Uma cena bastante comum no Centro de Treinamento do Red Bull Bragantino é ver alguns dos jogadores se reunirem após os treinos para uma partida descontraída —mas não é de futebol.
Ao lado de um dos campos e a céu aberto, uma tabela de basquete deixada pelo antigo CEO, Thiago Scuro, vira a protagonista da brincadeira que geralmente acontece entre Léo Ortiz, Juninho Capixaba, Lucão, Fabrício e Eduardo. E o gosto pelo esporte da bola laranja, inclusive, se estende para a NBA, a começar pelo capitão do time.
Torcedor assumido do Los Angeles Lakers, Ortiz começou a acompanhar a liga norte-americana de basquete em 2008, quando Kobe Bryant estava no auge, graças a um vizinho de infância.
— Eu passei a acompanhar os jogos bem naquela época que os Lakers chegaram às finais contra o Orlando [Magic], e depois teve aquela série espetacular contra o Boston [Celtics]. A partir dali já se criou uma paixão pelo esporte, pelos Lakers e, consequentemente, pegando o Kobe como ídolo—, contou o capitão do Bragantino, em uma conversa exclusiva com o Quinto Quarto.
Sempre que pode, Léo viaja aos Estados Unidos e procura algum jogo da franquia para acompanhar de perto. O capitão confessou que, às, vezes, até sacrifica as horas de sono para acompanhar os jogos, principalmente durante os playoffs da NBA.
— Tento acompanhar a maior parte dos jogos. Lógico que, pelo fuso, é mais difícil, os jogos são sempre muito tarde, a gente tem que acordar cedo para o treino… Nos playoffs eu faço um esforço de às vezes dormir um pouquinho menos para o treino no outro dia. Mas sempre vale à pena, porque como eu disse, é uma paixão—, explicou ele.
Mas como todo fã de basquete, o capitão também costuma acompanhar outros times e jogadores da NBA, como Stephen Curry e o Golden State Warriors, e já até acompanhou um jogo do New York Knicks no Madison Square Garden. O interesse mais recente é o Orlando Magic, principalmente após a entrada de Paolo Banchero na temporada passada.
Com tanto conhecimento e gosto pela NBA, o capitão acaba aproveitando algumas características dos jogadores da liga em campo pelo Bragantino e até busca conteúdos extra quadra, como o livro de Kobe Bryant e alguns documentários sobre LeBron James.
Eu procuro sempre tentar tirar algumas coisas de todos os esportes que acompanho. Tem muito da liderança, da ética de trabalho dos jogadores. Já vi vários vendo vídeos do LeBron, do trabalho de reforço em casa. Procuro trazer alguns exercícios para os preparadores físicos, para ver se eles podem me ajudar em relação a isso, ou se acham que pode ser válido para dentro do futebol. Isso dá uma ajuda dentro de campo. São essas coisas que acho que a gente pode tirar de outros esportes e passar para a nossa cultura.
Léo Ortiz, capitão do Bragantino.
O Bragantino e a NBA
Léo Ortiz não é o único fã de NBA no elenco do Bragantino. Juninho Capixaba, por exemplo, contou que se Scuro não tivesse deixado a tabela no Centro de Treinamento, os jogadores teriam se juntado para comprar uma, já que antes até os latões de lixo eram usados como cesta.
— A gente busca outros esportes pela questão da ter essa paixão pelo esporte, e o basquete é um deles, então a gente sempre que pode, está brincando, jogando basquete, para para passar um pouco do tempo se divertir—, explicou.
O lateral-esquerdo não tem um time específico, mas gosta muito de acompanhar os jogos de James Harden, que hoje está no Los Angeles Clippers. O jogador lembra bastante da época de Houston Rockets —considerada por ele a melhor do Barba. E assim como o capitão, Juninho também consegue usar características da NBA em campo quando joga pelo Bragantino.
— A mentalidade. Os atletas da NBA têm uma mentalidade muito forte, e a gente trás isso para o futebol. O basquete, para mim, é uma paixão extra campo. Nas férias, sempre que posso, estou lá para acompanhar alguma coisa.
O zagueiro Eduardo, que tem 1,96 metros de altura, também se junta a Léo e Juninho nas brincadeiras com a tabela e quase seguiu pelo basquete antes de ir para o futebol.
— Quando eu era pequeno, meu pai jogava com os amigos e me levava para acompanhar. Ele tentou [me fazer jogar basquete], só que o futebol, não teve jeito, é paixão mesmo—, contou o zagueiro, que é torcedor do Oklahoma City Thunder e sempre busca colocar em prática no campo a impulsão e a agilidade da NBA.
Já para o goleiro Lucão, o que mais chamou a atenção foi a questão cultural da liga de basquete e o estilo de jogo de Stephen Curry, que o faz torcer para o Golden State Warriors.
— O que mais me chama atenção é a personalidade dos caras, eu tento incorporar isso em mim também, a rotina dos jogos. O Curry é um dos melhores jogadores que tem na liga, é um cara que faz tudo parecer muito simples, e eu procuro usar isso também no meu jogo—, afirmou o defensor.
O gosto de Lucão pela NBA é tão forte, que ele acabou influenciando Fabrício, outro goleiro, a começar a acompanhar a liga também. Em pouco tempo, ele se rendeu ao jogo de Giannis Antetokounmpo no Milwaukee Bucks.
— Eu assisti o filme do Antetokounmpo e vi que ele teve que treinar muito para ser o melhor. Acho que isso de trabalhar todos os dias firme é uma coisa que eu consegui tirar de lá—, declarou o goleiro.