Em primeiro lugar, a brasileira Norma Dumont é uma das principais lutadoras do peso-pena feminino do UFC, sendo classificada no top 15 da divisão. A saber, a atleta mineira acabou derrotada em seu último combate contra Macy Chiasson, mas já tem data marcada para voltar ao octógono. Será no dia 10 de setembro, contra Danyelle Wolf, em Las Vegas.
De antemão, Norma concedeu uma entrevista exclusiva ao Quinto Quarto BR, e falou sobre bastidores, sua referência no MMA, o caminho até chegar ao UFC e muito mais. Confira os detalhes.
Entrevista com Norma Dumont
Antes de tudo, “The Immortal” é uma das promessas brasileiras da organização. Ela já bateu grandes nomes da categoria, como a canadense Felicia Spencer e americana Aspen Ladd.
Invicta no ano de 2021, Norma passou por diversos desafios e teve uma temporada excelente, entrando para o top 15 da divisão. Assim, a brasileira falou sobre o sentimento de estar entre as 10 melhores lutadoras do ano passado, eleita pelo site Quinto Quarto BR.
“É muito significativo para mim. Mas acredito que ainda está longe de ser a posição que eu mereço. Já treinei com atletas de todas as partes do mundo, e eu sei que eu estou, de fato, entre as melhores, lá no topo. Eu preciso de tempo para mostrar isso, e com o tempo eu sei que eu vou ser muito falada sobre isso. Vai ter muita gente suspirando, e eu quero mostrar que tenho condições de pegar o cinturão do UFC. Fico muito feliz, mas eu acredito de verdade que eu sei a posição que eu deveria estar, e a gente vai buscar mostrar isso para o público também.”
O que a Norma passou até chegar ao UFC?
Dessa maneira, Norma Dumont contou sobre o processo para se tornar uma lutadora profissional, e o caminho que percorreu até o UFC. A brasileira disse que nunca deixou de acreditar no sonho, e teve muitas dificuldades com a falta de apoio e investimentos.
“Bom, acho que eu passei o que talvez 95% dos atletas brasileiros passam, né. É a falta de investimento, a falta de credibilidade das pessoas, muita gente questionando se isso era uma profissão, se era isso que eu deveria estar fazendo da minha vida. Falavam que eu deveria estar correndo atrás de dinheiro ao invés de ir atrás do meu sonho. Para muitas pessoas isso era desperdiçar tempo, e eu até entendo, porque não é todo mundo que chega lá. Como eu vim de uma família humilde, que não tinha condição, eu acredito que isso é algo que seja comum na vida dos atletas brasileiros. Tive que correr atrás, passar pelos obstáculos sem investimentos, sem apoio, sem nada. Então, já é um clichê de todo atleta brasileiro passar por essas dificuldades. “
Referência no esporte
Em ascensão na organização, Norma disse que sua principal referência no MMA é Valentina Shevchenko, atual campeã do peso-mosca feminino. Para ela, a maneira como “The Bullet” atua não deixa dúvidas sobre quem é a melhor atleta da categoria.
“É uma atleta que está sempre muito bem, muito treinada, e apesar de estar vivendo o melhor momento da carreira dela, eu acredito que ela ainda está evoluindo. A cada luta ela apresenta uma Valentina mais perigosa, e eu acho isso incrível. Ela demonstra que não está estabilizada, não está satisfeita, a cada luta ela tem um desafio e desdobra aquele desafio, vence de uma maneira que todo mundo duvidava que ela venceria, então acho que ela mostra que quando você chega no cinturão, esse é o momento que você precisa correr mais para se manter. E ela mostra isso com excelência, não tem uma queda de uma luta para outra, ela é sempre regular e vai só melhorando. “
Luta mais complicada
Por fim, a brasileira falou sobre a luta mais difícil da carreira, e explicou o motivo de não ser a derrota para a Megan Anderson ou o combate contra a Macy Chiasson. Confira.
“Obviamente tem a derrota para a Megan, mas eu não coloco como a luta mais difícil. Talvez tenha sido a mais complicada mentalmente, pela estreia, adrenalina e aquela coisa toda. Mas, tecnicamente, acho que foi a Felícia (Spencer). Ela é uma atleta muito inteligente, muito renomada, eu ainda não tinha lutado com uma atleta tão renomada como a Felicia, que só havia perdido para a Cris Cyborg e para a Amanda. Ela joga bem no alto, joga bem na grade, e eu não tive o camp completo para enfrentá-la, só duas semanas de treinamento. Eu estava mais leve também, e no geral eu acho que tecnicamente ela é a mais completa e perigosa que eu já enfrentei até hoje. Foi uma luta muito divertida, eu sabia que eu ia ter que impor meu jogo, não poderia deixá-la confortável, e acho que foi o combate mais difícil até hoje.”