A National Football League que tanto amamos existe, na maior parte, pela força de trabalho dos negros. Isso é um fato inquestionável. Mais de 70% dos jogadores da liga em 2020 são afro-americanos. Contudo, apenas três head coaches atualmente têm pele negra.
Se o futebol americano existe e é esse show que vemos, devemos muito à parte da população dos Estados Unidos que é mais discriminada e que mais sofre com o preconceito sistêmico ainda muito arraigado na América do Norte. Os negros são a base da NFL
Estas últimas duas semanas foram extremamente emblemáticas nos Estados Unidos. Depois da morte de George Floyd, assassinado por policiais em Minneapolis, muitos protestos estão sendo realizados em prol da comunidade afro-americana e da igualdade racial/social. O Black Lives Matter nunca fez tanto sentido.
Todo mundo minimamente sensato foi atingido pelos eventos recentes e, independentemente do tom de pele, está se solidarizando com o movimento favorável aos negros.
Em meio a isso, nós do Quinto Quarto resolvemos adotar um pouco do silêncio nesta semana (em termos de conteúdo), priorizando as vozes que estão ganhando força. E, agora, vamos dar espaço aos negros que abrilhantam os jogos de futebol americano fora das quatro linhas: os técnicos.
Apesar da maciça maioria dos jogadores serem afrodescendentes, isso não se reflete nos head coaches e, menos ainda, nos cargos executivos (front office). Então, temos que dar espaço aos treinadores negros que fizeram história. Eles tiveram muito mais dificuldades para chegarem aonde chegaram, mas fizeram trabalhos marcantes na NFL.
Eu, Bruno Bataglin, separei 13 head coaches negros que gravaram seus nomes na liga. E os dividi em quatro categorias: os lendários, o pioneiro, os que também marcaram época e os atuais.
PS: obviamente que não contemplei todos os head coaches negros da NFL em todos os tempos, mas creio que esses 13 nomes selecionados façam jus aos grandes profissionais afro-americanos que passaram pelas sidelines.
Os lendários
Aqui, resolvi separar apenas dois nomes que, na minha opinião, são os maiores expoentes de head coaches afro-americanos na National Football League.
São campeões de Super Bowl e, por também simbolizarem a conquista de espaço e o sucesso dos negros, possuem um respeito enorme dentro da liga…
Tony Dungy
Certamente, o técnico principal afro-americano mais importante da história da National Football League, cruzando o caminho de vários técnicos minoritários (como você verá ao longo deste texto especial).
Tony Dungy foi o primeiro head coach negro a ser campeão do Super Bowl, guiando o Indianapolis Colts ao título do Super Bowl XLI com uma vitória por 29 a 17 sobre o Chicago Bears.
Dungy teve uma carreira curta como jogador. Na posição de safety e nos special teams, ele jogou por Pittsburgh Steelers (1977 e 1978), San Francisco 49ers (1979) e New York Giants (1980). Ainda assim, ganhou o título do Super Bowl XIII sobre o Dallas Cowboys com a camisa dos Steelers.
Como treinador na NFL, ele iniciou sua trajetória em 1981, como treinador de defensive backs dos Steelers, cargo que ele ocupou até 1983. Nas cinco temporadas seguintes, ele foi coordenador defensivo dos Steelers.
De 1989 a 1991, Dungy foi treinador de DBs do Kansas City Chiefs e, de 1992 a 1995, foi coordenador defensivo do Minnesota Vikings.
Sua primeira experiência como head coach foi no Tampa Bay Buccaneers, cargo que ele ocupou de 1996 a 2001 e somou 54 vitórias e 42 derrotas (56,3% de aproveitamento) na temporada regular. Foram duas vitórias e quatro derrotas nos playoffs.
Ele completou seus 13 anos como técnico principal na liga com sete temporadas no comando dos Colts, somando 85 vitórias e 27 derrotas na temporada regular (75,9%) e sete vitórias e seis derrotas nos playoffs, incluindo um título.
Em 2008, Dungy estabeleceu um novo recorde entre head coaches da NFL de classificações consecutivas aos playoffs, com 10. Em todos os anos em que ele esteve no comando, os Colts jogaram a pós-temporada.
