Copa NBA: LeBron James e Tyrese Haliburton disputam o título e o prêmio de MVP

Antônio Henrique Pires Collar | 09/12/2023 - 14:40

Talvez Adam Silver, comissário da liga, não imaginasse que o primeiro finalista da Copa NBA fosse o Indiana Pacers, uma das franquias de menor mercado nos Estados Unidos. Mas a verdade é que a decisão contra o Los Angeles Lakers, às 22h30 deste sábado, já é o jogo mais aguardado nesses quase dois meses desde o início da temporada regular. Não apenas pelo troféu em disputa, mas pelo confronto de gerações entre o fenômeno Tyrese Haliburton e a lenda LeBron James.

Além da taça do torneio e o bônus de 500 mil dólares, Haliburton e LeBron travam um duelo particular pelo prêmio de MVP da competição. Para o jovem armador de Indiana, essas seriam as primeiras conquistas da carreira. Em seu quarto ano como profissional, ainda não sabe o que é disputar uma partida de playoffs e fez sua estreia em confrontos eliminatórios nesta semana. Comandou as vitórias sobre os favoritos Boston Celtis e Milwaukee Bucks com médias de 26.5 pontos e 14.0 assistências. Ainda mais impressionante, não cometeu nenhum turnover.

Com 21 anos como profissional, o currículo de LeBron é conhecido: 4 títulos, 4 prêmios de MVP e 4 MVP das finais. Maior pontuador na história dos playoffs e da temporada regular, estabelece um novo recorde toda vez que entra em quadra. Prestes a completar 39 anos, a aposentadoria ainda parece distante. Com tanta história, hoje terá como principal adversário um dos seus maiores fãs na liga.

— Como qualquer criança dos anos 2000, LeBron era meu jogador favorito na infância. Poder competir com ele por um título é quase como a história de um livro. Essa é a parte legal de estar na liga, poder competir contra os seus ídolos todas as noites — afirmou Haliburton em entrevista coletiva na sexta-feira, antes da final da Copa NBA.

LeBron James e Tyrese Haliburton foram moldados em formas diferentes, com uma distância de 10 centímetros e 30kg a favor do Rei. Ainda assim, a influência do ídolo sobre o futuro astro da nova geração é clara em alguns aspectos do jogo. As principais talvez sejam a busca constante pela melhor jogada para a equipe e o cuidado com a bola.

Hali, como dito, não perdeu a posse de bola nenhuma vez nas quartas e semifinal. Mais do que talento, as estatísticas mostram a maturidade para tomar decisões acertadas em momentos de pressão. No último período contra os Bucks, foi o mais eficiente em quadra: converteu 3 dos 5 arremessos tentados e distribuiu três assistências. Aqui, seus erros talvez falem mais alto do que os acertos. Os únicos dois chutes que não conseguiu pontuar foram livres de marcação e em zonas onde ele tem 62.5% e 43% de aproveitamento na temporada – nestes mesmos locais, a média da liga fica em 42.6% e 35.9%, bem abaixo do camisa 0.

Na Copa NBA e na temporada regular, LeBron supera marca dos tempos de Heat

Para eliminar Phoenix Suns e New Orleans Pelicans, James parece ter ativado seu tradicional modo playoffs. Teve médias de 30.5 pontos, 9.5 assistências e 1.0 turnover – dois contra os Sun, nenhum diante dos Pelicans. Chamou atenção pela eficiência, sobretudo na semifinal, quando acertou 9 de 12 arremesos, 4 de 4 bolas triplas e 8 de 8 lances-livres.

Esta, aliás, tem sido uma das marcas da já histórica temporada de LeBron. Faz seu melhor ano na linha dos 3 pontos, com aproveitamento de 40.7% e também com maior eFG%, índice que mede a eficiência entre arremesos tanto de dentro quanto de fora do garrafão: 62.1%. Para se ter noção do tamanho disso, suas melhores marcas nos dois quesitos foram há 11 e 10 anos, respectivamente, quando ainda atuava pelo Miami Heat.

O ineditismo faz com que só o tempo possa dizer o valor histórico do título da Copa NBA. Para LeBron, talvez seja um capítulo pouco mencionado após a aposentadoria. Haliburton tenta sentir o sabor da vitória pela primeira vez para buscar voos maiores. Mas quis o destino que Adam Silvar, ao final das contas, desse uma sorte que nem sonhava ser possível: sua nova competição será decidida entre o maior nome da NBA no século e um dos mais empolgantes talentos da próxima geração.

Escrito por Antônio Henrique Pires Collar
Formado em jornalismo pela PUCRS e em Basketball Analytics pela Sports Management Worldwide. Com passagem de 6 anos e meio pela editoria de Esportes do jornal Zero Hora e do portal GZH, de Porto Alegre.