Pontuações históricas, gigante em crise e mais: os destaques da NBA em janeiro

Antônio Henrique Pires Collar | 31/01/2024 - 10:12

Chegamos, enfim, ao último dia do mês mais movimentado da NBA. Ao todo, o calendário da competição conta com 281 jogos distribuídos ao longo dos 31 dias de janeiro – incluindo 10 a serem disputados nesta noite. Este é também o último mês antes do encerramento do prazo de trocas, marcado para dia 8 de fevereiro, o que significa que o que vimos em quadra, na maioria das equipes, foi o resultado do planejamento feito ainda na pré-temporada.

Abaixo, listamos alguns dos principais acontecimentos na liga em janeiro, confira.

Pontuações históricas

O primeiro mês de 2020 ficou marcado pela morte de Kobe Bryant, lenda do Los Angeles Lakers e uma das maiores referências culturais do esporte neste século. Kobe inspirou gerações e, na NBA atual, é ídolo de boa parte dos jogadores em atividade. Alguns deles, inclusive, tiveram noites históricas em datas bem marcantes na trajetória do Mamba.

No dia 22, quando se comemorava os 18 anos da partida de 81 pontos de Bryant contra o Toronto Raptors, dois pivôs brilharam. Quem mais se destacou foi Joel Embiid, que anotou 70 pontos na vitória do Philadelphia 76ers contra o San Antonio Spurs.

– Ele foi o motivo pelo qual eu comecei a jogar basquete – comentou o camaronês naturalizado norte-americano.

Além dos 70 pontos, Embiid contribuiu com 15 rebotes e 5 assistências, se tornando o primeiro na história a atingir 70/15/5. Ele conseguiu isso acertando 24 dos 41 arremessos (58.5%) e 21 dos 23 lances livres (91.3%)

No mesmo dia, Karl-Anthony Towns, que no passado chegou a ostentar o posto de rival de Embiid, terminou com 62 pontos. Esta foi a maior pontuação do ex-Kentucky e também da franquia Minnesota Timberwolves – os recordes anteriores já eram dele, com 60 e 58. Diferentemente do jogador de Philadelphia, Towns brilhou na linha dos 3 pontos, acertando 10 dos 14 chutes que tentou.

A marca foi a melhor de um pivô em 77 temporadas de NBA, superando as 9 bolas triplas de Aron Baynes em 2020. KAT, aliás, caminha para tornar-se o primeiro jogador da posição a atingir a marca de mil arremessos convertidos do perímetro. Atualmente, ele tem 939.

Quatro noites depois, na data que marcava os quatro anos do falecimento de Kobe, mais dois dos seus fãs tiveram atuações icônicas. Luka Doncic comandou o Dallas Mavericks na vitória sobre o Atlanta Hawks com impressionantes 73 pontos, número que neste século só perde para o alcançado pelo próprio ex-Laker.

Luka foi quem teve o melhor aproveitamento entre todos os citados, com 25 arremessos conectados em 33 tentados. Ele terminou também com 10 rebotes e sete assistências. Ele anotou exatamente o mesmo número de pontos de todos os seus companheiros somados, totalizando 148 para os Mavs.

Enquanto Luka anotava seus 73, Devin Booker registrava 62 no tropeço do Phoenix Suns diante do Indiana Pacers. Foram 22 chutes certos em 37 chances.

New York Knicks embalado

Apenas os Playoffs poderão nos mostrar qual o limite do New York Knicks, mas janeiro deu indícios de que a equipe de Tom Thibodeou está pronta para competir contra os mais fortes da Conferência Leste. Ainda em dezembro, a franquia ousou a abrir mão de RJ Barrett e Imanuel Quickley para adicionar mais poder à sua defesa, e o resultado não poderia ser melhor.

