All-Star Game NBA precisa de regras ‘malucas’ para voltar a ser interessante

Paola Zanon | 19/02/2024 - 17:45

LeBron James, Giannis Antetokounmpo, Luka Doncic, Kevin Durant; nem todos esses —e outros— nomes juntos estão conseguindo fazer com que o All-Star Game da NBA seja, de fato, um jogo interessante.

A edição de 2024 seguiu a fórmula entediante dos últimos anos com um festival de bolas triplas (foram 168 tentativas com apenas 67 acertos), algumas enterradas e quase nenhuma defesa. E a culpa está longe de ser dos jogadores.

A própria liga trata o evento como um “jogo festivo” em meio à temporada regular, e os atletas passaram a adotar esse pensamento, se importando apenas com a diversão na quadra.

E o All-Star Game, de fato, rende cenas divertidas, como Trae Young passando a bola por baixo das pernas de Kevin Durant, Nikola Jokic desistindo de uma enterrada e acertando mesmo assim e Stephen Curry dando um toco em Paolo Banchero.

Mas o descompromisso dos jogadores também rende cenas lamentáveis, como Doncic errando uma ponte aérea para ele mesmo e arremessando da quadra de defesa com tempo no cronômetro, ou um air ball de LeBron.

Os jogadores do All-Star Game, eleitos principalmente pelo público, têm direito e merecem um momento de diversão entre toda a tensão do campeonato, mas o público que os colocou ali também merece assistir um jogo interessante entre os maiores da atualidade. Não é porque o jogo não vale nada, que não pode ser competitivo.

NBA precisa criar regras sem sentido para o All-Star Game

Já que o All-Star Game não tem nenhuma validade para a temporada regular da NBA, o jogo pode passar a seguir regras diferentes das do campeonato, a começar pela pontuação.

As bolas de três pontos são, talvez, as principais responsáveis pelo jogo ter se tornado um tédio. Não tem drible, não tem passe, não tem infiltração e, às vezes, não tem nem ataque para depois do meio da quadra.

Se a regra for invertida, e as cestas de dentro do garrafão passarem a valer mais do que os arremessos de longa distância, sem dúvidas os lances ficariam mais interessantes, com Curry tentando enterrar, por exemplo. Isso pode render cenas lamentáveis, mas certamente mais divertidas do que um arremesso do meio da quadra.

Tocos e roubos de bola podem ser a principal estatística para quem quiser ser MVP do All-Star Game, não apenas a pontuação. Isso instigaria os jogadores a se esforçarem um pouco mais na defesa, tornando a partida bem mais competitiva, ainda que isso signifique não chegar à marca de 200 pontos.

As jogadas também precisam ser melhor trabalhadas no ataque, não apenas com arremessos de longa distância. Algo que poderia mudar esse costume seria proibir os jogadores de arremessarem com menos de oito segundos —a não ser que o lance seja de contra-ataque.

O All-Star Game, de fato, não vale nada para a temporada regular, mas a volta do formato Leste x Oeste poderia valer alguma coisa para a pós-temporada. Por exemplo, em caso de um Jogo 7 nas Finais da NBA, a conferência que vencer o evento leva a decisão para casa.

É claro que a baixa competitividade no All-Star Game é um reflexo direto da preocupação com a saúde dos principais jogadores da liga, principalmente a pouco tempo para os playoffs. Uma possível solução para esse problema seria o aumento do número de jogadores no banco, para uma maior rotatividade e oportunidade de novos ídolos serem selecionados.

Escrito por Paola Zanon
Paola Zanon é jornalista formada pela Cásper Líbero, repórter e redatora com passagens pelo Notícias da TV, R7 e UOL Esporte. A carreira no jornalismo esportivo começou com a cobertura dos Jogos Pan-Americanos de 2019 pelo R7 até chegar ao Quinto Quarto em fevereiro de 2023. São-paulina de coração e apaixonada por basquete, futebol e viagens.