Inconsistência talvez seja a palavra que melhor define o Golden State Warriors desde seu último título na NBA, em 2022. Com cerca de um mês restante na temporada regular, será que ainda dá tempo de Stephen Curry levar para os Playoffs? A missão não é fácil, mas as chances ainda existem. E em se tratando de Warriors e Curry, uma coisa que todos aprendemos nos últimos anos foi a não subestimar a capacidade do time e do craque na hora decisiva.
A última ajuda a ilustrar bem as oscilações do elenco de Steve Kerr. Depois de perder por 52 pontos para o Boston Celtics, os Warriors bateram o Milwaukee Bucks por 35 de diferença. O resultado parecia simbolizar a volta por cima definitiva, mas acabou sendo sucedido por um novo tropeço, este em casa, para o Chicago Bulls, na noite de quinta-feira (7).
Hoje, os Warriors ocupam a nona posição dentro da Conferência Oeste. O lugar foi conquistado nos últimos dias graças aos tropeços do Los Angeles Lakers para Denver Nuggets e Sacramento Kings, que fizeram o time de LeBron James cair para 10º. Para conseguir a vaga direta na pós-temporada, o grupo de San Francisco terá de terminar pelo menos entre os seis primeiros colocados.
Por que os Warriors melhoraram
A verdade é que há um mês talvez fosse difícil imaginar Golden State na briga a esta altura do campeonato. Se hoje a equipe aparece com alguma chance de classificação direta aos Playoffs, isso se deve à melhora de rendimento apresentada sobretudo nos últimos 20 jogos. Desde o final de janeiro, foram 14 vitórias e somente seis derrotas. O aproveitamento de 70% é o maior da conferência, empatado com Timberwolves, Thunder e Nuggets, donos das três melhores campanhas do Oeste ao longo da competição.
Ainda que a falta de pontuadores ao entorno de Curry fosse uma das principais queixas da torcida, o crescimento de produção se deu de trás para a frente. Nos primeiros 42 compromissos da tempoda, os Warriors tiveram o 24º Defensive Rating da NBA, cedendo uma média de 118.0 pontos a cada 100 posses. Desde então, este número diminuiu para 110.0, quarta melhor marca da liga no período. Com exceção de Golden State, os outros nove integrandes top 10 hoje iriam à pós-temporada se a competição acabasse hoje.
Uma das explicações mais óbvias para este salto está nas escolhas do treinador, que passou a rodar o elenco e dar mais espaço aos jovens, outra velha reclamação de quem torce para a franquia. Jonathan Kuminga, 21 anos, esteve no quinteto inicial em todos os duelos do nosso recorte. Além de ajudar na defesa, ele também foi o segundo que mais pontuou, contribuindo com 18.5 pontos por partida, sendo superado só por Curry (27.2). Também ficou entre os três melhores reboteiros, 5.8, atrás de Draymond Green (8.5) e Brandin Podziemski (6.6).
O novato Podziemski, aliás, deve ganhar capítulos especiais nos livros e documentários que no futuro forem contar a história da disnatia californiana. Coube a ele, afinal, a missão de tomar o lugar de Klay Thompson, quatro vezes campeão, eterno parceiro de Stephen Curry e um dos maiores ídolos de uma geração inteira de torcedores. Já foram oito rodadas com o garoto como titular. Curiosamente, sua pontuação caiu de 9.3 para 8.5, mas seu jogo defensivo facilitou no encaixe melhor das peças, especialmente sem a bola. A mudança também fez bem para Klay, que passou a pontuar mais e subiu seu aproveitamento do perímetro de 36.8% para 43.3%. Você pode ler mais sobre o momento de Klay clicando aqui.
Warriors podem superar desfalque de Stephen Curry?
Das 20 jogos que ainda restam para o time de Steve Kerr, alguns serão sem a sua superestrela. Curry deixou a quadra na derrota para os Bulls mancando, mas o exame de imagem realizado no tornozelo não apontou nenhuma lesão. A franquia comunicou que ele deve ser desfalque, mas não informou por quanto tempo, apenas que o retorno deve ser breve. Menos mal que os próximos dois desafios, neste sábado e na próxima segunda-feira, serão diante do San Antonio Spurs, último colocado da conferência, com apenas 13 vitórias e 50 derrotas.
Inclusive, a tabela deve ser aliada neste momento decisivo. O site Tankathon estabelece um ranking de dificuldade do calendário das 30 equipes e aponta que os Warriors terão o caminho mais fácil do Oeste daqui até o fim da temporada regular. A projeção é feita com base no aproveitamento dos adversários que restam, e Golden State jogará boa parte deles contra a turma que está lá embaixo.
Só contra os Spurs serão três compromissos, os dois já citados e o último no dia 31 de março. Outros embates apontados como “fáceis” são diante de Charlotte Hornets, Portland Trail Blazers, Memphis Grizzlies, Houston Rockets e Utah Jazz (duas vezes). Os tidos como mais complicados são Minnesota Timberwolves, New Orleans Pelicans, New York Knicks, Orlando Magic e Miami Heat.
Detalhe para os cruzamentos contra os Mavericks, que ainda acontecerão três vezes, sendo duas delas em Dallas. Hoje o time de Luka Doncic e Kyrie Irving está em oitavo, com 1.5 vitórias de vantagem sobre os Warriors. A expectativa é que para o primeiro encontro, na próxima quarta-feira, Curry já tenha sido liberado. É bom que seja verdade, pois só com ele Golden State terá chances de ainda ir aos Playoffs.
Próximos 10 jogos dos Warriors
San Antonio Spurs (casa)
San Antonio Spurs (fora)
Dallas Mavericks (fora)
Los Angeles Lakers (fora)
New York Knicks (casa)
Memphis Grizzlies (casa)
Indiana Pacers (casa)
Minnesota Timberwolves (fora)
Miami Heat (fora)
Orlando Magic (fora)