Com meses de atraso, MLB descobre o real “problema do beisebol”

André Garda | 28/03/2019 - 08:00

Em 2016, estudou limitar os shifts para resolver o “problema do beisebol”: a falta de corredores em base e, de certa forma, de emoção (para os leigos que não entendem o confronto entre arremessador e rebatedor) e de corridas.

Contudo, o “problema do beisebol” não vem sendo o shift e a liga só conseguiu descobrir isso com três meses de atraso. “Para mim, a empolgação do beisebol vem de ter bolas o suficiente em jogo e não temos bolas o suficiente em jogo. Temos que colocar mais bolas em jogo. Todos estão conseguir strikeouts e isso é uma preocupação para mim”, declarou o executivo Joe Torre – uma verdadeira lenda em campo.

O ponto chave é: está faltando rebatidas. Sem mais. No ano passado, foram dois meses em que o número de strikeouts superou o número de rebatidas. É legar ver o seu time conseguir um strikeouts, mas muito mais empolgante é a bola em jogo, os corredores ousando e os defensores trabalhando.

A bola entrar em jogo independe do shift e aqui vai outra crítica: cada vez mais a partida está virando home runs e strikeouts. A emoção de mandar a bola para o outro lado do muro só existe se isso não for algo corriqueiro e que acontece a todo momento, sendo a única alternativa de uma equipe, como vimos acontecer com o New York Yankees.

Então, comissário Rob Mandred, dê sequência ao seu bom trabalho (principalmente tentando sair do pragmatismo e puritanismo do “beisebol antigo” e buscando acelerar o jogo), vamos tentar resolver essa questão.

Além de mais bolas em jogo poder acelerar o jogo, uma vez que não serão necessárias sempre, pelo menos, três arremessos, a partida ficará muito mais atrativa para olhos externos.

Como sugestão para resolver o “problema do beisebol”? Reduzir a zona de strike (algo que já foi pensado) seria algo interessante, que não afetaria tanto os jogadores e não mudaria a essência do jogo como uma mudança de distância do montinho com o home plate ou baixar o montinho.

Com uma pequena redução, os pitchers terão que jogar bolas mais açucaradas e os rebatedores terão uma zona menor para se preocupar. O resultado? Menos domínio de uma posição que evoluiu exponencialmente desde a criação da modalidade.

Quem tiver mais soluções, podem mandar para o escritório do comissário (245 Park Ave, New York, NY 10167, EUA) porque precisamos deixar o esporte mais atrativo para o público jovem. Observação rápida para quem reclama do tempo parado do beisebol: ele é o mesmo que o do futebol americano, que passa mais a imagem da intensidade.

Importante destacar que tanto a MLB como a Associação dos Jogadores seguem negociando para resolver outros problemas mesmo após as mudanças anunciadas recentemente.

Escrito por André Garda
Amante de esportes em geral e ex-jogador de beisebol. Apesar de preferir o passatempo americano e torcer pelo New York Yankees, me redimo ao acompanhar o sofrido Miami Dolphins na NFL e fico sem time da NBA.
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