Diferente de outros esportes, como futebol, futebol americano, basquete, handebol, entre outros, o beisebol não é uma modalidade territorialista. Assim, como as equipes revezam o campo como no taco ou críquete, o campo de beisebol fica um pouco mais complicado de ser entendido para os iniciantes no passatempo da América.
Pensando nisso, o Quinto Quarto separou um texto inteiro para explicar as especificidades e curiosidades envolvendo do terreno sagrado desse esporte.
Veja também: Beisebol: regras e o básico do básico do passatempo da América
Conteúdo
Campo de beisebol: nove jogadores divididos em duas partes
Os nove jogadores que atuam na defesa se espalham pelo campo para buscar maximizar as chances de fazer defesas e, em geral, a divisão é feita em duas partes.
Na parte de grama lá de trás do terreno, ficam os outfielders (defensores externos). Geralmente são três jogadores – os atletas podem se alinhar como quiserem apesar de haver posições pré-estabelecidas – no campo externo para tentar pegar as pancadas.
Já o infield (campo interno) conta com os infielders que ficam entre as bases até a área de areia que divide essas duas partes do campo de beisebol.
Montinho: o coração do campo de beisebol
A única forma de se colocar a bola em jogo é o arremessador lançar a bolinha para o rebatedor. Dessa forma, a principal área do campo é o montinho.
Essa área de terra que fica no centro do campo interno de forma equidistante entre as bases é onde o pitcher fica antes de seus arremessos.
O montinho é inclinado e conta com o uma placa de borracha (pitcher’s plate ou pitcher’s rubber) em que o arremessador precisa encostar o pé antes e durante os seus arremessos.
Esse retângulo de borracha tem tamanho de 15 cm por 61 cm e tem distância de 18,44 metros da parte de trás do home plate (base principal).
Assim como o montinho, o home plate é a outra área fundamental para a prática do beisebol. A principal base da modalidade serve como parâmetro para os jogadores e árbitro para a zona de strike e ainda é o objetivo final de todos corredores, que precisam cruzar essa base para conseguir anotar uma corrida.
Em volta dessa base de borracha que tem o formato de um pentágono há o batter’s box, zona que delimita onde os rebatedores podem se posicionar nos confrontos contra o pitcher e o catcher’s box, área atrás do home plate que aponta onde o receptor e o árbitro irão se posicionar.
O campo de beisebol ainda conta com mais quatro demarcações menos importantes em termos para o jogo, mas fundamentais para os jogadores e para a segurança.
Ao lado da primeira e da terceira base há uma zona para os treinadores se posicionarem e passarem instruções para os rebatedores.
Já perto do home plate existe o on-deck circle, região onde o próximo rebatedor fica aquecendo antes de chegar a sua vez de ir ao bastão.
Campo de beisebol: bola dentro, bola fora
Após a bola ser rebatida não é difícil saber se ela está em jogo ou fora de jogo e assim entender melhor as regras do baseball. Duas linhas dão “continuidade” ao home plate nas extremidades do campo, passando pela primeira e terceira bases e delimitando a área dentro de campo.
O que for rebatido para fora dessa área (lado direito da linha da primeira base e lado esquerdo da linha da terceira base para quem vê do home plate), não está em jogo se tocar no chão, já que as eliminações por bola aérea podem ser feitas em qualquer lugar do campo. Assim, a rebatida será uma foul ball.
Já as bolinhas que forem para dentro dessa área e para frente do home plate estão valendo.
Uma particularidade é que caso uma bola rasteira toque no lado de fora do campo, mas acabe morrendo no campo interno ou passando para o campo externo por dentro das linhas das bases no infield, ela está em jogo.
Como as bases ficam inteiramente dentro do campo, qualquer bola que tocar nelas estará em território válido.
Para ajudar a determinar os limites do campo também há o muro no outfield, que marca quando o campo acaba e ainda limita a zona de home run, já que bolinhas que estão em jogo e passam por cima do muro sem tocar no chão dão as quatro bases para o rebatedor.
