A demissão de Adrian Griffin do Milwaukee Bucks fez quase todos os outros técnicos da NBA acenderem um sinal de alerta quanto a segurança de seus cargos. Pelo menos essa é a opinião de Jason Kidd, treinador do Dallas Mavericks.
Ex-técnico justamente dos Bucks, Kidd se surpreendeu com a saída do novato antes mesmo do fim de sua primeira temporada no cargo principal, ainda mais com uma campanha positiva de 30 vitórias e 13 derrotas.
Isso significa que, não importa o quão longe um técnico leve sua equipe, porque pode não ser longe o suficiente para jogadores com status de estrelas e franquias campeãs. E foi exatamente isso que aconteceu em Milwaukee.
Desde a chegada de Damian Lillard, Griffin passou a ser cobrado pela busca de mais um título da NBA para a franquia, algo que não estava no acordo inicial e uma conquista pouco provável para um treinador de primeira viagem.
Apesar dos esforços e da campanha positiva, sendo a segunda melhor da liga, os Bucks foram classificados como a nona pior defesa da temporada; nos playoffs, as falhas de defesa podem custar a classificação.
O problema, então, começou a incomodar diretamente não apenas Lillard, que quer seu primeiro título, mas também Giannis Antetokounmpo, principal estrela do time, e outros jogadores importantes como Brook Lopez e Khris Middleton. O vestiário falou muito mais alto do que a paciência com um técnico inexperiente.
Técnicos da NBA correm risco
Se a pressão em cima de um técnico novato já estava grande, a cobrança em cima de técnicos experientes à frente de franquias campeãs e com nomes de peso é maior ainda.
É o caso de Darvin Ham, do Los Angeles Lakers, por exemplo. O time não vem fazendo uma temporada consistente, com uma campanha bem abaixo do esperado para quem tem LeBron James e Anthony Davis em seu elenco.
Uma sequência de derrotas até colocou a corda no pescoço do treinador, que conseguiu assegurar o cargo ao vencer os Clippers no clássico de Los Angeles, no dia 7 de janeiro. Desde então, foram quatro vitórias e quatro derrotas. Ou seja, o trabalho do treinador ainda não convenceu e não passa a confiança necessária para a conquista de um título da NBA.
Por incrível que pareça, Steve Kerr também tem motivos para se preocupar com seu cargo à frente da dinastia do Golden State Warriors na NBA.
Fiel aos veteranos que conquistaram quatro campeonatos nas últimas 10 temporadas, o técnico tem sido cobrado até pelo dono da franquia para usar e desenvolver melhor os jogadores mais jovens, principalmente porque a hierarquia não tem funcionado mais do jeito que funcionava antes.
Com Stephen Curry, Klay Thompson e Draymond Green no time titular, a franquia de São Francisco está com a campanha negativa de 19 vitórias e 22 derrotas, fora da zona de play-in, com apenas metade da temporada pela frente e times que estão em um nível superior para enfrentar.
O próprio Jason Kidd, ainda que não tenha sido ameaçado, também tem motivos para perder o sono. Mesmo com o talento de Luka Doncic, o Dallas Mavericks ainda não entregou uma campanha consistente o bastante para brigar pelo título da NBA, mas pelo menos está na zona de play-in, ou seja, melhor que os Warriors no momento.
E se técnicos de grandes franquias estão em risco, alguns treinadores de equipes inferiores já estão praticamente fora da jogada. O Washington Wizards, por exemplo, é o dono da segunda pior campanha da temporada 2023-24 da NBA e, na manhã desta quinta-feira (25), realocou Wes Unseld de treinador principal para o front office.
Monty Williams, que está à frente da pior campanha da liga com o Detroit Pistons, também já teve seus problemas com o vestiário expostos por Cade Cunningham, principal jogador do time.