MLS precisará furar teto para ter Messi; jogador será o mais caro da história

Paola Zanon | 12/03/2023 - 06:00

A MLS já está mexendo no calendário para facilitar a ida de Lionel Messi ao Inter Miami, mas para realizar o sonho, será necessário fazer mais que isso. A liga precisará furar o teto salarial, que é de US$650 mil (R$3,3 milhões) para a temporada de 2023, e o argentino poderá se tornar o jogador mais caro da história.

Atualmente já existe uma regra em que os times da MLS podem ter até três jogadores acima desse teto, os chamados “designated players”. A exceção foi criada em 2007 para receber David Beckham no Los Angeles Galaxy, e o contrato permitia também que ele comprasse uma liga no futuro –direito exercido em 2018, quando ele se juntou a Jorge e José Mas e comprou o mesmo Inter Miami que quer receber Messi.

Acontece que, mesmo com a regra dos jogadores designados, nenhum atleta da liga chega perto do atual salário que o Paris Saint-Germain paga ao recém-eleito melhor do mundo pela sétima vez, que é de US$41 milhões ao ano (R$ 213 milhões). O atleta mais caro hoje é o italiano Lorenzo Insigne, do Toronto FC.

O europeu tem um salário de US$13 milhões anuais na liga, o que equivale a R$67 milhões, ou seja, 30 milhões a menos do que Messi recebe hoje. Segundo o The Athletic, Don Garber, comissário da liga, afirmou que precisarão ser criativos nas negociações, assim como foram na época em que receberam Beckham. “É preciso pensar fora da caixa e encontrar o pacote que compense Messi e sua família”, declarou ele.

Caso Leo aceite negociar sua ida aos Estados Unidos, a MLS já autorizou o Inter Miami a mexer no contrato de um dos três jogadores designados do time, que são o mexicano Rodolfo Pizarro (US$3 milhões), o venezuelano Josef Martínez (US$3,75 milhões) e o brasileiro Gregore (US$700 mil) –o mineiro é quem mais se aproxima do teto e possivelmente será “rebaixado” com a chegada do ex-camisa 10 do Barcelona.

O futuro de Messi

O contrato de Messi com o PSG vale até junho deste ano. Com o time fora da Liga dos Campeões da Europa, é muito provável que, mesmo com o interesse do clube, o argentino não queira renovar.

Com a possibilidade da saída, vários continentes já demonstraram interesse no jogador. Na Europa, o próprio Barcelona sonha em ter o ídolo de volta –ele saiu do único clube de sua carreira, até então, por desacordo financeiro, em 2021.

Uma outra opção seria a Arábia Saudita, que tem dois clubes interessados: o Al-Hilal e o Al-Itihad. Segundo a imprensa espanhola, os clubes já até pediram ajuda ao governo saudita e preparam uma oferta bastante generosa: 350 milhões de euros por temporada (R$ 1,9 bilhão) –muito mais do que a MLS pode desembolsar.

A proposta, inclusive, é maior do que a recebida por Cristiano Ronaldo, que aceitou jogar no Al-Nassr por 200 milhões de euros por temporada (R$ 1,1 bilhão).

Apesar da concorrência forte, a MLS ainda está otimista com um aceite de Messi, já que em 2020, ele declarou que gostaria de “desfrutar da experiência de viver nos Estados Unidos e jogar nessa liga”. Um dos dirigentes do Inter Miami afirmou, antes do fim da Copa do Mundo, que a possibilidade de contratar o argentino era de 70%.

Os donos do clube da Florida conversam desde o ano passado com Jorge Horácio Messi, pai e agente de Leo, e já houve até uma proposta formalizada.

Escrito por Paola Zanon
Paola Zanon é jornalista formada pela Cásper Líbero, repórter e redatora com passagens pelo Notícias da TV, R7 e UOL Esporte. A carreira no jornalismo esportivo começou com a cobertura dos Jogos Pan-Americanos de 2019 pelo R7 até chegar ao Quinto Quarto em fevereiro de 2023. São-paulina de coração e apaixonada por basquete, futebol e viagens.
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