Neste sábado (16), no UFC Apex, em Las Vegas, ocorreu o UFC Vegas 40 evento que contou com o duelo entre Lupita Godinez x Luana Carolina no card preliminar. Um combate muito interessante válido pelo peso-mosca feminino. Luta casada na semana do evento, com vitória da “underdog” (segundo as casas de apostas) Luana Carolina por decisão unânime.
Por isso, confira todos os detalhes desse combate.
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1º ROUND: LUPITA DOMINA NO GRAPPLING
Inicialmente, o primeiro round começou com a mexicana Lupita Godinez a todo momento tentando fazer a estratégia que lhe cabia Encurtar e trabalhar o “in fight”. Além da luta agarrada, pois por ser menor em medidas e em força física, necessariamente ela tinha que ir pelo caminho que igualasse as ações, que era a luta agarrada. Assim, no primeiro round ela conseguiu colocar a sua estratégia em prática, encurtando a distância, passando boa parte do round trabalhando a isometria e o controle posicional. Com isso, ficando a segundos de uma finalização, que só não foi concretizada pois soou o gongo e a luta foi para o intervalo.
Mas esse domínio todo da atleta do México só foi possível porque a Luana tem uma particularidade no seu jogo, que está longe de ser uma vantagem, e precisa pra ontem melhorar. Qual fosse, não tem absolutamente nenhum senso de urgência. Demora demais a “entrar na luta”, e isso normalmente lhe custa o primeiro round, que foi o que aconteceu. Mas, como veremos mais a frente, ainda que Lupita tenha vencido de maneira incontestável o primeiro round, não foi suficiente para sair com a vitória, senão vejamos a seguir.
2º ROUND: COMEÇA A VIRADA
O segundo round começou com a Luana muito mais ligada na luta e nas tentativas de entrada de quedas da Lupita, que a exemplo do primeiro round, tentou do início ao fim, e se frustrou pelo segundo round todo. Nesse round Luana fez uma luta absolutamente inteligente e estratégica, defendendo muito bem as tentativas de queda principalmente na manutenção de distância. Manteve-se sempre controlando e conectando golpes. E essa foi a temática toda do segundo round, se tornando até bem fácil de pontuar esse round em 10-9 a favor da brasileira. Luana Carolina controlou todas as ações sem sofrer susto algum, culminando em um placar então de 19×19. Ou seja, luta empatada e fica tudo para o round final.
3º ROUND: ROUND MAIS EQUILIBRADO DA LUTA
No terceiro round, como já era de se esperar, Lupita veio mais uma vez buscando a todo custo a disputa de isometria e a luta agarrada. A exemplo do segundo round, se frustrou. Porém não passou o round todo sofrendo golpes na longa distância como havia acontecido no segundo round. Nesse a mexicana conseguiu encurtar e grampear Luana. Mas o que vimos aqui foi a brasileira mais contundente no “clinch”, e muito mais forte na isometria. Por vezes se soltando, desferindo golpes, e voltando a isometria. E isso foi por todo o terceiro round.
Luana foi dona do controle das ações, da distância e do ritmo da luta, de maneira até bem tranquila no terceiro round. Isto posto, não restando aos juízes laterais marcarem o que já era obvio a todos, vitória por decisão unânime para a brasileira Luana Carolina, com um placar triplo em 29×28.
Lupita Godinez x Luana Carolina – E AGORA?
Assim, Luana Carolina chega a sua terceira vitória dentro da organização, e mesmo não mostrando nenhum jogo plasticamente vistoso, tão pouco empolgante. Entretanto, inegavelmente competitivo, merece pegar uma luta de mais alto nível na próxima rodada, para ser testada realmente. Assim, fica a sugestão de uma atleta compatível com o seu jogo dentro do top 15 da divisão. Onde encontramos por exemplo a sempre dura e muito carismática Roxane Modafferi, que traria uma disputa de isometria justa, bem como um casamento clássico entre um “grappler” contra uma “striker”. E ressaltando que a Luana merece uma top 15, e a Modafferi também merece um paço atrás pois está com três derrotas nas últimas quatro lutas.
Por outro lado, Lupita Godinez, apesar da derrota, sai da luta maior do que entrou, devido a todo o contexto. Por ter pego a luta com cinco dias de antecedência. Apenas uma semana de descanso em relação a sua luta anterior. Ter topado a luta na categoria de cima contra uma atleta com o camp completo e com muita vantagem física, e ainda assim ter entregado uma luta dura. Para ela também entendemos que merece um desafio mais a frente. Porém na sua categoria de origem que é a do peso-palha feminino. A sugestão fica em uma luta contra a americana Felice Herrig, que é top 15 na categoria, vem em má fase com três derrotas seguidas, e precisa de um par para dançar. Seria uma luta que faria muita justiça ao que as duas meninas estão produzindo hoje para o UFC.
Foto: Reprodução / Getty Imagens