Borrachinha critica UFC e diz o que a organização deve pensar dos brasileiros: ‘eles vivem na selva, não precisam de dinheiro’. Borrachinha disse em entrevista que acredita que o orgulho dos lutadores brasileiros muitas vezes atrapalha os próprios conterrâneos quando chegam novas ofertas de contrato, pois os mesmos ficam presos em acordos de longo prazo que os desvalorizam ao aceitar lutas sem se autovalorizarem financeiramente.
Paulo Borrachinha pode fazer uma última luta e sair do UFC
A título de informação, Borrachinha chegou ao UFC em 2017 e seu contrato foi acordado pelo ex-empresário do lutador, Wallid Ismail. No contrato vigente, o brasileiro recebe uma bolsa de US$ 70 mil (cerca de R$317 mil) e mais um bônus do mesmo valor em caso de vitória.
No momento, a organização ofereceu um novo vínculo de mais seis lutas com bolsa de US$ 500 mil. O brasileiro aceitaria US$ 500 mil para lutar somente contra Whittaker. Esta é aproximadamente a quantia que o mineiro entende ser justa para o duelo.
O problema é que o UFC não quer pagar esse valor, isto é, quer aproveitar sua última luta “barata” contra Whittaker antes de renovar e ter que desembolsar US$ 500 mil em um cogitado acerto para mais seis lutas.
Enfim, enquanto nada se define, Paulo Borrachinha disse que, de fato, não deve lutar no UFC 284 por estar muito perto do evento. No entanto, caso a organização negocie números de verdade para a luta contra Whittaker ou outro adversário para março, o mineiro estaria aberto para conversas.
“Preciso fazer mais uma (luta), vou fazer (isso). Mas pelo que meu pagamento é agora, (não), seria contra um cara fora do ranking ou com classificação inferior.
Eu gostaria de lutar com Whittaker, mas acho que só se eles negociarem um pouco, porque Hunter apenas diz o número e avisa: “Pega ou não”. Isso não é negociação. – finalizou Borrachinha.
Borrachinha critica UFC e diz o que a organização deve pensar dos brasileiros: ‘eles vivem na selva, não precisam de dinheiro’
“Em algum momento, devo dizer para parar, não farei isso. Mas não, porque somos brasileiros, só queremos lutar. Não nos importamos muito. Eles dizem: ‘OK, você luta dessa maneira, vamos lá. Você luta contra o número 5 [lutador do ranking]’ [e diremos:] ‘Vamos, estou bem com isso, pelo mesmo dinheiro.’
Estamos fazendo isso há muito tempo, mas não ajuda os negócios dos atletas. Isso é horrível para o negócio do lado do lutador. Então você não pode simplesmente dizer sim. Alguém disse: ‘Se você é bom em alguma coisa, não faça de graça – ou por dinheiro de m***.’ … Fiz muito no passado e é o suficiente.” – disse o brasileiro.
De fato, o UFC anunciou a luta, pressionando o público para que Borrachinha assinasse o contrato, mas o brasileiro não cedeu a pressão e deu seu lado da história.
Em entrevista recente ao The MMA Hour, o mineiro indicou que tais táticas deixavam os lutadores brasileiros sob pressão para aceitar qualquer valor, indicando qual é o pensamento dos organizadores ao negociarem com brasileiros.
“Acho que eles oferecem números muito baixos para os brasileiros. Talvez eles pensem, Ah, esses filhos da p#t4 do Brasil, eles vivem na selva, não precisam de dinheiro de verdade porque a moeda é cinco vezes menor que o dólar, então vamos pagar os touros*** (xingamento que se refere, neste caso, a pagar uma mixaria)”.” – pontuou Paulo Borrachinha.
Foto destaque: Divulgação/O Tempo