Entrou no Hall da Fama do Futebol Americano Profissional (PFHOF) em 2016 e lá merece estar entre as maiores lendas da bola oval. Também faz parte do Ring of Honor dos Colts e do Ring of Honor dos Bucs.
Está bom para você?
Mike Tomlin
Ainda em atividade na National Football League, é um dos três técnicos negros trabalhando na liga em 2020. Tomlin é comandante do Pittsburgh Steelers desde 2007, sendo assim o terceiro head coach mais longevo na NFL atualmente, atrás apenas de Bill Belichick (no New England Patriots desde 2000) e Sean Payton (no New Orleans Saints desde 2006).
No Super Bowl XLIII, aos 36 anos de idade, ele comandou os Steelers na vitória sobre o Arizona Cardinals, tornando-se assim o técnico mais jovem na história a faturar o Vince Lombardi Trophy. E foi o segundo negro a colocar um título de SB no currículo.
Tomlin trabalhou no futebol americano universitário de 1995 a 2000, ocupando cargos variados como treinador de wide receivers e treinador de defensive backs, entre outros.
Seu primeiro trabalho na NFL foi em 2001, como treinador de defensive backs do Tampa Bay Buccaneers, cargo que ocupou até 2005. Então, em 2006, ele foi coordenador defensivo do Minnesota Vikings e, com o bom trabalho em Minneapolis, os Steelers deram a chance para ele ser o head coach em 2007.
Lá ele permanece.
Até agora, são 133 vitórias, 74 derrotas e um empate em temporadas regulares (aproveitamento de 64,2%), e oito vitórias e sete derrotas nos playoffs, incluindo o título.
Tomlin disputou dois Super Bowls como head coach dos Steelers (também perdeu o Super Bowl XLV para o Green Bay Packers), ganhou seis títulos da divisão AFC North e levou a equipe à pós-temporada em oito de suas 13 temporadas como treinador principal da franquia da Pensilvânia.
Certamente entrará no Hall da Fama no futuro e, mais ainda, no Hall of Honor dos Steelers.
O pioneiro
Aqui nem é preciso dar muitas explicações. Eis primeiro técnico afro-americano na história da liga, mesmo antes da era moderna da NFL, e abriu caminho para outros negros…
Fritz Pollard
Frederick ‘Fritz’ Pollard é um nome que muito provavelmente nunca foi (ou pouco foi) ouvido pelos fãs mais recentes da National Football League. Mas este é ninguém menos do que o primeiro afro-americano a ser head coach na liga.
Além disso, ao lado de Bobby Marshall, ele foi um dos dois primeiros jogadores negros na NFL nos anos 20, quando atuava como halfback (o running back, explicando de maneira menos técnica).
Como jogador em nível profissional, Pollard teve uma carreira que foi de 1920 a 1926, rodando por vários times.
Curiosamente, Pollard se tornou co-head coach do Akron Pros em 1921, quando também jogava pelo time. Também teve uma passagem relâmpago de um jogo como técnico do Hammond Pros, em 1925. Em 13 jogos como treinador de futebol americano profissional, foram oito vitórias, um empate e quatro derrotas (66,7% de aproveitamento).
Primeiro jogador negro de futebol americano na Universidade Brown, ele entrou para o Hall da Fama do Futebol Americano Profissional (PFHOF) e para o Hall da Fama do Futebol Americano Universitário (College Football Hall of Fame).
Atualmente, existe a chamada Fritz Pollard Alliance, um grupo que tem o objetivo de promover contratações de profissionais de grupos étnicos minoritários na NFL, entre eles os negros.
Também marcaram seus nomes
Nesta categoria, trarei rapidamente outros head coaches negros que marcaram época na NFL e fizeram trabalhos consistentes na liga…
Jim Caldwell
Jim Caldwell tem uma extensa carreira como treinador, tendo trabalhado no futebol americano universitário de 1977 a 2000, recebendo sua primeira chance na NFL em 2001.
Na ocasião, ele se juntou ao staff de Tony Dungy (o nosso fod@0 aí de cima ) para ser treinador de quarterbacks do Tampa Bay Buccaneers. Em 2002, ele rumou com Dungy para o Indianapolis Colts e ficou até 2008 como head coach assistente e treinador de QBs.
