Matchmaker: cinco lutas que devem acontecer após o UFC 300

Matheus Costa | 14/04/2024 - 12:10

O UFC 300 prometeu muito e entregou mais ainda. Montado e orquestrado para ser o maior evento da história não só da organização, mas do esporte do MMA em si, o show realizado no último sábado (13) cumpriu sua missão com momentos inesquecíveis.

Alex Poatan cumpriu a promessa e nocauteou o ex-campeão Jamahal Hill na luta principal em sua primeira defesa de cinturão nos meio-pesados, enquanto a lendária Weili Zhang fez mais uma vítima ao dominar a compatriota Xiaonan Yan para defender o cinturão dos palhas. De quebra, Max Holloway faz história, nocauteia brutalmente Justin Gaethje e conquista o cinturão BMF em um dos mais belos momentos da história do UFC.

Representado por sete lutadores em seis lutas durante todo o UFC 300, o Brasil teve uma grande decepção com um de seus maiores representantes. Ex-campeão dos leves, Charles do Bronx não conseguiu impor seu jogo e acabou derrotado por Arman Tsarukyan na decisão dividida dos juízes laterais, desperdiçando a oportunidade de disputar novamente o cinturão.

No entanto, é preciso pensar no futuro da organização após o UFC 300. Por isso, o Quinto Quarto decidiu usar o papel de matchmaker e tentar desvendar o futuro dos principais lutadores que competiram no event.

1) Alex Poatan vs. Magomed Ankalaev – Cinturão dos meio-pesados

A rivalidade entre Alex Poatan e Jamahal Hill esquentou por conta do contexto histórico. Afinal, o norte-americano conquistou o cinturão derrotando Glover Teixeira, atual treinador de Pereira, e perdeu o título após sofrer uma grave lesão. No entanto, o ‘hype’ não transcendeu ao confronto dentro do octógono, já que o brasileiro não teve grandes dificuldades para nocautear no primeiro round da luta principal do UFC 300.

Poatan já havia expressado seu interesse em lutar no UFC 301, que será realizado no dia 5 de maio no Rio de Janeiro, e voltou a falar sobre isso em sua entrevista pós-luta manifestando a vontade de lutar na categoria dos pesados para se testar. Tendo em vista que o evento adoraria receber um gás à mais por conta de seu card não tão atrativo e que o brasileiro não sofreu danos significativos durante o confronto, Alex provavelmente irá enfrentar algum lutador do top 10, como Tai Tuivasa, se conseguir lutar no Brasil. Mas a ideia aqui é focar em seu futuro nos meio-pesados.

A bola da vez na categoria é o russo Magomed Ankalaev, que nocauteou brutalmente o brasileiro Johnny Walker em sua última luta e ocupa a terceira colocação do ranking dos meio-pesados. Levando em conta que Poatan já derrotou Jan Blachowicz e Jiri Prochazka em suas últimas lutas, tudo indica que Ankalaev é o próximo na fila pelo cinturão.

2) Zhang Weili vs. Vencedora de Amanda Lemos/Tatiana Suarez

Cada vez mais se aproximando do status de melhor peso palha da história do UFC, Zhang Weili anotou mais uma performance dominante para sua carreira ao vencer sua compatriota Xiaonan Yan na luta coprincipal do UFC 300. Com mais um triunfo, a categoria segue em busca de novas desafiantes.

A decisão lógica para definir a próxima desafiante da categoria, no entanto, é esperar pela vencedora do confronto entre Amanda Lemos e Tatiana Suarez, que foi desmarcado em fevereiro por conta de uma lesão da norte-americana, mas deve ser remarcado em breve.

Lemos acabou sendo dominada por Zhang Weili em agosto de 2023, mas a vitória impactante sobre Mackenzie Dern, em fevereiro, mostrou que ela pertence ao topo da divisão. Por outro lado, Tatiana Suarez sempre mostrou em suas performances de alto nível todo seu potencial, mas as graves lesões atrasaram sua carreira. Agora, a oportunidade de, enfim, disputar o cinturão não pode ser ignorada.

