A guerra fria – e agora, segundo relatos, física – entre Dana White e o ex-campeão peso-pesado Francis Ngannou ganhou um capítulo explosivo nesta semana. Em participação no podcast Flagrant, o presidente do UFC fez revelações chocantes sobre os bastidores de sua relação com o camaronês, acusando o lutador de agressividade física contra ele e outros executivos da organização.
Dana White, que sempre afirmou que a imagem pública de “bom moço” de Ngannou não condizia com a realidade, detalhou incidentes específicos que, segundo ele, provam que o atual astro da PFL é um “bad guy” (uma pessoa ruim).
Agressão por causa de bônus de US$ 50 mil
Segundo White, o incidente mais grave ocorreu nos escritórios do UFC, após uma luta onde Ngannou saiu vitorioso, mas não foi premiado com o bônus de “Performance da Noite”.
“Quando você é um atleta do UFC, tem acesso total ao Instituto de Performance (PI), come de graça, tudo é de graça. Esse cara [Ngannou] estava vivendo lá. Ele tinha acabado de lutar e veio até o meu escritório… Ele estava irritado por não ter ganhado os US$ 50.000 na luta anterior”, relatou Dana.
O mandatário explicou que tentou justificar a ausência do bônus, mas a conversa escalou rapidamente.
“Eu disse: ‘Francis, você não ganhou por esse e aquele motivo’. A conversa acabou e eu comecei a sair. Ele me agarrou pela camisa e me empurrou de volta para dentro do meu escritório. Eu disse: ‘Cara, tire as mãos de mim’. Pude ver no rosto e nos olhos dele quem esse cara realmente é.”
Confusão com Hunter Campbell e o episódio do Jato Particular
Dana White alegou que ele não foi o único alvo. Hunter Campbell, Chefe de Negócios do UFC (CBO) e responsável direto pelo matchmaking, também teria sido intimidado fisicamente pelo lutador.
“O Francis agarrou o Hunter pela parte de trás do colarinho, puxou ele de volta e disse: ‘Nós não terminamos de conversar ainda’. Esse cara não é gente boa. Ele é uma pessoa ruim”, disparou White.
Além das agressões, Dana relembrou o momento em que se arrependeu de não ter demitido Ngannou anos antes de sua saída oficial. O caso teria ocorrido antes da primeira disputa de cinturão contra Stipe Miocic, em 2018 (UFC 220).
Confiante na vitória, Ngannou teria abordado Dana nos bastidores com uma exigência, e não um pedido:
“Ele me agarrou e disse: ‘Deixa eu te falar o que vai acontecer… quando essa luta acabar, você vai reservar um jato particular para mim ir para Paris’. Eu ri e concordei. Stipe Miocic foi lá e deu uma surra nele. Aquilo encerrou a conversa. Eu deveria tê-lo cortado naquele dia.“
“Barreira linguística é fingimento”
Para finalizar, Dana White atacou a narrativa de que as dificuldades de comunicação de Ngannou se deviam ao idioma.
“Ele faz todo aquele jogo de ‘não entendo a língua’ e tenta passar a imagem de cara legal. Não existe barreira linguística com esse cara, o inglês dele é ótimo. Ele é uma pessoa ruim”, concluiu Dana, acrescentando que acredita que a PFL e os investidores sauditas provavelmente se arrependem de ter assinado com o camaronês.
Atualmente, Francis Ngannou integra o elenco da PFL (Professional Fighters League) e preside a divisão da liga na África, após uma saída conturbada do UFC em busca de liberdade contratual para lutar boxe.
