Quem são os brasileiros que jogaram no Boston Celtics

Antônio Henrique Pires Collar | 08/06/2024 - 17:30

Maior campeão da NBA ao lado do Los Angeles Lakers, o Boston Celtics tem em 2024 a chance de se isolar novamente na liderança histórica da liga. Para chegar ao 18º título de sua história, o primeiro desde 2008, a equipe verde e branca precisa de apenas mais três vitórias sobre o Dallas Mavericks. Na quinta-feira (6), os celtas atropelaram desde o primeiro quarto e abriram 1 a 0 na série final.

Celtics e Mavericks voltam à quadra neste sábado, novamente em Boston, a partir das 21h. Para o time de Joe Mazzulla, é a oportunidade de ser a primeira equipe nestes Playoffs a conseguir abrir 2 a 0 contra os Mavs. Nas duas primeiras rodadas, Dallas também perdeu os jogos de abertura, mas conseguiu dar a resposta contra Los Angeles Clippers e depois Oklahoma City Thunder.

Este ano, com as eliminações precoces de Golden State Warriors e Memphis Grizzlies, já era sabido que o Brasil não teria um representante na decisão do título. Os únicos dois jogadores brasileiros a atuarem na liga em 2024 foram Gui Santos, da franquia da Califórnia, e Mãozinha Pereira, colega de Ja Morant. Ainda assim, um dos finalistas tem bem mais relação com o basquete brasileiro do que o outro.

Três brasileiros jogaram nos Celtics

Junto do Toronto Raptors, o Celtics é o time da NBA que mais teve brasileiros ao longo de sua história. Assim como na equipe do Canadá, três atletas nascidos no Brasil já defenderam a camisa do maior vencedor da liga. Curiosamente, os três passaram por lá em um intervalo de pouco mais de um ano.

O primeiro representante do nosso país na lendária franquia de Boston foi Fab Melo. Nascido em Juiz de Fora, Minas Gerais, fez carreira universitária nos Estados Unidos atuando dois anos por Syrcuse, mesmo local onde estudou Carmelo Anthony. Em 2012, foi eleito o melhor jogador de defesa da Big East e acabou escolhido na 22º posição do Draft. Pivô de origem, Fab acabou não conseguindo espaço no elenco e passou maior parte do tempo junto do Maine Red Claws, da G-League. Pelos Celtics, disputou apenas seis jogos, com média de 6.0 minutos.

Fab Melo morreu em 2017, na sua cidade natal. A autópsia revelou que o jogador teve “morte natural, com causa indeterminada”, e a Polícia decidiu não investigar. Ele tinha 26 anos e, além de Boston, atuou também pelo Texas Legends (G-League) e pelo Caciques Humacao, de Porto Rico. Seus últimos clubes foram Paulitano, Liga Sorocaba e Brasília, todos do NBB.

Em outubro daquele mesmo ano, os Celtics assinaram com Leandro Barbosa, o Leandrinho. Brasileiro mais vencedor na história da NBA, com prêmio de Melhor Sexto Homem e dois anéis de campeão, o “Brazilian Blur” teve os piores números da carreira na eterna equipe de Bill Russell. Disputou apenas 42 partidas, com 5.2 pontos de média e 12.5 minutos em quadra. Em fevereiro de 2013, ele foi trocado para o Washington Wizards, de onde foi dispensado.

Leandrinho ainda daria a volta por cima na carreira, ganhando o título de 2015 junto aos Warriors. Também pelo time dos Splash Brothers, ele conquistou seu segundo campeonato em 2022, desta vez como assistente técnico. Atualmente, trabalha na comissão de Mike Brown no Sacramento Kings.

Na temporada 2013-2014, o pivô Victor Faverani foi contratado como agente livre. Destaque do Valencia na Liga ACB, da Espanha, o gaúcho de Porto Alegre havia tentado a sorte no Draft de 2009, mas sem sucesso. Com uma carreira na Europa, recebeu o chamado aos 26 anos, algo pouco comum para jogadores nascidos no Brasil.

Como Fab Melo, Faverani era frequentemente cedido ao Maine Red Claws. Ainda assim, conseguiu atuar por 37 partidas, sendo oito delas como titular. Em sua segunda apresentação, inclusive, conseguiu 12 pontos, 18 rebotes e 6 tocos. Despediu-se da maior liga do mundo com médias discretas de 4.4 pontos e 3.5 rebotes. Atualmente, o pivô defende o São Paulo no NBB.

Escrito por Antônio Henrique Pires Collar
Formado em jornalismo pela PUCRS e em Basketball Analytics pela Sports Management Worldwide. Com passagem de 6 anos e meio pela editoria de Esportes do jornal Zero Hora e do portal GZH, de Porto Alegre.