Em 2009, quando Dungy oficializou sua aposentadoria do futebol americano, Caldwell se tornou o técnico principal dos Colts, cargo em que permaneceu até 2011. Foram 26 vitórias e 22 derrotas (54,2% de aproveitamento), com duas classificações aos playoffs. No seu primeiro ano, ele foi campeão da Conferência Americana (AFC), levando os Colts ao Super Bowl XLIV. Mas a temporada terminou com derrota para o New Orleans Saints por 31 a 17.
Com aquela campanha, Caldwell teve um dos recordes de melhor início de carreira como head coach, com 14 vitórias.
Depois de uma passagem como coordenador ofensivo/treinador de QBs do Baltimore Ravens, em 2012 e 2013, ele ganhou sua segunda oportunidade como HC, no Detroit Lions, e ficou lá de 2014 a 2017. Foram 36 vitórias e 28 derrotas (56,3%), com duas idas aos playoffs.
Dennis Green
Em 1992, Dennis Green se tornou apenas o segundo técnico negro na era moderna da NFL. Ele nunca conquistou um título de Super Bowl, mas ajudou muito a revolucionar os ataques na liga.
Tendo trabalhado no college football na maior parte do começo de sua carreira, ele sentiu o primeiro gostinho de NFL como treinador de special teams do San Francisco 49ers, em 1979. Ele retornou aos Niners entre 1986 e 1988 para ser treinador de wide receivers.
Entretanto, sua primeira chance como head coach foi em 1992, no Minnesota Vikings. E ele segurou o cargo até 2001. Em 2000 e 2001, inclusive, ele foi também o general manager da franquia de Minneapolis.
Em suas 10 temporadas nos Vikings, foram 97 vitórias e 62 derrotas na temporada regular, com oito classificações aos playoffs. Na pós-temporada, foram quatro vitórias e oito derrotas. Mesmo assim, ele entrou para o Ring of Honor dos Vikings.
Após passar duas temporadas como comentarista da ‘ESPN’, Green foi contratado pelo Arizona Cardinals, novamente como head coach, e ficou lá de 2004 a 2006. Foram 16 vitórias e 32 derrotas, sem idas aos playoffs.
Green ainda teve passagem pela extinta United Football League (UFL). Ele morreu em julho de 2016, aos 67 anos de idade, depois de lutar com complicações de um ataque cardíaco.
Art Shell
Art Shell foi o primeiro head coach negro na era moderna da NFL, tendo treinado o Los Angeles Raiders de 1989 a 1994. Ele levou o time aos playoffs em metade de suas seis temporadas como comandante, inclusive chegando à final da Conferência Americana (AFC) em 1990.
Posteriormente, ele retornou ao cargo de head coach do agora Oakland Raiders, em 2006, mas teve campanha de duas vitórias e 14 derrotas.
No total de sua carreira como head coach na liga, foram 56 vitórias e 52 derrotas (51,9% de aproveitamento) em temporadas regulares e duas vitórias e três derrotas nos playoffs. Contudo, se levarmos em conta apenas a primeira passagem pelo L.A. Raiders, foram 54 vitórias e 38 derrotas, com apenas uma temporada negativa.
Ele também foi treinador de linha ofensiva dos Raiders, do Kansas City Chiefs e do Atlanta Falcons em seus 19 anos como treinador de futebol americano profissional.
Como jogador, Shell foi draftado pelo Oakland Raiders e jogou nos Raiders em toda a sua carreira como offensive tackle, que durou 15 temporadas (1968 a 1982).
Dentro dos campos, ele foi campeão de dois Super Bowls (XI e XV), foi duas vezes para o primeiro time All-Pro e foi oito vezes selecionado ao Pro Bowl. Entrou para o Pro Football Hall of Fame em 1989.
Lovie Smith
Lovie Smith foi outro entre os head coaches negros que marcaram seu nome na NFL. Seus trabalhos nas sidelines da liga começaram em 1996, como treinador de linebackers do Tampa Bay Buccaneers, função que ele exerceu até 2000.
Posteriormente, ele foi coordenador defensivo do então St. Louis Rams, entre 2001 e 2003. E a primeira chance como head coach foi dada pelo Chicago Bears, em 2004.
