“Para mim é uma piada. Os Jogos Olímpicos de 2020, no Japão, e você não vai mandar os caras da MLB? Você quer divulgar o esporte ao máximo e não vai deixar a gente jogar as Olimpíadas porque não quer perder dinheiro por duas semanas? Isso é estúpido”.
Foi assim que Bryce Harper se pronunciou no início de maio sobre a postura da Major League Baseball em vetar a participação de seus principais jogadores de beisebol nas Olímpiadas, que foram adiadas para 2021.
A fala do defensor externo do Philadelphia Phillies é certeira. O comissário Rob Manfred vem fazendo esforços colossais para ampliar a popularidade da modalidade, que vem perdendo o público jovem e não é tão apelativo para a maioria das pessoas como seus pares NBA e NFL.
Entre as recentes medidas da liga para aumentar a popularidade do beisebol estão: realizar jogos internacionais (México, Inglaterra, Japão, Austrália, Porto Rico e Cuba são alguns dos destinos visitados pela MLB) e dar mais atenção e carinho nos últimos anos ao World Baseball Classic.
O movimento mais notável desses foi levar partidas com grande apelo popular (Red Sox e Yankees em 2019) para Londres, que receberia Cardinals e Cubs neste ano. Esse foi o grande movimento de internacionalização do esporte, uma vez que os outros países que receberam jogos já tem o hábito de acompanhar o beisebol.
Permitir as estrelas do beisebol nas Olimpíadas seria o ápice, porque o mundo inteiro vira suas atenções para o maior evento esportivo do mundo.
Depois de 2008, na China, a modalidade ficou fora das edições de Londres (2012) e Rio de Janeiro (2016). O retorno se deu justamente porque os próximos jogos serão no Japão, que ama o beisebol, e existe uma forte tendência de o esporte sair da edição de 2024 em Paris, França, antes de (possivelmente) retornar em 2028, Los Angeles.
Assim, desperdiçar a oportunidade de ter confrontos como Shohei Ohtani versus Mike Trout, como o próprio Bryce Harper sugeriu, seria um grande erro.
O impasse é: como permitir um buraco na temporada para permitir a ausência dos grandes nomes?
O astro dos Phillies não dá a resposta e ninguém a tem. Contudo, uma sugestão seria começar a tabela antes – uma vez que teremos uma temporada reduzida em 2020 – e permitir uma pausa de duas semanas ou uma redução de jogos neste período.
Com isso, as equipes seriam menos afetadas neste período e com o beisebol nas Olímpíadas o esporte e a liga teriam uma exposição global com seus principais nomes. Oportunidade perdida pelo visto.