Dentre as maiores ligas esportivas dos EUA, a NFL é que mais se destaca negativamente dentro e fora de campo. Há escândalo para todo lado, mas a liga parece imune a tudo isso. Ou seja, ela segue muito popular e lucrativa. São muitas controvérsias que vão desde espionagem, bolas murchas, apostas, esquemas e muita violência.
Selecionamos os dez mais famosos, mesmo porque tem muito mais coisa e isso aqui não é a Wikipedia (rs). Fora que a maioria dos casos não foram totalmente elucidados pela NFL. Então, com o passar dos anos, todos esses escândalos vão ganhando novos contornos, uma mistura de lenda com rumores e muita passada de pano.
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1 – Bountygate
Em 2012, veio à tona um esquema conhecido por recompensar jogadores que machucavam adversários. Gregg Williams, então coordenador defensivo do New Orleans Saints, instituiu o programa de compensação por lesões. Há rumores que ele já tinha esse esquema desde 2009 na equipe.
A cada jogo, os defensores dos Saints eram instruídos a machucar determinados jogadores adversários e eram recompensados com dinheiro caso conseguissem tirar alguém da partida.
Por causa desse esquema cruel, a NFL suspendeu o técnico Sean Payton, dos Saints, por uma temporada. O general manager Mickey Loomis pegou oito jogos e o treinador assistente Joe Vitt levou um gancho de seis jogos. Gregg Williams foi suspenso indefinidamente, mas acabou ficando de fora apenas da temporada 2012. Mais recentemente, em entrevista para a ‘CBS’, Williams disse que “não fez nada que já não tivesse sido feito antes”.
Os jogadores Jonathan Vilma, Will Smith, Scott Fujita e Anthony Hargrove também foram suspensos, recorram e tiveram suas penas diminuídas.
2 – Spygate
Em 2007, algumas pessoas contratadas pelos Patriots filmaram os sinais dos assistentes defensivos do New York Jets sem autorização da liga. A NFL multou o treinador Bill Belichick em US$ 500 mil, os Patriots em US$ 250 mil e retirou a escolha de primeira rodada no draft seguinte.
Essa temporada de 2007 ficou marcada pela invencibilidade da franquia de New England. Uma investigação do Congresso, que colocaria os oficiais da liga sob juramento, foi evitada ao máximo pela NFL. O senador Arlen Specter teria ouvido do próprio Roger Goodell que havia suspeitas de que os Patriots estavam filmando oponentes desde 2000.
O caso nunca foi bem esclarecido e, para piorar, a mesma franquia se envolveu com outro escândalo parecido em 2019. A NFL anunciou em junho de 2020 que estava multando o New England Patriots em US$ 1,1 milhão e suspendendo sua escolha de terceira rodada do draft de 2021 devido ao episódio de filmagens ilegais na última temporada 2019.
Em dezembro de 2019, alguns membros do staff da equipe de Massachussets foram flagrados em local proibido pegando algumas imagens do Cincinnati Bengals durante o jogo contra o Cleveland Browns.
Em defesa, os Patriots admitiram que fizeram ilegalmente algumas gravações do campo e da sideline. Alegaram que as filmagens eram parte de uma produção. De acordo com dirigentes, o time avisou os Browns, mas não informou os Bengals nem a própria NFL, o que caracterizou a fraude.
3 – Deflategate
Em 2015, o New England Patriots derrotou o Indianapolis Colts por 45-7 na final da AFC. A partida ficou marcada pela reclamação dos jogadores dos Colts sobre as bolas estarem mais murchas do que o normal.
Após uma investigação de cinco meses, a NFL anunciou que o quarterback Tom Brady seria suspenso sem pagamento por quatro jogos da próxima temporada. Segundo a liga, o QB foi punido por “provavelmente, mas não totalmente, ter a noção de que alguém esvaziou as bolas depois da medição dos árbitros”.
A National Football League Players Association (NFLPA) entrou com um recurso contra a suspensão de quatro jogos de Brady, mas a NFL resolveu manter. Então o caso foi para a Justiça comum. Um juiz cancelou a suspensão, mas a decisão foi revertida na apelação. Quando a situação estava crítica, Brady anunciou que não recorreria mais e aceitou a suspensão imposta.
4 – O Barco do Amor (Love Boat)
Em 2005, dois barcos de festa foram alugados e quase 100 strippers e acompanhantes de Atlanta e da Flórida foram levados para Minnesota para uma “festa de sexo” no Lago Minnetonka para jogadores dos Vikings, com alguns fazendo sexo na frente das tripulações dos barcos.
