Matthew Stafford é o novo quarterback do Los Angeles Rams. Quem acompanha o Quinto Quarto sabe que sou crítico contumaz de Jared Goff. E, em uma troca blockbuster fechada no final da noite deste sábado (30), os Rams adquiriram Stafford junto ao Detroit Lions e ainda se livraram de Goff.
Resumo da troca (que não pode ser oficializada até março, novo ano da liga):
- Os Rams recebem o quarterback Matthew Stafford;
- Os Lions recebem Jared Goff, duas escolhas de primeira (2022 e 2023) e uma de terceira rodadas (2021) de Draft.
Trades cannot become official until the start of the league year March 17. But after fielding several offers — including multiple teams offering first-round picks in this year’s draft — the #Lions get their deal, and a new QB, while Matthew Stafford gets a fresh start. https://t.co/DlVa0UsNBQ
— Tom Pelissero (@TomPelissero) January 31, 2021
Só de olhar assim, podemos dizer que os Lions saíram MUITO bem desse negócio. Sim, é verdade, afinal o time terá muito o que fazer com essas escolhas de draft. Mas nem tudo são flores. Afinal, o time de Detroit terá que arcar com o restante do ‘contratinho’ de Goff.
Em resumo: Goff ainda tem quatro anos, e US$ 106,6 milhões remanescentes em seu acordo.
ISSO É PESADO. O novo general manager Brad Holmes, dos Lions, terá que ser um gênio para lidar com esse contrato.
É até difícil pensar em tudo isso. Afinal, os Lions saíram bem com essas escolhas, mas ao mesmo tempo vão ‘herdar’ um contrato extremamente punitivo. Já os Rams pegam um Stafford que tem quase 33 anos de idade, mas ainda tem lenha para queimar.
Os Lions estão pensando no futuro e os Rams no presente. Acho que isso resume bem.
Quer a prova de que os Rams estão ignorando um pouco a formação do time a longo prazo? Em 2023, será a SÉTIMA temporada consecutiva em que a franquia de Los Angeles não vai escolher um jovem jogador na rodada inicial do Draft. Impressionante.
Mas… vamos falar de Stafford, que é quem importa nessa troca. Aliás, mais cedo nesta semana, meu amigo do peito João Fraga soltou um textaço sobre o futuro de Stafford que ainda vale a leitura.
Particularmente, gosto muito de Stafford. Se ele conseguir se afastar das lesões, acho um quarterback para chegar e colocar os Rams em um novo patamar.
Por que eu acho Stafford tudo isso? Simplesmente porque ele tem presença de pocket e sempre me fez enxergar um algo a mais em seu jogo.
O camisa 9 deixou os Lions como líder da história da franquia em quase todas as estatísticas de passe. Além disso, ele é 16º na história da NFL em jardas de passe (45.109) e touchdowns de passe (282). Fica também em 18º em passes tentados (6.224) e em 14º em passes completados (3.898).
Obviamente, se pegarmos o passer rating dele na carreira, não é nada demais (89.9), mas ainda o deixa em 21º em todos os tempos, e suas 144 interceptações o deixam empatado em 66º na história ao lado de Joe Flacco e Steve Bartkowski.
O que mais me chama a atenção é que Stafford é o quarto da história da NFL em jardas de passe por jogo (273.4), atrás apenas de Patrick Mahomes, Drew Brees e Andrew Luck. E o quarto em passes completados por jogo (23.6), atrás de Brees, Mahomes e Matt Ryan.
Selecionado com a primeira escolha geral do draft de 2009 pelos Lions, Stafford se tornou titular imediato de Detroit. Porém, lesões (incluindo um problema no ombro) dizimaram as duas primeiras temporadas dele na liga.
Contudo, de 2011 em diante, ele foi titular de todas as partidas até 2019. Foram 136 partidas seguidas como titular, sexta maior sequência de um QB na história da NFL, até essa série ser quebrada em 2019 devido às fraturas nos ossos das costas.
Mesmo com os Lions sendo um lixo tóxico há anos e anos, Stafford manteve a equipe competitiva. Em meio a essas várias lesões, ele teve oito temporadas de 4.000 jardas ou mais e uma de 5.038 jardas aéreas em 2011, quando ele também lançou para 41 TDs, maior marca da carreira.
Depois de falar tudo isso, acho que até vou me poupar de compará-lo com Goff. Seria tipo comparar um carro de luxo com o Santana do meu vizinho…