Na noite desta terça-feira (12), uma votação popular irá decidir o futuro do Oklahoma City Thunder na NBA; se vai para uma nova cidade, ou se permanecerá por ali mesmo.
A votação é para decidir se a prefeitura da cidade deve ou não entrar com recursos para bancar 95% dos custos de construir uma nova arena para a franquia; o gasto seria de aproximadamente US$ 900 milhões (R$ 4,4 bilhões, na cotação atual). Os outros 5% seriam arcados pelos executivos do Thunder.
Caso os moradores votem pelo “sim”, uma nova arena será construída para abrigar a equipe pelos próximos 25 anos, mas se a população não quiser apoiar a ideia, o time deverá deixar a cidade e ir para outro mercado —podendo até mudar de nome mais uma vez.
— A multidão está animada e pronta para votar ‘sim’. Essas crianças querem ver os jogos do Thunder pelos próximos 30 anos. Vamos fazer isso!—, disse David Holt, prefeito da cidade, otimista com o resultado positivo em suas redes sociais.
The crowd at tonight’s Thunder game is fired up and ready to vote YES Tuesday to Keep OKC Big League! These kids want to see Thunder games for the next 30 years! Let’s do this, OKC! pic.twitter.com/ooknSGxdxk
— Mayor David Holt (@davidfholt) December 12, 2023
O político ainda garantiu que os impostos não irão aumentar para a população; uma taxa da receita que já é gerada anualmente será realocada para a construção da arena.
Apesar do aumento dos gastos, manter o Thunder em Oklahoma City seria um bom investimento a longo prazo para a cidade, especialmente pelo momento da franquia. Atualmente, a receita gerada pelo time é de US$ 590 milhões anuais (R$ 2,9 bilhões).
Com Shai Gilgeous-Alexander e Chet Holmgren como rostos do time, o OKC tem a segunda melhor campanha da Conferência Oeste na temporada 2023-24, com 15 vitórias e apenas sete derrotas, e deverá voltar a disputar os playoffs depois de três anos se o ritmo for mantido.
Além disso, a capital de Oklahoma ainda é um mercado muito pequeno e inexplorado quando se trata de ligas esportivas dos Estados Unidos; além do Thunder, a cidade não é abrigo de nenhuma outra franquia, seja da NFL, MLB ou MLS.
Ou seja, manter uma equipe da NBA por lá é um grande atrativo. A arena ainda poderia ser usada para shows; hoje em dia, artistas optam por outras cidades do Estado porque a infraestrutura do Paycom Center não suporta esse tipo de evento.
Thunder x SuperSonics
Oklahoma City é a casa do Thunder desde 2007, quando Howard Schultz, proprietário do Seattle SuperSonics, promoveu um leilão e vendeu a franquia por US$ 350 milhões (R$ 1,7 bilhões) para um grupo de investidores da capital de Oklahoma liderados por Clay Bennett. O negócio, que foi aprovado pelos donos da NBA, incluiu também o Seattle Storm, da WNBA.
O que os executivos da liga não sabiam é que Bennett tinha outros planos para os SuperSonics: mudar o time para Oklahoma City assim que o contrato com a KeyArena expirasse.
A própria cidade tentou processar o investidor para impedi-lo de fazer a mudança, mas o grupo conseguiu um acordo e pagou US$ 45 milhões (R$ 220 milhões) para deixar o local, sob a condição de mudar o nome, o logo e as cores do time, na intenção de preservá-los para uma possível nova franquia em Seattle.
Por ironia do destino, uma das cidades visadas pelos donos do Thunder caso a votação não seja favorável ao gasto de recursos públicos é justamente Seattle, por já ter torcedores e um mercado forte de ligas esportivas.
Isso, no entanto, atrapalharia os planos de Adam Silver em expandir a NBA com duas novas franquias: uma em Seattle, revivendo os SuperSonics, e outra em Las Vegas, começando do zero.