A NFL multou os jogadores Bryant McKinnie e Fred Smoot, dos Vikings, por sua participação. Ambos se declararam culpados de contravenção de conduta desordenada e foram condenados pelo tribunal a pagar US$ 1.000 em multas e prestar serviços comunitários. Dois outros jogadores também foram acusados: Moe Williams foi condenado por conduta desordeira e as acusações contra Daunte Culpepper foram retiradas.
Fred Smoot foi identificado como o líder do famoso escândalo ‘Barco do Amor’.
5 – Jogadores apostadores
Em 1963, o comissário da NFL Pete Rozelle suspendeu Paul Hornung, do Green Bay Packers, e Alex Karras, do Detroit Lions, indefinidamente por apostar em jogos da NFL.
Ambos os jogadores foram reintegrados um ano depois. Hornung, um running back, ganhou mais dois campeonatos com os Packers de Vince Lombardi e foi eleito para o Hall da Fama do Futebol Profissional em 1986.
Karras jogou mais sete temporadas na liga e o linebacker se tornou um All-Pro pela terceira vez em 1965.
Em 1983, o quarterback Art Schlichter, dos Colts, se tornou o primeiro jogador desde Hornung e Karras a ser suspenso por jogar. Desde então, houve mais um caso de jogador punido por apostar em jogos da NFL. Josh Shaw, cornerback do Arizona Cardinals, foi suspenso em 2019 pelo mesmo motivo e só poderá entrar com pedido de reintegração em fevereiro de 2021.
6 – Bullying
Em novembro de 2013, o Miami Dolphins suspendeu o guard Richie Incognito pelo restante da temporada por seguidamente intimidar e incomodar o companheiro de linha Jonathan Martin, que havia deixado o time abruptamente. Uma investigação da NFL determinou que Incognito e dois outros jogadores dos Dolphins estavam envolvidos em um padrão sistemático de assédio contra Martin.
Nem Incognito nem Martin voltaram a jogar pelos Dolphins novamente. Martin se aposentou depois de jogar 15 partidas pelo San Francisco na temporada de 2014. Incognito ficou de fora da temporada de 2014, assinou com a Buffalo em 2015, foi para três Pro Bowls consecutivos e, hoje, defende o Las Vegas Raiders.
7 – Cachorrada
Uma investigação federal revelou que a empresa de Michael Vick, a Bad Newz Kennels, era uma fachada para organizar brigas de cães. Vick, então quarterback do Atlanta Falcons, que o pegou como primeira escolha geral do Draft de 2001, foi condenado junto com outros quatro homens e cumpriu dois anos na prisão federal de Leavenworth.
Vick voltou para a NFL após sua sentença de prisão e assinou um contrato de US$ 100 milhões, desta vez com o Philadelphia Eagles. Ele ainda levou a equipe a um título da NFC East em 2010, quando ganhou o prêmio de NFL Comeback Player of the Year (Jogador que Deu a Volta por Cima).
8 – A queda de Aaron Hernandez
Condenado por homicídio em primeiro grau, Aaron Hernandez foi condenado à prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional. Na época, ele era jogador do New England Patriots e dos melhores da NFL na posição de tight end.
Depois que um programa esportivo de Boston revelou que Hernandez era conhecido como bissexual ou homossexual e teve vários casos com homens antes e depois de estar na prisão, o tight end se enforcou em sua cela.
9 – Esteroides e CTE
A liga só começou a testar jogadores para uso de esteroides durante a temporada de 1987 e passou a emitir suspensões dois anos depois. O caso de Lyle Alzado, que morreu de câncer no cérebro em 1992 ao 43 anos, expôs o uso desenfreado de esteroides desde os anos 60.
Alzado afirmou que 90% dos atletas que ele conhecia usavam drogas para melhorar o desempenho.
E, falando em saúde dos jogadores, por quase duas décadas a NFL negou a concussão e suas consequências nos cérebros dos jogadores. O primeiro diagnóstico de um jogador da NFL com Encefalopatia Traumática Crônica (CTE, em inglês) veio em 2002 e, conforme a compreensão da doença evolui, também evoluirá o passado e culpa da liga.
Em 2012, Jovan Belcher, linebacker do Kansas City Chiefs, matou sua namorada antes de atirar em si mesmo nas instalações de treino da equipe. Mais tarde, descobriu-se que Belcher sofria de CTE, a doença neurológica causada por trauma cerebral.
