Qual o técnico mais amado da NBA?Jogadores dos 32 times respondem

Eduardo Barão | 26/04/2024 - 19:33

Erik Spoelstra é o técnico dos sonhos; Tom Thibodeau dos pesadelos. Pelo menos na opinião dos jogadores da NBA. 

Desde 2019 o site americano The Athletic faz uma pesquisa anônima com os jogadores da liga, e pergunta, entre coisas como “quem será o MVP?” (Nikola Jokic na liderança, olha só), ou “quem é o melhor de todos os tempos?” (Jordan segue liderando, mas perdendo vantagem a cada ano que passa).

Coisas que realmente nos interessam, como “com quem você menos gostaria de lutar?” (e aqui, o ex-lutador de MMA e faixa preta no karatê James Johnson, do Pacers, é imbatível). 142 jogadores dos 30 times da NBA foram ouvidos em 2024. E duas perguntas dessa pesquisa são o tema do nosso papo de hoje. 

A primeira: “para qual técnico, além do seu atual, você gostaria de jogar na NBA?”

E pense numa carreira meteórica quando se fala em respeito e admiração dos jogadores. Erik Spoelstra, líder em 2024 com 20.3% dos votos, havia recebido apenas um por cento das indicações na estreia da pesquisa, em 2019, ficando com um décimo segundo lugar. Melhorou em 2023, indo para 9.5%, o terceiro do ranking. Mas a votação foi feita ao final da temporada regular. Nesse meio tempo, ele levou um Heat – que precisou disputar o Play In para chegar aos playoffs – até as Finais da NBA, onde perdeu para o cabeça-de-chave Denver Nuggets. Justificado, não?

Um dos votantes defendeu: “é a cultura do Heat, eles estão sempre competindo. Estão sempre buscando uma maneira de vencer. Parece que sempre contratam jogadores que se encaixam bem naquele sistema, o que os faz jogar sempre muito bem.”

Josh Hart dos Knicks, fez questão de abrir seu voto: “Spo, sem dúvida. Pode colocar meu nome aí, eu amo Spo!”

Spoelstra assumiu o Miami Heat em 2008, depois da saída de Pat Riley. Foi o próprio Riley quem decidiu promover seu assistente ao cargo de técnico. Em suas palavras na época, “O jogo agora é sobre técnicos jovens, familiarizados com tecnologia, inovativos, e cheios de ideias. É isso que teremos com Erik Spoelstra. Esse homem nasceu para ser técnico.”

Atualmente, o comandante do Miami Heat tem o maior contrato da história da liga, valendo 120 milhões de dólares (mais de 600 milhões de reais) em oito anos. Em valores por ano, está atrás apenas de Gregg Popovich, do San Antonio Spurs, que ganha 16 milhões por ano, mas tem um contrato mais curto, de cinco anos, totalizando 80 milhões de dólares.

E foi justamente Gregg Popovich que Spoelstra desbancou na votação dos jogadores. O líder do ano passado ficou com a prata em 2024, com 18.8% dos votos. Steve Kerr tem o bronze. Todos orbitam a seleção masculina de basquete: Pop foi o técnico do ouro em Tóquio, com Kerr como assistente. E agora o técnico do Golden State será o comandante em Paris, enquanto Spoelstra é o atual assistente.

Mas se todos temos favoritos, também temos nossos…terrores?

Outra pergunta da pesquisa anônima com os jogadores da NBA foi “para qual técnico, além do seu atual, você menos gostaria de jogar?”

Nesse ponto, ninguém leva mais hate do que Tom Thibodeau, vencedor da categoria três vezes e campeão de 2024 com 46.8% dos votos. E a margem de vitória só aumenta: o segundo lugar é de Doc Rivers, com apenas 9.1% dos votos (37.7% de diferença); ano passado, Stephen Silas, do Houston, ficou 29.1 pontos percentuais atrás; e em 2019, o vice foi de Jim Boylen, do Chicago, com desvantagem de 13.5%.

O problema de Thibodeau na NBA? Ele seria exigente demais…

Um dos jogadores da NBA afirmou que “está muito velho para os treinos dele”, enquanto outro diz que “todo mundo joga 48 minutos com ele”.

Isso não é totalmente verdade. Entre os 50 jogadores que mais atuaram nessa temporada, apenas 4 jogadores dos Knicks estão na lista: Julius Randle, em 15º, com 35.4 minutos por jogo; Jalen Brunson está em 16º, com os mesmos minutos, OG Anunoby é o 35º, com 34 minutos, e Josh Hart fecha a lista, na 50ª posição, com 33.4 minutos.

Em sua temporada de estreia em Nova York, em 2021, Thibodeau levou os Knicks à primeira aparição em playoffs desde 2012-2013. O time finalmente voltou a ter relevância na NBA.

Parece que nem o segundo lugar no leste (50-32), nem ter na estante dois prêmios de técnico do ano (2011 e 2021), nem os ouros olímpicos e mundial como assistente da seleção norte-americana são suficientes para ganhar alguma simpatia dos atletas.

Escrito por Eduardo Barão
Eduardo Barão é jornalista, radialista, escritor e palestrante brasileiro, com mais de 20 anos de experiência. Atualmente, é correspondente internacional do Grupo Bandeirantes de Comunicação nos Estados Unidos. Apaixonado por esporte, cobriu nos ginásios as últimas finais da NBA.