Básico e mortal, o play action é a alma do futebol americano

Joao Fraga | 17/09/2020 - 16:53

O futebol americano parece complicado e, às vezes, é mesmo. Só que, de forma bem simples, o play action é uma jogada em que o quarterback finge uma corrida e vai para o passe. É uma jogada de passe ‘vendida’ para o adversário como se fosse de corrida.

O play action visa enganar a defesa adversária, induzindo uma reação à corrida, enquanto o time que ataca vai para o passe. Se o futebol americano é a arte de enganar o adversário para avançar em campo, o play action é alma mais tradicional para confundir geral e abrir espaços.

Aperfeiçoada, essa jogada é mortal. Um time que a domina faz com que as jogadas de corrida e de passe pareçam idênticas.

Parece simples, né? Mas existem outros aspectos que compõem essa jogada clássica do futebol americano.

Importante

Com o tempo, vieram algumas variações de jogadas similares que confundem. Mas para ficar bem claro: o play action é uma jogada de passe após o QB fingir uma corrida. Ponto final.

Mais recentemente, o read option ganhou força na NFL. Esta é uma jogada de corrida, ou seja, não é play action. Assim como a RPO (Run-Pass Option), que varia entre passe e corrida de acordo com a movimentação de um determinado linebacker.

No meio do jogo, com as linhas se digladiando e as movimentações cada vez mais rápidas, não é muito fácil identificar um genuíno play action. Mas, na dúvida, não se esqueça: é uma jogada de passe, em que o QB finge a corrida antes de procurar um recebedor livre.

4 em 1

Para que um play action seja realizado, todos os componentes do ataque do ataque precisam cumprir suas respectivas funções. E a principal função do play action é enganar. Então, o ataque todo precisa fingir. Todos vão assumir papeis fundamentais dentro da jogada.

Mas após fingirem que estão fazendo uma jogada de corrida, todos os componentes do ataque precisam seguir o combinado e partirem para a jogada de passe.

play action
Russell Wilson no comando do ataque dos Seahawks (Facebook/Seahawks)

Linha ofensiva

A linha ofensiva tem que fazer parecer que é uma jogada de corrida. Para isso, os jogadores da linha irão reagir e procurar o contato avançando sobre a linha de scrimmage. Contudo, eles não irão avançar mais do que uma jarda. É fazer o contato com o adversário como se fosse uma corrida e depois dar um passo para trás, como normalmente fariam em um passe.

Essa parte é fundamental para a jogada funcionar. A linha defensiva vai reagir ao contato achando que é uma jogada de corrida.

Em seguida, toda a linha ofensiva parte para bloquear o passe, contendo qualquer avanço por parte da defesa. Essa mudança de direção entre buscar o contato e voltar para proteger o passe tem que ser muito rápida.

Running back

O running back vai fingir que está com a bola e disparar com tudo como se fosse uma corrida. É importante que o corredor passe a impressão que está com a bola escondida em seus braços. Com velocidade máxima, ele vai correr em direção à linha de scrimmage.

Após cumprir esse papel primordial, o corredor ainda pode contribuir na jogada. Ou ele irá atuar na proteção do passe, protegendo o quarterback, ou ele mesmo funcionará como um recebedor.

Wide receiver

Os WRs precisam fingir também. O objetivo da ação deles é congelar a defesa. Por isso, os recebedores partem para o contato contra os marcadores, como se fossem bloquear para um corrida, e já partem para sua rota.

O bloqueio tem que ser um movimento intenso, porém muito sutil, para que a defesa pense que o recebedor está bloqueando para um corredor.

Quando os marcadores derem conta que a jogada é um passe, os wide receivers já estarão na parte final da rota.

Quarterback

O grande ator da jogada. O QB precisa fingir que está entregando a bola para o corredor. Normalmente, essa entrega é feita com uma das mãos. Os melhores neste tipo de jogada escondem a bola até o momento de virar e realizar o passe.

Escrito por Joao Fraga
Nature agronome. Un Viking de São Paulo qui aime le Brésil, mais qui encourage les Twins des Twin Cities. Il reprend ses études de journalisme et écrit pour Quinto Quarto. Il préfère les lacs aux loups gris et a une véritable passion pour la nature sauvage.
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