Amanda Nunes, que se aposentou como campeã peso-galo (até 61,2 kg) e peso-pena (até 62,1 kg) do UFC, alcançou feitos notáveis não apenas no octógono, mas também ao enfrentar e superar o preconceito e a homofobia ao longo de sua carreira. Em uma indústria onde os estereótipos e a discriminação ainda são desafios, a Leoa emergiu como um símbolo de sucesso para atletas LGBTQIAP+ em todo o mundo.
Desde o início de sua carreira, Amanda Nunes não se intimidou em assumir sua orientação sexual. Ela se manteve autêntica e orgulhosa de sua identidade. Enfrentando o preconceito, a brasileira escolheu focar no seu desempenho no octógono como forma de resposta ao preconceito.
Tanto que, em sua primeira conquista de cinturão da organização contra Miesha Tate, em julho de 2016, Amanda fez questão de dizer que era a primeira campeã do UFC assumidamente homossexual. Em entrevista ao UOL, ainda na época, a campeã pregou sua responsabilidade e ajuda na luta contra a violência e o preconceito.
— Eu sou a primeira campeã gay. O preconceito ainda está muito grande com isso. E eu quero ajudar de certa forma, mostrar para as pessoas que o respeito é mais importante de tudo e o amor. Onde existe o amor, existe a paz. E é isso que prevalece. A própria pessoa que às vezes fica desconfortável e não sabe. Então eu acho que esse foi um ponto positivo, eu conseguir dividir esse momento da minha vida e abrir meu coração. Quero ajudar nisso —
Amanda Nunes e a mensagem LGBTQIAP+
A coragem de Nunes em ser quem ela é inspirou muitos dentro e fora do mundo do MMA. A lutadora se tornou um modelo de força e resiliência para outros atletas LGBTQIAP+ que buscam alcançar o sucesso em suas respectivas áreas. Sua mensagem é clara: orientação sexual não define a habilidade ou paixão por um esporte.
— Fui crescendo e cansei de esconder, ter que beijar alguns meninos na frente da minha irmã. E namorar na porta para minha mãe não pensar nada e ficar preocupada com as pessoas também. Teve um dia que eu cansei. Eu disse: ‘chega, tenho que ser quem eu sou, não posso viver assim para sempre —
No entanto, Nunes não percorreu esse caminho sozinha. Ela encontrou um forte apoio dentro da comunidade do MMA. Fãs, colegas de luta e até mesmo adversários a respeitam e admiram não apenas por sua habilidade no octógono, mas também por sua coragem e autenticidade. Nina Nunes, sua esposa e ex-lutadora da organização, também está sempre ao lado da campeã. E ela contou, também ao veículo, como começou a relação.
— Fiz um primeiro treino com Nina, que é um primeiro treino específico para a luta e fiquei em choque, porque nunca treinei com uma mulher antes e foi a primeira vez que fiz um sparring. O sparring apresenta o contato direto. No caso os golpes são bem agressivos e Nina continuou lá. Então eu pensei: ‘Rapaz, essa mina tem talento’. Começou uma grande amizade. A gente começou a ir para baladas, se divertir e tudo. E aproveitar bastante o dia que a gente não treinava e aí aconteceu e começou o namoro. Mas primeiro foi amizade —
A presença da Leoa no UFC desafia estereótipos e estabelece um exemplo poderoso para a comunidade esportiva. Ela está ajudando a criar um ambiente mais inclusivo, onde todos são valorizados e respeitados, independentemente de sua orientação sexual.
Amanda Nunes espera novo filho
Agora aposentada do MMA, Amanda Nunes está à espera de seu segundo filho.
Em abril deste ano, junto à esposa Nina Nunes, a brasileira utilizou suas redes sociais para compartilhar a notícia da gravidez e celebrar o momento com seus seguidores.
Amanda compartilhou um emocionante vídeo de sua primeira filha, Raegan Nunes, acompanhando o ultrassom de Nina.
Ela também aproveitou a publicação para revelar o nome do novo filho: Hazel Ann Nunes.
— Mal podemos esperar para ver seu rostinho, Hazel Ann Nunes —
Nunes x Aldana – UFC 289
Amanda Nunes é mais do que uma lenda do UFC; ela é uma verdadeira lenda que transcende o esporte. Sua jornada corajosa e triunfante continuará a impactar positivamente a comunidade LGBTQIAP+ e servir como um farol de esperança para todos aqueles que enfrentam preconceito e homofobia em suas vidas diárias.
Amanda Nunes, de 34 anos, fez sua última luta contra Irene Aldana. Reconhecida, por muitos, como a GOAT (Greatest of All Time, ou Melhor de Todos os Tempos, em tradução livre), ela bateu a mexicana na decisão unânime e marcou sua despedida do esporte ao defender o cinturão peso-galo (até 61,2 kg) pela sexta vez. O confronto aconteceu no UFC 289 do dia 10 de junho. A Leoa, como é chamada, somou um cartel de 23 resultados positivos e cinco negativos.
Marcada na história do #UFC! 🔥
Veja os melhores hits de @Amanda_Leoa na organização!
[ #UFC289 | Sábado (10) | 20h | 📺 💻 📱 Ao vivo no @UFCFightPassBR – assine em https://t.co/iAvMFO5pk6 ] pic.twitter.com/ApR5YziDHh
— UFC Brasil (@UFCBrasil) June 5, 2023