Ele ficou nos Bears até 2012, somando 81 vitórias e 63 derrotas na temporada regular, e três vitórias e três derrotas nos playoffs (três aparições ao todo). Na temporada 2006, ele levou os Bears ao Super Bowl XLI, mas a equipe foi derrotada pelo Indianapolis Colts de Tony Dungy (olha ele de novo!).
Smith ainda foi head coach do Tampa Bay Buccaneers em 2014 e 2015, quando somou oito vitórias e 24 derrotas (25% de aproveitamento).
Como head coach na NFL, Lovie Smith somou 89 vitórias e 87 derrotas (50,6% de aproveitamento) em temporadas regulares. E, desde 2016, ele é head coach na Universidade de Illinois.
Marvin Lewis
Marvin Lewis iniciou sua carreira como treinador trabalhando no college e recebeu sua primeira chance na NFL em 1992, como treinador de linebackers do Pittsburgh Steelers. Após ocupar o cargo até 1995, ele passou seis anos (1996 a 2001) como coordenador defensivo do Baltimore Ravens.
Lewis então teve uma passagem de um ano como head coach assistente/coordenador defensivo do Washington Redskins, em 2002. No ano seguinte, começava então seu longo trabalho como head coach do Cincinnati Bengals.
Ele foi o comandante da franquia de Ohio de 2003 a 2018 e, em suas 16 temporadas no cargo, foram 131 vitórias (recorde para um head coach dos Bengals), 122 derrotas e três empates.
Contudo, ele ficou mais conhecido por levar os Bengals sete vezes aos playoffs e não obter uma vitória sequer, caindo sete vezes logo no primeiro jogo da pós-temporada.
Suas 131 vitórias, 16 anos como head coach e sete revezes nos playoffs são recordes da NFL para um técnico que nunca ganhou uma partida no mata-mata.
Atualmente, é co-coordenador defensivo na Universidade de Arizona State.
Mike Singletary
Mike Singletary não foi um head coach muito bem-sucedido na NFL. Ele treinou o San Francisco 49ers de 2008 a 2010, no primeiro ano como interino, e somou 18 vitórias e 22 derrotas (46,2% de aproveitamento).
Ele ocupou outros cargos como treinador na NFL, tendo sido treinador de linebackers do Baltimore Ravens, head coach assistente/treinador de LBs dos 49ers, assistente especial do head coach/treinador de linebackers do Minnesota Vikings e assistente defensivo do Los Angeles Rams.
Singletary ainda foi head coach do Memphis Express, time da extinta Alliance of American Football (AAF) e da Trinity Christian Academy, escola onde estudou em Addison, no Texas.
Mas se Singletary não teve tanto sucesso como head coach, o mesmo não se pode dizer de sua carreira de jogador. Draftado pelo Chicago Bears na segunda rodada, em 1981, vindo da Universidade de Baylor, ele foi um ótimo linebacker.
Ele foi campeão do Super Bowl XX (vitória dos Bears sobre o New England Patriots), foi oito vezes selecionado ao primeiro time All-Pro, foi duas vezes Jogador Defensivo da NFL, foi dez vezes selecionado ao Pro Bowl e entrou no All-Decade Team da NFL dos anos 80.
Singletary é membro do Hall da Fama do Futebol Americano Profissional (PFHOF) e do College Football Hall of Fame.
Ray Rhodes
Depois de jogar pelo New York Giants e pelo San Francisco 49ers, Ray Rhodes foi treinador na NFL por muito tempo.
Ocupou cargos de treinador de defensive backs e coordenador defensivo em franquias como 49ers, Green Bay Packers, Washington Redskins, Denver Broncos, Seattle Seahawks, Houston Texans e Cleveland Browns entre 1981 e 2012.
Como head coach, teve sua primeira chance no Philadelphia Eagles, entre 1995 e 1998. Neste período, foram 29 vitórias, 34 derrotas e um empate na temporada regular (46,1% de aproveitamento). Nos dois primeiros anos, duas classificações aos playoffs, mas duas quedas (para o Dallas Cowboys, na rodada de divisão da NFC, e para os 49ers, na rodada de wild card da NFC).
Foi nomeado Técnico do Ano pela ‘Associated Press’ em 1995, seu primeiro ano como líder dos Eagles.