Com o passar do tempo, mais e mais ex-jogadores de futebol cometem suicídio. O mais notável foi o linebacker Junior Seau. ex-San Diego Chargers, Miami Dolphins e New England Patriots, em 2012. Seau deu um tiro no peito e deixou uma nota pedindo que seu cérebro fosse examinado para CTE.
10 – Violência em geral
Esse poderia ser um capítulo da NFL em separado. São muitos crimes para pouco espaço, mas que também não merecem um texto único.
Armado e perigoso
Estrela do Super Bowl XLII, Plaxico Burress, carregou uma arma carregada para uma boate de Nova York e acidentalmente atirou em sua própria perna, procurando a arma que caiu de sua cintura enquanto subia uma escada. O WR cumpriu a pena de dois anos.
Absolvidos
Ben Roethlisberger foi apontado por dois casos de estupro, um em agosto de 2009 em Lake Tahoe, Nevada, e outro em março de 2010 em Milledgeville, Geórgia. Nenhuma acusação formal foi feita em nenhum dos casos.
Mark Chmura, tight end foi acusado de estuprar a babá de 17 anos de sua família em uma festa, mas foi absolvido de todas as acusações. Chmura admitiu que seu comportamento na noite em questão “não era algo que um homem casado deveria fazer”.
O sumiço
Barret Robbins desapareceu do hotel da equipe dos Raiders na véspera do Super Bowl XXXVII, em San Diego. Ele apareceu à noite, incoerente, após um dia de festa em Tijuana. O center não jogou no dia seguinte, quando os Raiders perderam por 48 a 21 para os Buccaneers.
Robbins, que mais tarde foi diagnosticado com transtorno bipolar, foi acusado de tentativa de homicídio após agredir brutalmente três policiais em Miami Beach em 2005. Robbins tomou três tiros. Depois ele conseguiu liberdade condicional, mas passou a última década entrando e saindo de prisões e centros de saúde mental.
Estuprador em série
Darren Sharper foi um dos melhores safeties da NFL por mais de uma década, mas sua verdadeira natureza veio à tona depois que ele se aposentou em 2010. Em 2016, foi revelado que ele era um estuprador em série, que drogou e estuprou mulheres em todos os EUA, incluindo quatro em um período de 24 horas, em dois estados diferentes.
Tragédia
Em 2009, Steve McNair era o QB dos Titans e se envolveu com Jenni Kazemi, uma garçonete de 20 anos. Os corpos dos dois foram encontrados em um condomínio de Nashville alugado por McNair. Kazemi atirou quatro vezes em McNair enquanto ele dormia no sofá, depois suicidou-se.
Kazemi teria ficado alterada após descobrir que McNair estava dormindo com outras mulheres e estava prestes a terminar seu relacionamento.
Festa tranquila
Em uma festa após o Super Bowl XXXIV, em Atlanta, Ray Lewis se envolveu em uma luta que resultou na morte de dois homens, Jacinth Baker e Richard Lollar.
Lewis e dois amigos foram absolvidos de todas as acusações. A arma dos crimes foi uma faca que nunca foi encontrada.
Ray Lewis se declarou culpado de contravenção por obstrução da justiça e fez um acordo que retirou as acusações de assassinato nas mortes por esfaqueamento.
Violência contra a mulher
Em 2016, um vídeo de Ray Rice agredindo brutalmente sua noiva no elevador chocou a todos. Foi então que a NFL, pela primeira vez, passou a abordar os problemas quase sistêmico de violência doméstica entre jogadores.
Rice foi suspenso pela NFL por apenas dois jogos. Mas ele nunca jogou outra descida na NFL.
Em 1999, Rae Carruth, WR dos Panthers, contratou um assassino para matar sua namorada, Cherica Adams, que estava grávida de oito meses de seu filho. A mulher morreu, a criança sobreviveu e Carruth foi capturado enquanto tentava fugir.
Ele foi libertado em outubro de 2018 depois de cumprir 18 anos de prisão.
O julgamento do século
O.J. Simpson, Hall da Fama, foi acusado de assassinar sua ex-mulher, Nicole Simpson, e seu amigo, Ron Goldman, em 1994. Simpson contratou uma equipe dos melhores advogados do país e venceu a acusação de duplo homicídio, graças a um brilhante interrogatório e uma tremenda conspiração racial contra Simpson pelos Departamento de Polícia de Los Angeles.
Depois de alguns anos livre, Simpson cumpriu dez anos de prisão por assalto à mão armada e sequestro em Las Vegas, Nevada, e foi libertado em 2018.