Um dos maiores nomes das artes marciais mistas e atual destaque no UFC completou quatro décadas no domingo do dia 17 de outubro deste ano. Trata-se da norte-americana Holly Holm, chamada de Preacher’s Daughter, que significa filha de pastor. Desse modo, está marcada na história, pois já foi campeã dos galos, e também já disputou o cinturão peso-pena da maior organização de MMA do mundo, dentre muitos outros feitos.
Conteúdo
TRAJETÓRIA
Natural de Albuquerque, Novo México, é filha de um pregador na Igreja de Cristo (motivo de seu apelido) e de uma massoterapeuta. Desse modo, a primeira experiência nas artes marciais foi aos 16 anos, no kickboxing, por intermédio do treinador Mike Winkeljohn, que viu potencial na garota. Posteriormente, em setembro de 2001, Holly Holm levou o torneio meio-médio amador IFK de kickboxing, realizado em Kansas City, Missouri, onde venceu a primeira luta nocauteando sua oponente aos 34 segundos do primeiro round.
Aos 21 anos, Holm começou sua trajetória no boxe estreando com nocaute técnico em sua cidade natal, Albuquerque. Em 2004, veio a primeira conquista na nobre arte. O título inaugural dos ligeiros. Em seguida, ganhou seu primeiro título da WBA (Associação Mundial de Boxe), na categoria dos médios.
Holly Holm seguiu sua caminhada no boxe e rapidamente já era um dos principais nomes do esporte. Passou mais de sete anos invicta. Assim, ganhou seis prêmios seguidos de Lutadora do Ano pela aclamada Revista The Ring, durante os anos de 2005 e 2010. Porém, sua grande consagração no esporte veio no ano de 2013 quando ela entrou para o Hall da Fama do Boxe.
Imagem: Getty Images
MIGRAÇÃO PARA O MMA E ESTREIA NO UFC
Sua primeira luta de relevância foi realizada em 28 de fevereiro de 2013, com vitória sobre Katie Merrill, no Bellator 91, em Rio Rancho. A filha do pastor também teve passagem bem sucedida pelo Legacy FC conquistando três vitórias em suas três lutas. Holly Holm vivia grande fase no MMA com sete vitórias, sem ter sofrido nenhum revés.
Além disso, cinco dessas vitórias vieram via nocaute, o que despertou a atenção de Dana White. Assim, não demorou muito para a atleta da Jackson’s-Winkeljohn’s Mixed Martial Arts encaminhar sua transferência para a maior organização de MMA do mundo.
A primeira luta no UFC foi realizada em 28 de fevereiro de 2015, no Staples Center, na edição de número 184, contra Raquel Pennington, onde em um duelo de bastante equilíbrio, Holm saiu vencedora por decisão juízes. Decisão bastante contestada pela sua oponente.
Nesse ínterim, logo na sequência foi a vez de Marion Reneau, no UFC Fight Night 71, realizado em San Diego, conhecer a força dos golpes da filha do pastor. Num duelo de domínio absoluto de Holly Holm, mais uma vitória para seu cartel, desta vez por decisão unânime.
Holly Holm chegou a nove vitórias em seu cartel invicto e como a então campeã e badalada Ronda Rousey já havia “varrido” a categoria peso-galo, a grande chance da vida de Holm havia chegado. Dana White anunciou o duelo entre Ronda Rousey x Holly Holm, na luta principal do UFC 193, válido pelo cinturão linear da categoria dos galos.
AUGE – A NOVA CAMPEÃ DO UFC
Em novembro de 2015, em Melbourne, Austrália, o palco estava pronto para receber a campeã Ronda Rousey, que fazia sua sétima defesa de cinturão, contra a desafiante e invicta, Holly Holm. A campeã subiu ao octógono como franca favorita, como foi ao longo de toda sua carreira. Ronda nunca deixou pedra sobre pedra. Sempre venceu suas oponentes de forma fulminante.
Holm entrou na luta com seu boxe bem alinhado e com chutes na linha de cintura da campeã para evitar a aproximação de Ronsey, que queria levar a luta para o solo. Assim, o primeiro round foi de muita movimentação e bastante tenso por parte das atletas e dos fãs que acompanhavam ansiosos a luta para ver se Ronda conseguiria manter sua hegemonia ou se teríamos uma nova campeã.
Então, começou o segundo round, e com ele uma Holly Holm voltou disposta a liquidar a fatura. Assim, aos 59 segundos, veio a consagração definitiva. Com um direto de esquerda que acertou o rosto de Ronda, que com isso perdeu o equilíbrio, combinado com um chute alto, Holly Holm destronou uma das campeãs mais populares da história do UFC. Holly Holm chegou a consagração máxima e naquele momento entrava para o seleto hall de campeões da maior organização de MMA do mundo.
PERDA DO TÍTULO E SEQUENCIA NO UFC
O reinado de Holly Holm não durou muito. No UFC 196, em 5 de março de 2016, no MGM Grand, perdeu o trono ao ser finalizada por Miesha Tate, no quinto round, num duelo em que Holm estava muito próxima da vitória por decisão. Entretanto, Tate conseguiu chegar a uma posição de vantagem no solo e aplicar o mata-leão que desligou Holm.
Posteriormente, seguiu sua caminhada na organização. Sempre foi uma atleta extremamente respeitada no meio e apesar dos 40 anos, continua entregando grandes lutas e se mantendo no todo das divisões femininas. A filha do pastor chegou a ter novas oportunidades de conquistar o cinturão, entretanto acabou sendo derrotada.
Em fevereiro de 2017 foi derrotada para Germaine de Randamie, em disputa válida pelo cinturão inaugural peso-pena feminino do UFC. Em dezembro do mesmo ano, nova disputa de cinturão dos penas e nova derrota. Desta vez para a brasileira Cris Cyborg, por decisão unânime. Por fim, em disputa pelo cinturão peso-galo, foi derrotada para brasileira Amanda Nunes, via nocaute no primeiro round.
Desde então, Holly Holm fez outras duas lutas e se mantém ativa na organização. Em sua luta mais recente, derrotou Irene Aldana, em outubro de 2020 por decisão unânime. Assim, a filha do pastor segue sua caminhada e seu nome está sempre sendo cogitado para uma nova disputa de cinturão. Assim, o que temos de fato é que Holly Holm é um dos maiores nomes da história do MMA feminino e seu belo legado já está escrito.
Foto: Reprodução / Quinto Quarto