NFL: as trocas mais bombásticas da off-season

Matheus Monteiro | 12/04/2022 - 14:05

O período de Free Agency da NFL sempre foi muito criticado por não proporcionar muitas mudanças comparado com a NBA. Entretanto, essa intertemporada está sendo uma das mais movimentadas da história do esporte da bola oval. Por esse motivo separei as trocas que mais modificaram a escala de forças para a próxima temporada (2022–2023).

Russel Wilson deixa Seattle, para sonho de Super Bowl com os Broncos na NFL

Já era de conhecimento geral que a relação entre Wilson e seu treinador Peter Carroll não estava em seus melhores dias. Logo os  Seahawks tinham que escolher entre um ou outro, dessa forma Seattle decidiu ficar com o treinador. Com isso os Broncos apertaram o gatilho, realizando o acordo de troca para receber o Campeão do Super Bowl XLVIII e nove vezes pro-bowler.

O Broncos além de receberem Russell Wilson, uma escolha de quarta rodada de 2022. Ao mesmo tempo que enviaram duas escolhas de primeira rodada, duas de segunda, uma de quinta, além do QB Drew Lock, TE Noah Fant e o DT Shelby Harris.

A franquia de Denver estava a um quarterback de serem candidatos ao título.  Afinal, possuem uma defesa sólida, bons skills players no ataque e nessa free agency reforçaram sua linha ofensiva. Um quarterback de elite como Russell Wilson erá a peça que faltava  para competir nessa fortíssima AFC West.

Já olhando o lado de Seattle a troca não de todo ruim. Capitalizaram muitas escolhas altas, por um jogador que estava insatisfeito no elenco. Apesar de Drew Lock não ser nem de longe uma reposição à altura, Pete Carroll e a diretoria está pensando em uma reconstrução a longo prazo. De qualquer forma os Seahawks saem bem satisfeitos com as escolhas que adquiriram.

De primeiro momento eu vejo essa troca como uma situação vencedora para ambos os times, Russel Wilson pode não funcionar lá em Denver e Pete Carroll pode errar nas escolhas, mas foi uma decisão acertada diante dos momentos diferentes dos dois times.

Browns seguram a “granada” Deshaun Watson na NFL

As polêmicas diante dos supostos casos de assédio de Deshaun Watson estão longe de terminar. Seja como for a  absolvição do três vezes pro-bowler pela franquia do Houston Texans, amenizou um pouco a tensão dele com a Liga. Sendo o suficiente para as equipes iniciaram as conversas para reforçar seu elenco com o quarterback de 26 anos. Após muita especulação do destino de Watson quem acabou adquirindo o jogador  foi o Cleveland Browns.

Os Browns além de Watson, receberam uma escolha de sexta rodada para o Draft de 2024. Com tudo enviaram um pacote generoso de escolhas; foram 3 escolhas de primeira rodada (2022–2024), uma de terceira rodada (2023), e duas de quarta (2022 e 2024).

A situação dessa troca é muito parecida com a troca do Russel Wilson. Certamente o clima em Houston era péssimo e o fato de nunca ter recebido um time competitivo só piorava a  situação. O melhor para a franquia foi feito; Capitalizar enquanto o quarterback ainda tem valor de mercado. Visto que agora podem iniciar um processo de reestruturação com as escolhas oferecidas.

Infelizmente não podemos ignorar o fator extra campo nessa troca. Apesar de ter sido absolvido na vara criminal, ele ainda está sendo julgado na vara cível. Watson pode ficar fora de jogos se a NFL decidir por puni-lo como medida disciplinar. Não só a imprensa americana como também torcedores de Cleveland receberam mal a troca e o camisa 4 está a mais de um ano sem pisar nos gramados da NFL.

Para aumentar as desconfianças. Os Browns estenderam o contrato do jogador que receberá 230 milhões de dólares em cinco anos com quase a totalidade do contrato como dinheiro garantido.

Ou seja, se a troca não der certo vai complicar a situação salarial da franquia de Ohio pelos próximos anos. Dito isso, Cleveland está ciente dos riscos e Watson é um ‘upgrade’ em relação a Baker Mayfield titular nos últimos três anos. Com ele o time pode almejar coisas maiores do que apenas figurar no playoffs,

Davante Adams chega para reforçar o corpo de recebedores dos Raiders

Green Bay não teve uma off-season das mais fáceis. Afinal teve que lidar com a possível saída de dois dos seus melhores jogadores. Ao mesmo tempo que vivia uma novela como Aaron Rodgers, que no final das contas renovou com o time por mais três temporadas num contrato de 160 milhões de dólares.

Por outro lado, o sucesso não foi o mesmo com as negociações com Davante Adams. O wide receiver recebeu a francise-tag dos packers, movimento que deixou o jogador muito insatisfeito. Dessa forma Adams receberia 19 milhoões de doláres por ano. Valor muito inferior aos recebedores de alto nivél na liga.

