Play-in NBA: o que esperar de Bulls x Hawks

Antônio Henrique Pires Collar | 17/04/2024 - 13:22

Chicago Bulls e Atlanta Hawks entram em quadra nesta terça-feira (17), a partir das 22h30, para a primeira das duas partidas que terão de vencer se quiserem chegar nos Playoffs 2024 da NBA. Assim como ocorreu com Kings e Warriors, o ganhador seguirá para a segunda rodada da repescagem, o chamado Play-in, enquanto o lado derrotado estará oficialmente eliminado.

Mas bem diferente da situação na Conferência Oeste, o cenário para os dois adversários do Leste não é de muitas perspectivas. Desde que o sistema de Play-in foi oficialmente implementado pela liga, em 2020-21, apenas o San Antonio Spurs de 2022 chegou a esta fase com um aproveitamento pior (41.5%). Os Bulls tiveram 39 vitórias (47.6%), e os Hawks 36 (43.9%).

Bulls e Hawks já pensam no futuro

A temporada foi tão ruim para Bulls e Hawks que a diferença deles para o Heat, oitavo colocado, foi maior do que a de Miami para o vice-líder. Enquanto o Heat ficou três vitórias abaixo do New York Knicks, Chicago terminou sete jogos atrás da oitava posição, e Atlanta 10. O time de Trae Young, aliás, teve a pior reta final entre todas as 30 equipes, com seis derrotas consecutivas.

Diante de tudo o que ambos os lados conseguiram apresentar nas 82 rodadas, a partida desta noite parece importar mais para definir quem entrará primeiro em férias do que propriamente um possível candidato real aos Playoffs. Quem ganhar ainda terá pela frente o perdedor de Philadelphia 76ers e Miami Heat, estes sim, ameaças verdadeiras à turma de cima.

Ao longo de toda temporada regular, tanto Bulls quanto Hawks lidaram com o assédio de outras franquias aos seus principais jogadores. Em Chicago, os nomes de DeMar DeRozan e Zach LaVine foram vinculados a diversas trocas entre outubro e abril, o que acabou não acontecendo. O que não significa necessariamente que o futuro dos dois All-Star será por lá.

Aos 34 anos, DeRozan pode fazer hoje sua última aparição com o uniforme consagrado por Michael Jordan. Seu contrato, que valia U$ 28.6 milhões (cerca de R$150 milhões, na cotação atual), terminará junto da participação da equipe no campeonato. A ideia da diretoria é buscar a reformulação para 2025, e este valor deve ser usado na busca por outras peças.

O vínculo mais longo do elenco é o de LaVine, que vai até 2027 e em seu último ano custará U$ 48.9 milhõe (R$ 256 milhões). Em 2023-24, o ala-armador sofreu com problemas físicos e entrou em quadra somente 25 vezes, sua pior marca desde 2018, quando chegou a Chicago. Seus 19.5 também foram os números mais baixos desde os 16.7 de quando chegou aos Bulls. Esta soma de fatores deve ser mais um problema na hora de encontrar um destino para o camisa 8.

Nos Hawks, os dois maiores contratos não terminam por agora, mas a ideia da franquia é de tentar enviá-los para outro lugar. Segundo o repórter Marc Stein, com passagens pelo New York Times e pela ESPN, o front office de Atlanta está disposto a negociar os armadores Trae Young e Dejounte Murray. A expectativa era de que a dupla conseguisse devolver o time à prateleira de cima da Conferência Leste, como ocorreu em 2021, mas em duas temporadas juntos os Hawks nunca venceram mais do que 50% dos seus compromissos. No ano passado, após também ter avançado no Play-in, foram eliminados logo na primeira rodada.

Antes visto como o nome que poderia conduzir os Hawks à briga pelo título, Trae conviveu nos últimos meses com a sua pior lesão como profissional e agora tem futuro incerto. O rompimento no ligamento de um dos dedos da mão esquerda tirou o armador de quadra por quase dois meses, período em que os Hawks venceram 12 e perderam nove jogos. Nos 28 duelos sem ele, a equipe conseguiu 50% de aproveitamento, melhor do que os 42% de quando ele jogou (22 vitórias e 32 derrotas). Trae retornou para as três partidas finais, contribuindo com 15.0 pontos e 10.0 assistências em 26.5 minutos, mas os Hawks perderam todos estes jogos.

Escrito por Antônio Henrique Pires Collar
Formado em jornalismo pela PUCRS e em Basketball Analytics pela Sports Management Worldwide. Com passagem de 6 anos e meio pela editoria de Esportes do jornal Zero Hora e do portal GZH, de Porto Alegre.