Com a chegada de OG Anunoby, os Knicks passaram a ter a melhor defesa da NBA, líder em Defensive Rating. Com o inglês, o time de Nova York bateu seus adversários por uma média de 15 pontos e fechou o mês com a melhor campanha da liga: 14 vitórias em 16 compromissos. Contra alguns dos mais fortes da competição, como Denver Nuggets e 76ers, as vitórias vieram por 38 e 36 pontos de diferença.

Na terça-feira (30), Donte DiVincenzo e Jalen Brunson comandaram o 108 a 103 sobre o Utah Jazz, mesmo com as ausências de Julius Randle e Anunoby.

Miami Heat em crise

Se os anos recentes nos deixaram alguma lição, foi de nunca subestimar o Miami Heat pelo que acontece na temporada regular. Em 2020 e 2024, Jimmy Butler e Erik Spoelstra conseguiram superarar as expectativas e levaram elencos pouco acreditados às finais. Ainda assim, janeiro deve ter servido para ligar o sinal de alerta de Pat Riley, afinal de contas são sete derrotas consecutivas para o grupode South Beach. Esta é a pior marca de Miami em 16 anos

Em pouco tempo, o recorde do Heat despencou de 24-16 para 24-23. Ainda assim, o time permanece em zona de classificação ao Play-in, no sétimo lugar, e com boas condições de se manter vivo na briga por um lugar direto na pós-temporada. Na semana passada, a direção trocou o veterano Kyle Lowry por Terry Rozier, que estava no Charlotte Hornets.

Milwaukee Bucks e a troca de técnico

Doc Rivers apresentado como novo treinador do Milwaukee Bucks (Foto: Icon Sport)

Sete derrotas consecutivas jamais seriam motivo para a demissão de Spoelstra, mas um treinador de campanha bem melhor do que a dele foi desligado em janeiro. Estamos falando de Adrian Griffin, que comandava o Milwaukee Bucks à segunda melhor campanha geral da NBA quando teve seu corte anunciado.

Os motivos, como já falamos aqui, passaram especialmente pelos problemas dentro do vestiário. Havia conflito de ideias com alguns nomes do elenco, e a parte defensiva era um ponto de preocupação desde a saída de Mike Budenholzer. Para o seu lugar, foi trazido o experiente Doc Rivers, campeão em 2008 com o Boston Celtics. Com passagens contestadas por Los Angeles Clippers e Philadelphia 76ers, ele estreou com derrota para o Denver Nuggets.

Os Bucks seguem na segunda posição do Leste, com 32 vitórias e 15 derrotas. Faltam somente 35 jogos até o encerramento da temporada regular.

D’Angelo Russell como protagonista nos Lakers (e na NBA)

O Los Angeles Lakers está (sempre) no mercado. Janeiro manteve a sequência instável iniciada ainda em dezembro após o título da Copa NBA, mas ao menos uma surpresa positiva apareceu para Darvin Ham. D’Angelo Russell vive seu melhor momento desde que retornou à LA no ano passado. Já são 10 partidas seguidas como titular, com médias de 25.2 pontos, mais do que Anthony Davis (23.3). Apenas LeBron James (25.8) se saiu melhor no quesito, mas disputou menos jogos.

Russell também ajudou em uma das principais dificuldades dos Lakers, a bola tripla. Somente Stephen Curry (4.8) e Klay Thompson (4.1) tiveram mais conversões do perímetro do que ele, que terminou com 3.9 de média. Ele foi o 11º entre toda a liga em tentativas de 3 pontos e registrou o melhor aproveitamento entre todos os 30 primeiros nomes da lista (45.9%).

D’Lo ainda é visto como uma possível moeda de troca por Rob Pelinka em negócios futuros. Na terça-feira, após derrota para o Atlanta Hawks, LeBron James desabafou sobre o momento do grupo. Como de costume, isso gerou expectativa por possíveis mudanças

Escrito por Antônio Henrique Pires Collar
Formado em jornalismo pela PUCRS e em Basketball Analytics pela Sports Management Worldwide. Com passagem de 6 anos e meio pela editoria de Esportes do jornal Zero Hora e do portal GZH, de Porto Alegre.
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