Após o ataque de um atirador na Universidade de Nevada na última quarta-feira (6), LeBron James, que está perto do local para a semifinal da Copa da NBA, voltou a condenar o armamento civil nos Estados Unidos.
— Somos os únicos que continuamos lidando com a mesma história, a mesma conversa sempre que isso acontece. E não houve nenhuma mudança, é literalmente ridículo. Não faz sentido continuarmos a perder vidas inocentes nos campus, nas escolas, nos mercados comerciais e nos cinemas. É ridículo, simplesmente ridículo—, disparou ele, em entrevista a Michael Corvo, repórter do Clutch Points.
O ataque aconteceu no campus da universidade em Las Vegas, onde acontecerão as semifinais entre Los Angeles Lakers x New Orleans Pelicans e Milwaukee Bucks x Indiana Pacers, e a final do In-Season Tournament, nesta quinta-feira (7) e no sábado (9).
O atirador invadiu o local na manhã de ontem e abriu fogo contra os civis. Três pessoas foram mortas, e uma está internada em estado crítico. O suspeito já foi identificado, localizado e está morto. As informações são da polícia metropolitana local, que ainda não sabe o que motivou o crime.
Em 2017, a cidade de Las Vegas foi o palco do maior tiroteio da história do país quando um atirador invadiu um festival de música e matou 60 pessoas, deixando outras 500 feridas.
As leis de armamento civil nos Estados Unidos variam de acordo com cada Estado. No Texas, Tennessee e Nevada, por exemplo, a população não precisa de licença para portar um revólver —e é assim em mais 22 Estados. Para LeBron, essas regras precisam ser revistas.
LeBron x armamento civil
Esta não é a primeira vez que LeBron James se manifesta contra o armamento civil nos Estados Unidos. Em 2018, o astro da NBA comandou uma campanha pela causa juntamente com a liga, que tem fortes restrições quanto ao uso de armas por jogadores, treinadores e demais funcionários.
A iniciativa surgiu após um atirador matar 12 pessoas em um bar na Califórnia. As franquias que participaram da campanha foram Los Angeles Lakers, Los Angeles Clippers, Milwaukee Bucks e Atlanta Hawks.
Na ocasião, os jogadores das equipes usaram uma camisa em protesto, em que se podia ler a palavra “chega”, durante o aquecimento de seus respectivos jogos. Na parte de trás da peça de roupa estava a lista com os nomes das 12 vítimas.
Enough is #ENOUGH.
We stand together and remember those lost in the tragic shooting in Thousand Oaks. pic.twitter.com/ghkmRXXByl
— LA Clippers (@LAClippers) November 10, 2018
— Pensem que precisamos limpar essa questão da liberação das armas nos Estados Unidos, essa violência que temos com as armas aqui. Sabemos que pessoas podem comprar armas, e várias vidas inocentes estão sendo tiradas—, declarou LeBron, que idealizou a campanha na época.
Já pelas regras da NBA, ainda que alguns territórios nacionais autorizem o porte de armas em locais fechados sem nem precisar de registro, é proibido estar com um revólver nas dependências de qualquer franquia, incluindo os meios de transporte utilizados para viagens em temporadas, como ônibus e avião.
Este ano, Ja Morant, estrela do Memphis Grizzlies, recebeu duas punições por mostrar uma arma nas redes sociais. A primeira, em março, foi uma suspensão de oito jogos na reta final da temporada regular.
A segunda aconteceu durante as férias do jogador, que pegou um gancho de mais 25 jogos da atual temporada, além de acompanhamento e avaliação psicológica obrigatórios. Morant só poderá voltar a jogar no dia 19 de dezembro.