Mesmo com a insatisfação era de se esperar que fosse questão de tempo para os cabeças de queijo acertariam um acordo de renovação com seu recebedor número 1. Entretanto, não foi isso que aconteceu. Os Raiders surpreenderam a NFL, adquirindo os serviços do camisa 17, por duas escolhas do Draft desse ano(2022); uma de primeira rodada e outra de segunda.

Logo ele se junta a Darren Waller, Hunter Renfrow e Demarcus Robinson como armas para o ataque liderado pelo quarterback Derrek Carr.  Adams conhece bem o QB de Las Vegas já que jogaram juntos no College em Fresno State e formaram uma dupla muito prolífica. Foram duas temporadas com mais de 1300 jardas recebidas para Adams, o número de corte para um top recebedor no college.

Para os Packers essa foi uma perda enorme uma vez que Adams era considerado por muitos o melhor wide receiver da liga. Certamente eles buscaram uma peça de Draft ou até mesmo um jogador que esteja sem contrato. A classe de recebedores para este ano é profunda e possui nomes muito talentosos.

Com isso as escolhas que vieram com a troca de Adams e o espaço que ele liberou na folha salarial, podem elevar o patamar do corpo de recebedores dos Packers. A unidade foi basicamente dependente da produção do Davante Adams nesses últimos anos.

Entretanto a saída dele preocupa, e é visto como uma troca ruim para a franquia de Wiscosin. Cabe agora a diretoria, trazer peças a alturas e descentralizar o ataque em um ou dois nomes, e distribuir bons recebedores para Aaron Rodgers.

Pensando nos Raiders, foi uma troca muito positiva. Afinal essa troca representa a troca de duas incertezas pelo melhor recebedor da liga. Visto que sua divisão inteira se reforçou, a aquisição não só de Adams, mas também de Chandler Jones mostra que o time de Las Vegas não irá abraçar o “tank”.

Apenas o fato de adotar uma postura ousada e não jogar a temporada para o alto, já torna a troca positiva para o seu lado. A franquia precisa elevar sua moral após a saída de Henry Ruggs e Damon Arnette, e principalmente seu treinador Jon Gruden, como resultado de escândalos extracampo.

Sobretudo, mediante a tantas polémicas o elenco conseguiu vaga nos playoffs. Com a qualidade e resiliência que mostraram na temporada passada, ao mesmo tempo que reforça o elenco. São motivos para colocar o Las Vegas Raiders com um possível desafiante aos principais times da AFC.

Tyreek Hill deixa Kansas City em direção a Miami

Por consequência da troca do Adams, que recebeu um contrato de 28,5 milhões de dólares por ano, até então o recebedor mais bem pago da liga. Tyreek Hill sentiu merecer um salário condizente aos melhores da posição. No entanto, nem Chiefs, nem Hill entraram em acordo sobre os valores do novo contrato. Antes os valores da renovação giravam em torno de 21 milhões, porém com os valores da contratação de Adams, o valor pedido por Tyreek aumentou.

O Miami Dolphins acabou vendo essa situação e se interessou pelos serviços de Hill. Primeiramente firmaram um acordo de troca mandando para os Chiefs, escolhas de primeira, segunda e quarta rodada de 2022, quarta e sexta rodada de 2023. Num segundo momento acertaram com Hill um contrato de US$ 120 milhões por 4 anos. Com isso receberá 30 milhões por ano se tornando ele o wide receiver mais bem pago da história.

The Cheetah era o principal jogador do ataque junto do Tight End, Travis Kelce. Mas a quantidade de escolhas que foram enviadas nessa troca compensam a perda. Caso Hill fosse mantido no elenco, seu impacto na folha salarial iria ser gigantesco.

Os cabeças de flechas já se comprometeram com seu QB Patrick Mahomes a longo prazo na NFL, então as escolhas vêm em boa hora. Pelo fato dos jogadores draftados receberem um contrato menor. Com isso o front office em Kansas City terá um respiro maior para trabalhar o salary cap e manter o time competitivo para as próximas temporadas.

A meu ver a situação em Miami é um pouco mais complicada na NFL. Eles pagaram muito caro tanto em salário, quanto em escolhas se compararmos a troca entre Packers e Raiders. Sem mencionar o fato de Tua Tagovailoa não ter se provado ainda como um “francise quarterback”.

É compreensível que Miami na NFL esteja buscando dar o máximo de armas possíveis para Tua mostrar seu potencial. Mas ainda é um movimento ariscado caso o QB, não alcance as expectativas colocadas em cima dele. Os Dolphins terão um contrato longo, caro e com muito dinheiro garantido sendo difícil se livrar do jogador caso seja necessário.

Foto Destaque: NFL

Escrito por Matheus Monteiro
Eu sou Matheus Monteiro, estudante de jornalismo, amante de esportes americanos e corintiano roxo. Meu ídolos no esporte são Hamilton e Ronaldinho Gaúcho Conheci a NFL há 3 anos mas já se tornou minha liga favorita, seja pelo espetáculos que são os jogos, seja pelas táticas e técnicas apresentados em campo. Nas horas vagas com certeza futebol é meu esporte preferido para praticar mas não dispensa um rachão de basquete também.