseguiu um pontuador no mesmo nível com a 13ª escolha do Draft em Donovan Mitchell (20,5 em 2017/18), algo que pode ser considerado um presente do Deus Mórmon.

Só que mesmo assim o time estava 19-28 depois da metade da temporada regular e sem muita perspectiva.

Eis que Mitchell elevou um nível, Rudy Gobert (que sofreu com lesões no começo da temporada passada) se tornou o monstro de envergadura, tocos e cagaços na cueca alheia defensivamente que só ele sabe ser e Ricky Rubio aprendeu a arremessar (35,2% de 3, o que equivale a 87,9% para Stephen Curry), criando o maior milagre já visto no estado de Utah.

Isso resultou em 29 vitórias e apenas 5 derrotas para encerrar a temporada regular. E depois ainda eliminar o Thunder na primeira fase dos playoffs.

O Jazz teve o melhor rating defensivo da NBA na temporada regular passada e além da âncora Gobert e do excelente Rubio, o time ainda fez um novo contrato com Dante Exum, outro marcador de perímetro acima da média.

No ataque ainda temos que destacar que Joe Ingles foi o terceiro melhor em aproveitamento das bolas de três, com 44%. E Derrick Favors também ficou, sendo uma garantia de duplos-duplos e conseguindo se manter em quadra mesmo sendo um ala-pivô que lembra mais a antiga concepção desse termo que os “4” móveis e arremessadores de três que temos hoje.

Para mim este é um time que poderia perfeitamente colocar o uniforme do San Antonio Spurs e jogar no AT&T Center, sendo aplaudido pela entrega, inteligência tática e o trabalho de seu treinador, neste caso Quin Snyder, um dos melhores da NBA sem dúvida.

Ainda tem Royce O’Neale, que de não-draftado passou a jogador importante de rotação, Jae Crowder, que jogou em Utah o que jogava em Boston e não mostrou em Cleveland e Grayson Allen. Finalmente cheguei nele.

O ex-atleta de Duke é talentoso e ninguém pode negar isso. Só que atos desleais em quadra derrubaram sua imagem a níveis cousinanos.

Em sua última temporada na universidade ele já não tinha o mesmo protagonismo, mas assumiu um papel mais de liderança (até porque era um veterano) e parece ter amadurecido. Ele caiu no Draft e chega em um time onde só precisa correr, dar 110% na defesa e ser uma ameaça de 3 vindo do banco.

Se ele conseguir fazer tudo isso, o Jazz se torna o elenco mais homogêneo e encaixado do Oeste, já que os Warriors tem uma queda após o quinteto absurdo + Livingston e Iguodala e o Thunder não tem o comando técnico que o Jazz tem com Snyder.

Nota: mais homogêneo não quer dizer mais talentoso ou espetacular, mas o que pode melhor intercambiar peças e ter 10 jogadores prontos para jogar a qualquer momento.

Há espaço para subir e até desafiar o Golden State Warriors? Eu acho que não, porque como disse acima, você precisa ter um top 5 da NBA no seu elenco ou até mais (um gigante da história da NBA, mesmo que não tenha terminado a carreira) e o Jazz não tem isso, apesar de Mitchell ser realmente sensacional.

Mas é um time que dá gosto de ver. E nesta temporada, mesmo que não suba tanto no número de vitórias, deve ter uma campanha mais estável.

Escrito por Julio
Specialized in NBA and NFL, left Quinto Quarto in March 2021.
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