Vai ser trocado? D’Angelo Russell vive melhor momento nos Lakers

Antônio Henrique Pires Collar | 22/01/2024 - 14:24

O Los Angeles Lakers finalmente encontrou a peça que buscava para ajudar LeBron James e Anthony Davis no ataque. Estamos falando de D’Angelo Russell, titular nos últimos cinco jogos, após sete partidas entre os reserva. Desde sua volta ao quinteto inicial, D’Lo teve médias de 27.2 pontos e 6.4 assistências.

Mais do que um auxiliar das estrelas, o armador tornou-se protagonista no momento da equipe. Anotou mais pontos do que LeBron (25.5) e Davis (22.0) no período e teve o melhor aproveitamento nos arremessos de quadra entre os jogadores com pelo menos 10 tentativas, 55.9% de conversão. Lidera ainda nos chutes do perímetro, 4.4 por jogo em 53.7% de acertos.

A melhora de desempenho levanta ainda mais dúvidas sobre o futuro imediato do time, uma vez que Russell é visto como um dos principais ativos da franquia em possíveis trocas. Após anotar 34 pontos na vitória sobre o Portland Trail Blazers, neste domingo (21), o atleta parecia estar emocionado em imagens registradas pelas câmeras de transmissão.

Até o dia 8 de fevereiro, data em que se encerra o prazo para negociações na NBA, o camisa 1 deve estar sob avaliação constante do General Manager Rob Pelinka. As informações vindas da imprensa dos Estados Unidos dão conta de que, por ora, apenas as estrelas são vistas como inegociáveis. Mas se o foco é melhorar o ataque, como trocar um armador de 27 pontos e seis assistências?

D’Angelo Russell melhorou aproveitamento e aumentou o volume

Não tenha dúvidas, a análise de Pelinka já começou. E vai passar também pela comissão técnica do Los Angeles Lakers, que precisa definir a melhor forma de utilizar o jogador. Nas cinco partidas desde que retornou à formação inicial, Russell não apenas converteu mais arremessos como passou a arriscá-los com mais frequência.

Nos primeiros 35 jogos da temporada (28 como titular), as médias eram de 12.0 chutes (46.6%) e 5.3 bolas do perímetro (38.5%). Agora, tem arremessado 18.6 (55.9%) e 8.2 (53.7%) de 3 pontos.

–  Nós estávamos tentando de todo jeito dar a bola para LeBron e Anthony Davis. Às vezes, acabávamos parecendo loucos forçando (jogadas), mas você precisa ser agressivo ao redor desses caras. Você os complementa sendo agressivo, não passando a bola. Isso é mais fácil de marcar, você se torna mais fácil de ser marcado. Quando voltei, minha ideia foi ser agressivo e ver como isso os complementaria – afirmou em entrevista-coletiva após a vitória sobre os Blazers.

O volume de D’Lo parece se refletir diretamente no do ataque como um todo. Neste recorte recente, as duas partidas em que menos arremessou, contra OKC (12) e Nets (14), foram também as que os Lakers menos pontuaram, 112 nas duas ocasiões. Nos jogos em que ele chutou pelo menos 20 vezes, o time passou a barreira dos 125 pontos todas as vezes.

Como a mostra ainda é muito pequena, vale ampliar a lupa também para as variações dentro destes próprios duelos. A derrota para o Brooklyn Nets, na sexta-feira (19), ilustra bem como a agressividade de D’Angelo Russell tem resultado em números positivos para LA. No primeiro quarto, ele teve oito chutes (cinco acertos, 63%), e a equipe terminou com a vitória parcial de 37 a 28. No segundo tempo inteiro, foram apenas quatro tentativas (1 acerto, 25%), e os Lakers não passaram dos 22 pontos tanto no terceiro quanto no último período.

Caiu o volume de Russell, caíram também os aproveitamentos individual e coletivo. Algo parecido aconteceu contra os Blazers, no domingo. Foram dois quartos em que os Lakers chegaram a 36 pontos, sendo que em um deles, o terceiro da partida, o armador liderou em arremessos tentados: oito tentativas, cinco acertos, sendo três deles do perímetro.

Cinco jogos talvez não seja uma margem suficientemente grande para D’Lo salvar seu emprego em Los Angeles, mas talvez seja o bastante para Darvin Ham pensar sua equipe de outras formas caso o armador permaneça no elenco. Talvez a solução para o ataque dos Lakers passe mais por ajustes técnicos do que por trocas no plantel.

Escrito por Antônio Henrique Pires Collar
Formado em jornalismo pela PUCRS e em Basketball Analytics pela Sports Management Worldwide. Com passagem de 6 anos e meio pela editoria de Esportes do jornal Zero Hora e do portal GZH, de Porto Alegre.
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