Também há dois postes amarelos no muro que ficam na linha da primeira e terceira bases. Assim, se a bola bater no poste a bola foi dentro e, sendo uma rebatida direta no ar, um home run. Caso vá para o lado de fora do poste e também da linha que delimita a área de foul ball, a bola está fora do campo.
Campo de beisebol: as quatro bases
Depois de conseguir uma rebatida, o objetivo do corredor se tornar completar uma volta nas quatro bases, que basicamente são o “pique” do pega-pega e o que impede eles de serem eliminados.
A volta deve ser feita no sentido anti-horário, passando da primeira base, para a segunda, terceira até o home plate sem nenhuma delas ser pulada.
Campo de beisebol: as medidas
Além da distância entre o montinho e o home plate ser de 18,44 metros, a distância entre as bases é de 27,5 metros.
Já o muro ou cerca que delimita o final do campo geralmente é colocada a partir de 300 a 420 pés (91 a 128 metros) a partir do home plate, sendo que ela não precisa ser uniforme e pode, por exemplo, ser maior no campo direito do que esquerdo e entre outras possibilidades.
Além disso, a maioria dos campos tem uma zona de terra perto do muro de home run que serve como espécie de aviso para os defensores para alertar o final do campo. O nome dado à essa faixa de terra é warning track.
Campo de beisebol: bullpen
O bullpen é onde os arremessadores “reservas”, os relievers que entrarão em campo após o starter (abridor), ficam aquecendo durante a partida.
Existem dois tipos de bullpen: alguns estádios os jogadores precisam aquecer na lateral do campo, o que acontece no Tropicana Field, casa do Tampa Bay Rays. Outra opção é o bullpen ser “escondido” geralmente na área do outfield atrás do muro do fim do campo.
Campo de beisebol: peculiaridades do campo
Apesar de ter parâmetros básicos, o campo de beisebol pode ter suas particularidades e isso acontece muito na Major League Baseball. Dois campos são místicos e contam com características marcantes.
O Fenway Park, do Boston Red Sox, tem o famoso Green Monster, muro gigante no left field (campo esquerdo), enquanto o Yankee Stadium, desde sua versão original até o novo estádio, é conhecido por ser um campo atrativo para rebatedores canhotos, já que seu right field (campo direito) é considerado curto.
Além disso, alguns estádios estão optando por utilizar grama artificial como é o caso do Rogers Centre, casa do Toronto Blue Jays, que basicamente não tem terra em seu campo interno como os outros estádios.
Sem contar que, além de existirem ballparks com teto retrátil ou fechado, já houve um “montinho” no campo central do Minute Maid Park com uma bandeira no meio do campo, entre outras especificidades em outros campos.
Também é importante citar que o Great American Ball Park (Cincinnati Reds) e o Coors Field (Colorado Rockies) são conhecidos por serem amigáveis para os rebatedores e ruins para os arremessadores, sendo que o segundo tem como principal fator a afetar o desempenho dos atletas a altitude de Denver.
Por outro lado, o Oracle Park (antigo AT&T Park, San Francisco Giants) tem dimensões maiores e é conhecido por ser um verdadeiro cemitério das bolas voadoras, o que até interfere na média de corridas anotadas no estádio.
Visualizar esta foto no Instagram.
Campo de beisebol no Brasil
Apesar do Brasil viver um momento ambíguo no beisebol, em que algumas equipes tradicionais estão desaparecendo, mas muitos times amadores estão surgindo, as pessoas estão fazendo esforços para praticar a modalidade e existem alguns campos no país.
Os dois principais são o Estádio Mie Nishi, que recebeu o Pan-Americano de 1963 e fica localizado no Bairro do Bom Retiro, em São Paulo, e o CT do Yakult, que tem três campos em Ibiúna, no interior de São Paulo.
Os dois estádios também sediaram o Pré Pan-Americano de Lima, Peru, disputado em janeiro de 2019. Destaque também para a Arena Beisebol, primeiro centro de rebatidas de beisebol no Brasil. Você pode ver uma lista dos campos aqui: