Kamilla Cardoso x Caitlin Clark: brasileira será protagonista em final histórica no basquete dos EUA

Antônio Henrique Pires Collar | 07/04/2024 - 09:30

O basquete feminino dos Estados Unidos vive neste domingo (7), a partir das 16h, um dos seus mais marcantes episódios, com a decisão do título nacional entre as universidades de South Carolina e Iowa. Sob os holofotes desta que promete ser uma final histórica para o esporte, a brasileira Kamilla Cardoso é a principal esperança da sua equipe para impedir a vitória da superestrela Caitlin Clark, que neste ano tornou-se a principal cestinha na Divisão 1 da NCAA, que inclui homens e mulheres.

Nas semifinais, Kamilla e Caitlin passaram por experiências bem diferentes, mas brilharam da forma que estão acostuamdas. A pivô brasileira liderou South Carolina com 22 pontos e 11 rebotes na fácil vitória por 78 a 59, enquanto a armadora norte-americana precisou suar para bater a favorita UConn por 71 a 69. Ela atuou todos os 40 minutos, terminando com 21 pontos, nove rebotes e sete assistências.

Mais do que a definição das campeãs, a partida encerra as carreiras universitárias das duas. Vencedora em 2022, ainda como coadjuvante, Kamilla tenta se despedir com o bicampeonato na condição de estrela do time. Vice no ano passado, a camisa 22 de Iowa quer fechar sua brilhante passagem pela NCAA com a única conquista que falta na coleção. Na próxima semana, elas estarão no Draft da WNBA: Caitlin Clark será a primeira escolha, e Kamilla é projetada como a quarta pela mídia especializada dos Estados Unidos.

Kamilla Cardoso e Caitlin Clark contribuíram para temporada histórica

Seja qual for o futuro do basquete entre mulheres nos Estados Unidos, tanto a nível universitário como profissional, a temporada de 2023-24 da NCAA será lembrada como um marco. Além das finalistas, jovens como Juju Watkins (USC), Cameron Brink (Stanford), Paige Bueckers (UConn) e Angel Reese (LSU) transformaram o campeonato em um dos mais badalados eventos esportivos do país.

Nos Estados Unidos, a partida entre Iowa e Uconn, na semifinal, teve uma média de 14.2 milhões de espectadores e tornou-se o jogo de basquete feminino mais assistido na história do país. O recorde anterior (12.3 milhões) havia sido estabelecido apenas quatro dias antes, quando Iowa venceu LSU.

Segundo dados divulgados pela ESPN, o pico de audiência da transmissão chegou a 17 milhões, tornando-se o jogo de basquete mais assistido na história da emissora – superando qualquer partida da NBA, por exemplo. A marca estabelece também a segunda maior audiência do canal para um evento que não tenha relação com o futebol americano. O recorde, ao menos por enquanto, foi registrado no empate entre Estados Unidos x Portugal, durante a Copa do Mundo de 2014, disputada no Brasil.

A última vez que um jogo de basquete havia segurado uma média de pelo menos 14 milhões de televisores sintonizados foi em 2022, na noite em que o Golden State Warriors venceu o Boston Celtics para conquistar o título da NBA – a transmissão, porém, não era da ESPN, mas da ABC, sua principal concorrente no segmento. Nas plataformas digitais, Iowa x UConn foi o evento universitário mais assistido na história do ESPN+, serviço de streaming da emissora disponível nos Estados Unidos.

Nas cinco vezes em que Caitlin Clark esteve em quadra desde o início do March Madness, a média de audiência entre ESPN e ABC foi de 8.3 milhões. A partida que definiu South Carolina e Kamilla Cardoso como finalistas não atraiu o mesmo público da superestrela, mas fez sucesso o suficiente para tornar-se a terceira semifinal mais assistida na história do torneio, ficando atrás apenas do jogo já citado e Stanford x Virginia, em 1992.

Os dois jogos da sexta-feira, aliás, combinaram para uma média de 10.8 milhões de espectadores simultâneos. Um aumento de 138% na comparação com os números registrados no ano passado – quando Caitlin também esteve presente.

Como assistir a South Carolina x Iowa

Horário: 16h00 (Brasília)

Transmissão no Brasil: ESPN e Star+

 

Escrito por Antônio Henrique Pires Collar
Formado em jornalismo pela PUCRS e em Basketball Analytics pela Sports Management Worldwide. Com passagem de 6 anos e meio pela editoria de Esportes do jornal Zero Hora e do portal GZH, de Porto Alegre.