A transmissão das finais de conferência da NBA no Brasil mostraram, pela primeira vez, a força que as plataformas de streaming vêm ganhando sobre os canais de TV a cabo. Pelo menos em relação ao basquete.
O Amazon Prime Video fez uma jogada de mestre ao contratar Romulo Mendonça para comandar não só os jogos da NBA, mas também da Copa do Brasil — motivo pelo qual ele, inclusive, aceitou a proposta.
Os consumidores de basquete seguiram o locutor e também migraram para o streaming, principalmente pela quantidade de jogos transmitidos, às vezes, até de forma simultânea.
O resultado foi tão positivo, que o SporTV perdeu bastante espaço, mesmo na temporada regular, da qual poucos jogos tiveram transmissão.
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Até a temporada passada, ESPN e SporTV dividiam a hegemonia do basquete, sobretudo nas finais de conferência, quando cada canal tinha a transmissão exclusiva do Leste ou do Oeste.
Este ano, pela primeira vez, a tradição foi quebrada. O canal do Grupo Disney continua com a exclusividade de uma das conferências — no caso, a Oeste. Apesar disso, jogou a transmissão do Jogo 2, entre Los Angeles Lakers e Denver Nuggets, para a ESPN Extra, enquanto a partida entre 123 Minas e Sesi Franca não terminava pelo Jogo 3 da semifinal do NBB.
Mas o canal do Grupo Globo foi obrigado a dividir as transmissões das finais do Leste com o Prime Video, no streaming, e com a TNT Sports, no canal fechado e no YouTube. O serviço de streaming da Amazon, inclusive, levou Romulo e o comentarista Ricardo Bulgarelli aos Estados Unidos para fazerem as transmissões in loco.
atenção, Ben Affleck tendo o prazer de ser entrevistado por Rômulo Mendonça #NBAnoPrimeVideo #NBA #RomuloMendonca #RicardoBulgarelli #Celtics #MiamiHeat #BenAffleck #AirOFilme pic.twitter.com/ZgbR36apqR
— pvsportbr | #NBANoPrimeVideo (@pvsportbr) May 18, 2023
A presença do narrador e do comentarista nos ginásios, primeiro no TD Garden e depois no Kaseya Center, dá não somente mais ambientação do que acontece no jogo como permite conteúdos exclusivos ao longo da programação. Aí mora também a valorização dos profissionais.
Isso também é um reflexo da perda da hegemonia da Globo como um todo no meio esportivo, visto que emissoras como Record, SBT e Band investiram na disputa dos direitos de transmissão de campeonatos regionais, nacionais e internacionais de futebol — e conseguiram espaço.
NBA no streaming
A transmissão online tem muito mais prós do que contras a seu favor. Um dos trunfos é que não existe uma grade de programação para que os jogos, que duram de três a quatro horas, sejam encaixados.
Esse é um dos principais motivos pelos quais a NBA não tem conseguido espaço na TV aberta: ninguém quer abrir mão da programação regular para transmitir um jogo de basquete, ainda que seja de elite. Por esse motivo, inclusive, a Band está disposta a abrir mão dos direitos sobre a liga norte-americana.
Já no Prime Video, o tempo está longe de ser um problema. A estrutura da plataforma conta com um pré-jogo de 30 minutos, além da transmissão de outros campeonatos como a WNBA e a NCAA, e um mesacast semanal para falar sobre as partidas, franquias e jogadores; o Panela NBA.
O telespectador também tem a vantagem de pausar o jogo, voltar lances e até mesmo assistir após o fim da transmissão, além de poder acessar a partida de qualquer lugar através do aplicativo para celular. O atraso na chegada do sinal, em relação ao que está acontecendo e o que chega para o telespectador, ainda é um ponto a ter a tecnologia evoluída.
Uma importante razão pela qual a ESPN não ficou para trás com o SporTV, além da tradição, é que ela também tem transmissão em plataforma de streaming, o Star+, que conta com as mesmas facilidades.
O serviço do Grupo Disney, no entanto, não se popularizou tanto quanto o Prime Video. Isso por causa da falta de campanha nas redes sociais — no Twitter, a hashtag das transmissões é #NBAnaESPN, enquanto a do concorrente é #NBAnoPrimeVideo.
Um verdadeiro INVASOR o Jaylen Brown 😤#NBAPlayoffs #NBAnoPrimeVideo pic.twitter.com/HO8oboVAx2
— NBA Brasil (@NBABrasil) May 18, 2023
Outro ponto, bem mais importante, é o investimento: a NBA pode ser acompanhada no streaming da Amazon pelo valor de R$14,90 mensais. Os planos do Star+ começam a partir de R$32,90 ao mês, mais que o dobro do valor.
Por Paola Zanon, do Quinto Quarto