As semifinais de conferência da NBA estão a todo vapor e mostrando em tempo real mais uma renovação dos astros da maior liga de basquete do mundo. Não temos Lebron James em quadra. Nem Stephen Curry, ou Kevin Durant, ou Joel Embiid, ou Jimmy Butler, ou Giannis Antetokounmpo.
Na realidade, se por acaso o Denver não for o campeão desse ano (e Minnesota está fazendo sua parte para os Nuggets sequer chegarem às Finais de Conferência), veremos o sexto campeão diferente da NBA em seis temporadas. Isso não acontece desde os anos 1970.
Podemos até dizer que as temporadas estão mais dinâmicas, a ponto de ter ficado mais difícil fazer uma aposta nas finais. Pensando em dinastias, os cinco títulos do Showtime Lakers, com Magic Johnson e Kareem Abdul-Jabbar, foram os primeiros a mostrar o potencial mercadológico que uma competição esportiva pode ter. E que o Chicago Bulls levou a um outro patamar.
Na década de 90, como todo mundo sabe, o Chicago Bulls venceu seis títulos com uma “forcinha” de um cara que mudou o mundo do basquete. Não apenas em quadra, mas a maneira como a NBA se tornou um produto de entretenimento, e como a cultura do esporte invadiu as ruas com a cobiçadíssima marca Air Jordan, são resultado direto do impacto de Michael Jordan.
Estava estabelecido o patamar para os grandes astros do futuro. Claro que, tecnicamente, Jordan é virtualmente inalcançável, mas a maneira como ele conseguiu angariar fãs, publicidade, mídia, e claro, participações em finais, deu o tom do que um jogador poderia almejar.
Vieram Tim Duncan, Shaq, Kobe, Allen Iverson, Dirk Nowitzki, Steve Nash, Tony Parker, Paul Pierce, Kevin Garnett, Lebron James, Stephen Curry, Kevin Durant. E peço que você leia esses nomes devagar e, se tiver uns cabelos brancos, tente lembrar das Finais que eles disputaram, dos lances, das bolas impossíveis, dos ‘buzzer beaters’.
São eras muito claras numa história recente da NBA. Talvez o único jogador que te transporte dessas memórias para a atualidade é Kyrie Irving, que voltou a se encontrar como coadjuvante de luxo, agora ao lado de Luka Doncic no ainda vivo Dallas Mavericks.
Novos rostos, novos ídolos? Quem vai dominar a NBA nos próximos anos?
A esta altura, a pergunta que fica é: quem será o astro dos playoffs que marcará essa primeira metade da década? Quem tem “star power” para conseguir um lugar cativo na nossa memória? Em quadra, Nikola Jokic, mais uma vez eleito MVP, sem dúvida deve ser citado. Mas ele já mostrou muitas vezes que não liga para fama e só quer jogar bola.
In true Nikola fashion pic.twitter.com/4FOasruQrA
— Denver Nuggets (@nuggets) May 9, 2024
Jayson Tatum e o excelente Boston Celtics poderiam ser uma dinastia para além da conferência Leste. Mas precisam do título que ainda não veio.
Se você fosse o responsável pela divulgação dos playoffs e das Finais da NBA pro mundo hoje, quem mais você colocaria no banner? Quais seriam os rostos mais conhecidos mundialmente? O segundo colocado na corrida ao MVP Shai Gilgeous-Alexander? Jalen Brunson? Anthony Edwards, por ter aparecido em Arremessando Alto, da Netflix?
Renovações e equilíbrio na NBA trouxeram novos problemas?
Seis possíveis campeões diferentes nos últimos seis anos é ótimo pela competitividade. Mas será que desperta o mesmo interesse para o público geral? A audiência dos últimos anos diz que não…
A série de Finais mais assistida da história foi a de 1998, entre Chicago Bulls e Utah Jazz, com uma média de 29.04 milhões de espectadores por jogo, sendo o jogo do título o recordista absoluto em audiência, com quase 36 milhões de pessoas ligadas para ver a despedida de Michael Jordan.
Recuperando os índices de audiência das últimas décadas, de 1990 a 1999, as Finais da NBA foram vistas por uma média de 22.2 milhões de pessoas. O período seguinte, de 2000 a 2009, por 14.39 milhões. De 2010 a 2019, a média de audiência das Finais foi de 17.33 milhões de espectadores.
2020 foi um ano atípico, por conta da pandemia, e a NBA teve uma das piores audiências da história, com apenas 4 milhões de pessoas vendo o título dos Lakers na bolha. Mas os números ainda não voltaram para o antigo patamar.
Em 2021, a primeira série de Final sem Lebron James ou Stephen Curry desde 2010, 9.91 milhões de espectadores viram o título do Milwaukee Bucks em cima do Phoenix Suns. Em 2022, 12.40 milhões acompanharam a vitória do Golden State Warriors contra o Boston Celtics. E em 2023, 11.64 milhões viram o Denver Nuggets conquistar o Larry O’Brien.
Quem conseguirá fazer a NBA retomar o interesse do público geral nos próximos anos?