Em primeiro lugar, Alan Patrick Silva Alves, popularmente conhecido como Alan Nuguette, luta na categoria peso-leve do maior evento de MMA do mundo, o UFC (Ultimate Fighting Championship). A saber, o manauara já tem adversário para a próxima luta no UFC. Assim, o atleta de 38 anos vai enfrentar Michael Johnson no próximo dia 7 de maio, no UFC 274: Oliveira x Gaethje.
Antes de mais nada, Alan Nuguette é companheiro de academia e de treinos do atual campeão dos leves do UFC, Charles Oliveira, o Charles do Bronx. De antemão, a parceria dos dois é notória e os discípulos do Mestre Diego Lima se mostram muito preparados para o confronto. Confira a entrevista exclusiva com Alan Nuguette.
Entrevista com Alan Nuguette
– Você teve uma vida difícil na infância. Usa isso constantemente como estímulo para vencer as lutas ou isso é coisa do passado e hoje tem novos motivos para inspirar?
“Eu tive uma vida muito difícil na minha infância e eu uso isso para me manter sempre com os pés no chão e saber de onde eu vim, onde estou e onde quero chegar. Uso isso como inspiração para não regredir, sempre avançar, avançar e avançar”.
– Qual a sensação após a primeira derrota, visto que vinha de uma sequência de 12 vitórias seguidas?
“É muito ruim, só quem já passou por isso sabe como é. É muito doloroso. O público brasileiro é muito cruel. Bate Muito! “Ah, não presta mais…”. Mas por um lado isso é bom, porque a gente aprende a lidar com os dois lados da moeda. Perder me colocou muito para baixo, mas depois me fortaleceu muito”.
– Todas as vezes que lutou em Las Vegas não conseguiu sair vitorioso. Tem algo diferente no octógono de lá ou o que faltou para vencer?
“Rapaz, isso é verdade mesmo. Tem alguma superstição (rs). Acho que Las Vegas não é cidade para mim não (rs). Eu já empatei lá, já perdi duas vezes… Meu irmão, é pesada aquela cidade lá. Eu já ganhei em vários lugares do mundo, mas em Las Vegas tá difícil. E olha que lutei lá três vezes. Mas, fazer o quê?! São ossos do ofício. Água mole em pedra dura tanto bate até que fura”.
– Dentre todas as lutas que na carreira de Alan Nuguette, qual o adversário mais difícil que enfrentou?
“O adversário mais difícil que eu enfrentei foi “Kel Fúria” (Kelles Albuquerque), acho que foi minha oitava luta, no Bitetti Combat. Foram três rounds de porrada. Moleque nordestino duro demais. Uma luta muito forte! Tentei pegar, tentei fazer tudo: dei knockdown, ele me deu knockdown, me colocava para baixo… foram 15 minutos de guerra. Essa foi a melhor e pior luta. Guerra total do começo ao fim”.
– Quais as principais lições que se aprende com uma derrota?
“Aprendi que nem tudo é do jeito que a gente quer ou planeja. Traçamos um plano, mas, às vezes, tem adversidades. Mas isso mostra que temos que ser mais fortes ainda para tentar superar essas adversidades no próximo combate quando você perde”.
– Quando vence, há um relaxamento? O que fazer para não deixar a vitória subir a cabeça?
“Não um relaxamento, mas uma sensação de dever cumprido. Você trabalhou, completou sua missão. Fez todo o treinamento e chega lá (no octógono) e você vence. Então, a alto-estima automaticamente sobe. Mas acontece de, às vezes, nos treinos, você puxar o freio de mão sem querer. Portanto, tem que continuar trabalhando da mesma forma ou aumentar a dosagem. É isso que o Diego Lima aqui na Chute Boxe está fazendo. Charles (do Bronx) foi campeão, defendeu o cinturão, vai defender de novo e de novo… e ele só está aumentando a dosagem de treinamentos. Está sendo muito árduo, mas está sendo top!”.
– Em sua próxima luta contra Michael Johnson, qual a principal arma contra ele?
“Ele é experiente na organização, tem várias lutas, não vem em uma boa fase, assim como eu, mas é aquilo de sempre: vamos usar o brazilian jiu-jitsu e cair para dentro! Usar sempre o que a gente tem de melhor e mais forte, que é o BJJ. Ele vai usar o wrestling dele, a trocação, mas a gente está treinando aqui na Chute Boxe com o Diego Lima e estamos preparados para a trocação. Vamos para cima!”.
– Qual a principal arma do rival a se neutralizar?
“Com certeza é o wrestling dele. Ele vai querer colocar para baixo. Eu vou defender bastante, mas é a arma número 1 dele, é um cara que tem um background bom na trocação, mostrou isso contra vários caras duros. Mas estamos preparados e vamos trabalhar”.
– Michael Johnson é o cara ideal para a recuperação do Alan Nuguette, visto que é um rival que não vencer há quatro lutas?
“Todo mundo entra em cada luta para deixar tudo de si e vencer. Mas nem sempre os planos são como a gente quer. Eu vou para vencer, ele também vai para vencer, a gente vai deixar o nosso máximo lá em cima e, no final, quero sair com o braço levantado. Seja nocauteando, finalizando ou por pontos, meu objetivo é vencer”.
– Quem é o seu maior parceiro de treinos do Alan Nuguette nas preparações para a luta?
“Cada academia eu escolho um aleatoriamente para treinar, mas aqui na Chute Boxe tem um cara que é lá do Norte, de Manaus, que é o Elvis Damasceno. É um moleque que luta na mesma divisão que eu, acabou de lutar lá no Predador, no México, em Cancún, venceu e vem de várias vitórias… ele é um dos principais sparrings do Charles (do Bronx) também. Charles também está me ajudando bastante. Mas o principal mesmo deste meu camping mesmo está sendo o Elvis. É um parceirão, mas está me espancando muito e eu estou espancando muito ele. Quando chegar lá (no UFC) vai valer muito a pena todo nosso esforço. Ele já garantiu a vitória dele e agora eu vou buscar a minha”.