Ja Morant teve sua punição definida pela NBA só nessa semana: oito jogos de suspensão, sem direito a salário. O jogador do Memphis Grizzlies aceitou as consequências por ter exibido uma arma durante uma live nas redes sociais, além de um histórico de polêmicas envolvendo revólver.
O astro de 23 anos também foi acusado de ameaças com armas contra um adolescente de 17 anos, o chefe de segurança de um shopping center e jogadores e comissão técnica do Indiana Pacers — esta última, investigado pela liga, concluiu que não houve nenhuma arma envolvida na situação de conflito.
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Mas o armador não foi o primeiro a ter esse tipo de problema e ser punido pela liga. O caso mais recente antes deste foi em 2014, quando Raymond Felton, que na época era do Dallas Mavericks, apontou uma arma para sua mulher. A NBA decidiu puni-lo com quatro jogos de suspensão.
Casos mais antigos envolvem os ex-jogadores Delonte West e Stephen Jackson. Em 2009, West, que atuava pelo Cleveland Cavaliers, pegou dez jogos de gancho depois de andar com diversas armas em um triciclo. Dois anos antes, Jackson chegou a disparar tiros durante uma briga na saída de um clube de streaptease; pelo incidente, ele foi suspenso de sete jogos do Golden State Warriors.
Armas no vestiário dos Wizards
No fim de 2009, Gilbert Arenas, do Washington Wizards, levou uma arma para as dependências da franquia e foi suspenso pelo resto da temporada. Na época, o armador era um dos principais jogadores da franquia, com uma média de 22 pontos por jogo.
Após as investigações internas, foi concluído que o caso era mais grave e envolvia ameaças e brigas com o companheiro de time, Javaris Crittenton, por jogos de cartas valendo dinheiro durante as viagens da equipe; ele foi dispensado pelo time após o período de suspensão e não voltou mais a jogar pela liga.
Arenas, por sua vez, voltou a atuar pelo time na temporada seguinte, mas o desempenho já não era mais o mesmo; sua média de pontos caiu para apenas dez por partida. Ele, então, foi para o Orlando Magic no meio da temporada e, seis meses depois, para os Grizzlies, onde se aposentou em 2012, aos 30 anos.
Em janeiro de 2010, após a decisão da NBA, Crittenton se declarou culpado em julgamento e recebeu a condenação de um ano de liberdade condicional por porte ilegal de arma, decorrente do incidente dentro da franquia. No ano seguinte, Javaris foi acusado de matar uma mulher de 22 anos com arma de fogo.
As investigações indicaram que ele também estava envolvido com gangues e tráfico de drogas. Ao todo, o ex-atleta foi acusado pelos seguintes crimes: assassinato, homicídio culposo, agressão agravada com arma letal, posse de arma de fogo ilegal durante o cometimento de um crime, perjúrio, tentativa de homicídio e participação em atividades criminosas de gangues de rua.
Crittenton foi condenado há 23 anos de prisão e cumpre a pena, em regime fechado, desde 10 de janeiro de 2014.
Política de armas na NBA
Pelas regras da liga de basquete dos Estados Unidos, ainda que alguns territórios nacionais autorizem o porte de armas em locais fechados sem nem precisar de registro, é proibido estar com um revólver nas dependências de qualquer franquia, incluindo os meios de transporte utilizados para viagens em temporadas, como ônibus e avião.
Em 2018, quatro franquias se uniram em campanha contra o armamento civil: Los Angeles Lakers, Los Angeles Clippers, Atlanta Hawks e Milwaukee Bucks. As equipes usaram como uniforme de aquecimento camisetas camisetas escrito “chega”, cobrando uma mudança na política de armas do país.
O fato aconteceu após a tragédia que matou 12 pessoas em um bar na Califórnia, quando um homem abriu fogo contra quem estava dentro –o nome das 12 vítimas também estava estampado nas camisetas dos atletas. Um mês antes, outra chacina aconteceu; um civil matou 11 pessoas ao atirar dentro de uma sinagoga em Pittsburgh.
Enough is #ENOUGH.
We stand together and remember those lost in the tragic shooting in Thousand Oaks. pic.twitter.com/ghkmRXXByl
— LA Clippers (@LAClippers) November 10, 2018
A ação dos jogadores foi encabeçada por LeBron James e recebeu total apoio e incentivo da NBA, que é conhecida por ser a liga mais aberta a protestos sociais por parte de seus atletas.
— Nossos jogadores não são apenas atletas, são cidadãos. Eles possuem um sentimento muito forte sobre o que acontece na nossa sociedade e reagem sobre isso. Eu penso que foi uma onda na nossa liga. Veio dos jogadores e passou de boa a boca de um time para outro — declarou o comissário da liga, Adam Silver, na época dos protestos.