Embiid vive melhor momento na NBA e entrega segredo: ‘Serei o cara mau’

Paola Zanon | 27/03/2023 - 13:00

Joel Embiid, que atualmente vive o melhor momento de sua carreira na NBA, entregou qual foi a mudança que o levou à média de 34,7 pontos por jogo na temporada pelo Philadelphia 76ers e o colocou à frente na corrida pelo prêmio de MPV de 2022-23.

— Eu não me importo com a pressão que todos colocam sobre mim. Tudo o que importa é a pressão que coloco em mim para vencer. Não fui duas vezes MVP, nunca cheguei ao primeiro time All-NBA, nunca ganhei nada. Então, por que há pressão sobre mim para fazer algo quando há caras que ganharam um monte de MVPs? — declarou ele, em entrevista ao The Athletic.

O pivô passou dois anos na “sombra” de Nikola Jokic, que venceu o prêmio de jogador mais valioso duas vezes seguidas. A pressão sobre Embiid, então, aumentou. Mas em vez de se preocupar com o prêmio individual, desta vez, o camaronês escolheu se preocupar com o maior título da liga.

— Cheguei a um nível diferente, tudo se resume a vencer. Tenho me concentrado nisso. Nós temos feito isso. O que quer que aconteça, acontece. Se eu ganhar o MVP, ótimo. Se eu não ganhar, tudo bem para mim.

A nova postura também teve um reflexo positivo na campanha dos Sixers, que já estão classificados para os Playoffs na 3ª colocação –por enquanto — com 49 vitórias e 25 derrotas. Mesmo sendo o maior pontuador da equipe, Joel dispensou o título de liderança.

— Todo mundo tem que aparecer. Eu tenho que fazer o meu trabalho. James [Harden] tem que fazer seu trabalho. Tyrese [Maxey] tem que aparecer, Tobias [Harris]. Os jogadores, o banco, todos nós temos que fazer nosso trabalho. Para vencermos, temos que ser perfeitos, e precisamos de todo mundo, temos que ser quase perfeitos — afirmou ele.

Para o camaronês, a equipe se encaixou de uma forma tão boa, que as chances de título são reais, apesar dos adversários. “É difícil vencer nesta liga. Tem duas grandes equipes na minha conferência, em Milwaukee e Boston, e temos que enfrentá-las. Vai ser uma luta vencê-las. Mas acho que combinamos muito bem”, avaliou.

— Estou animado. Espero que nenhuma lesão estranha aconteça, como nos últimos dois anos, quando tive azar. Mas no que diz respeito a mim e como posso levar meu time, tenho uma boa chance.

Desabafo

Embiid desabafou sobre os critérios da liga para decidir o título individual da temporada regular –que são desconhecidos. “Nikola mereceu e venceu. Mas, novamente, venceu na 6ª colocação do Oeste”, apontou ele. “Eu não faço as regras, não escolho os critérios, então é realmente sobre a preferência das pessoas. Sempre pensaram que eu era louco quando dizia isso, mas eu realmente acredito que não sou muito querido”, confessou.

A falta de favoritismo, no entanto, não o abalou nesta temporada. “Eu serei o cara mau. Eu gosto de ser o idiota, o azarão. Tudo bem para mim. Mas quando eu sair do jogo, quero ter certeza de que digam: ‘ninguém o parava, ele era um monstro’. É por isso que eu jogo, pelo respeito”, garantiu ele.

Embiid e Harden

Uma das coisas que faz com que Embiid não se coloque como líder dos Sixers é a presença de James Harden, que para ele, é o “melhor craque da liga”. A parceria entre os dois funcionou muito bem, principalmente porque ambos colocaram a equipe acima de suas performances individuais.

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— Desde o início, James renunciou muita coisa, eu renunciei muita coisa. Eu deixo a bola na mão do James porque acredito que ele vai facilitar meu trabalho, vai facilitar o trabalho dos meus companheiros. E funcionou muito bem para nós dois e para toda a equipe também–, admitiu.

James Harden e Joel Embiid, do Philadelphia 76ers. Foto: Bill Streicher / SUSA / Icon sport
James Harden e Joel Embiid, do Philadelphia 76ers. Foto: Bill Streicher / SUSA / Icon sport

— Entendemos que quando temos dois caras bons, dá pra tirar uma vantagem disso. Quando jogamos juntos, temos um fluxo. Quando você tem dois caras que gostam de jogar um com o outro, tudo fica mais fácil.

Apesar de superar os números de Harden — que também são impressionantes, Joel acredita que o armador é o verdadeiro líder dentro da quadra. “Não preciso passar a bola e fazer jogadas para meus companheiros o jogo inteiro. Eu gosto de marcar a bola e, na maioria das vezes, James me prepara para fazer isso. Quando ele não joga, eu assumo esse papel”, declarou.

Escrito por Paola Zanon
Paola Zanon é jornalista formada pela Cásper Líbero, repórter e redatora com passagens pelo Notícias da TV, R7 e UOL Esporte. A carreira no jornalismo esportivo começou com a cobertura dos Jogos Pan-Americanos de 2019 pelo R7 até chegar ao Quinto Quarto em fevereiro de 2023. São-paulina de coração e apaixonada por basquete, futebol e viagens.