3) Max Holloway vs. Ilia Topuria – Cinturão peso pena

O desafio de Max Holloway no UFC 300 era muito difícil. Subir uma categoria de peso para enfrentar um dos maiores nocauteadores do mundo em Justin Gethje para disputar o cinturão ‘BMF’ era uma missão dada como impossível. No entanto, o havaiano chocou o mundo e anotou um dos nocautes mais impactantes da história recente do esporte no último segundo de luta.

Max Holloway estava fora da disputa de cinturão na categoria dos penas depois de perder para o então campeão Alexander Volkanovski em três oportunidades. No entanto, quando Ilia Topuria surpreendeu ao nocautear Volka e se tornar o novo campeão da divisão, a história mudou. Agora, com sua performance no UFC 300, é impossível ignorar uma nova oportunidade ao ex-campeão.

Tudo indica que Topuria irá defender o cinturão dos penas em seu país natal, na Espanha, um território que o UFC nunca teve a oportunidade de explorar pela escassez de nomes relevantes em sua história. É o cenário perfeito para escalar Max Holloway, que está muito mais do que acostumado a lutar em locais hostis. É o casamento perfeito.

4) Charles do Bronx vs. Mateusz Gamrot

Para início de conversa, é preciso dizer que uma revanche entre Charles do Bronx e Arman Tsarukyan não seria uma má opção, principalmente com o anúncio que o campeão Islam Makhachev irá defender o cinturão contra Dustin Poirier em junho. No entanto, é preciso ser realista e afirmar que as chances disso acontecer são bem pequenas.

Com o provável cenário de que Tsarukyan será o próximo desafiante da categoria, tudo indica que o lutador ficará à espera do confronto entre Makhachev e Poirier para enfrentar o vencedor. Mesmo que o equilíbrio do confronto tenha sido perceptível, Arman estudou muito bem Oliveira e teve uma merecida vitória por decisão dividida. Logo, Do Bronx precisa seguir em frente após a derrota no UFC 300 e correr atrás do prejuízo o quanto antes para não perder tempo.

Com a falta de opções viáveis, existe uma luta lógica para Do Bronx retornar o bom momento e mostrar todo seu potencial: Mateusz Gamrot, quinto colocado da divisão dos leves, que vive ótimo momento e busca uma grande luta na categoria. O confronto entre dois grapplers de elite seria facilmente uma grande luta e candidata à card principal de pay-per-view ou luta principal de um fight night.

5) Kayla Harrison vs. Miesha Tate

Ex-campeã do PFL e bicampeã olímpica, Kayla Harrison chegou ao UFC com estilo e apresentou seu cartão de boas-vindas ao finalizar Holly Holm no card preliminar do UFC 300. Vista como uma contratação de peso para uma categoria dos galos que necessita de novas estrelas, a norte-americana chega para cumprir as expectativas.

Com a vitória impactante sobre a quinta colocada do ranking da divisão dos galos no UFC 300, Harrison já deve ir imediatamente para o top 5 da divisão. Mas para não queimar outras possíveis desafiantes da categoria de até 61kg e ter paciência com o desenvolvimento de Kayla no maior palco do MMA no mundo, seria interessante construir seu nome para o grande público. Por isso, Miesha Tate pode ser a adversária perfeita para isso.

Ex-campeã da categoria e eterna rival de Ronda Rousey, que já foi derrotada por Kayla Harrison nos Jogos Olímpicos, existe todo um contexto histórico que conecta Tate e a nova queridinha do UFC para um confronto, até porque Tate se tornou campeã ao derrotar justamente Holly Holm. É um bom confronto para construir e aumentar o hype de Harrison na organização.

Escrito por Matheus Costa
Matheus Costa é jornalista, repórter e redator com passagens por MMA Brasil, LANCE!, O Dia, Yahoo! e outros. Sua carreira no jornalismo iniciou na cobertura do MMA, depois se expandindo para a cobertura do futebol e dos bastidores de televisão esportiva brasileira. Já cobriu in loco eventos de MMA, futebol, basquete e jiu-jítsu.