Ele ainda foi comandante dos Packers, em 1999, e teve uma campanha 8-8. Assim, ele somou 37 vitórias, 42 derrotas e um empate como técnico principal, um aproveitamento de 46,8%.
Rhodes, contudo, pode se orgulhar de ter conquistado cinco anéis de Super Bowl como assistente técnico dos 49ers.
Herm Edwards
Herman Edwards Jr. foi jogador na NFL de 1977 a 1986. Atuando como defensive back com as camisas de Philadelphia Eagles, Atlanta Falcons e Los Angeles Rams, ele somou 33 interceptações e um touchdown defensivo.
Depois que terminou sua carreira de atleta, ele iniciou sua carreira de treinador como assistente defensivo na Universidade de San Jose State. Ganhou sua primeira chance na NFL em 1990, como scout do Kansas City Chiefs.
Ainda nos Chiefs, ele também foi treinador de defensive backs.
Após uma passagem de cinco anos pelo Tampa Bay Buccaneers (1996 a 2000), onde foi head coach assistente e treinador de defensive backs na comissão de (adivinhem quem…) Tony Dungy, ele ganhou suas primeiras oportunidades como head coach.
Primeiro, com o New York Jets, de 2001 a 2005. Lá, foram 39 vitórias e 41 derrotas na temporada regular (48,7% de aproveitamento), com três classificações aos playoffs (e três quedas precoces).
Então, em 2006, ele assumiu como técnico principal do Kansas City Chiefs e, com campanha 9-7, logo levou o time aos playoffs, mas caiu para os Colts, de Dungy (não aguento mais!) na rodada de wild card.
Ele ficou nos Chiefs até 2008, não indo mais aos playoffs, e encerrou sua passagem por lá com 15 vitórias e 33 derrotas na temporada regular.
O retrospecto de Edwards como head coach na NFL foi de 54 vitórias e 74 derrotas (42,2% de aproveitamento), além de duas vitórias e quatro derrotas na pós-temporada.
Atualmente, é head coach na Universidade de Arizona State.
Os atuais (além do já citado Mike Tomlin)
Além de Tomlin, estes são os técnicos afro-americanos na NFL em 2020 (sim, sabemos que é muito pouco ter apenas três negros em 32 franquias – ou pouco mais de 9% da liga – e que a Rooney Rule não anda funcionando muito bem)…
Anthony Lynn
Anthony Lynn jogou na NFL de 1992 a 1999, depois de entrar na liga como um jogador não-draftado. Como running back e special teamer, ele teve passagens por New York Giants, Denver Broncos (duas) e San Francisco 49ers. Nos Broncos, foi campeão de dois Super Bowls consecutivos (XXXII e XXXIII).
Sua carreira como treinador iniciou diretamente na NFL, em 2000, quando foi assistente de special teams dos Broncos por três anos.
Posteriormente, teve passagens como treinador de running backs do Jacksonville Jaguars (2003 e 2004), do Dallas Cowboys (2005 e 2006), do Cleveland Browns (2007 e 2008) e do New York Jets (2009 a 2014). Em 2013 e 2014, ele também foi head coach assistente dos Jets.
Em 2015 e 2016, Lynn trabalhou no Buffalo Bills, como head coach assistente e treinador de running backs. E, ainda em 2016, ele foi coordenador ofensivo e técnico interino dos Bills, perdendo o único jogo em que comandou a equipe depois da demissão de Rex Ryan.
Anthony Lynn foi contratado para ser o novo head coach do Los Angeles Chargers, em 2017, e está lá até hoje. Ele soma 26 vitórias e 22 derrotas por lá até agora (54,2% de aproveitamento) e uma classificação aos playoffs, na temporada 2018, quando o time caiu para o New England Patriots na rodada de divisão da AFC.
Lynn foi o primeiro afro-americano a ser head coach nos até então 56 anos de existência dos Chargers. Mais um grande feito para os negros.
Brian Flores
Atual técnico principal do Miami Dolphins, Brian Flores iniciou sua trajetória na NFL em 2004, sendo assistente de scouting e scout profissional do New England Patriots até 2007.
Em 2008 e 2009, ele foi assistente de special teams dos Patriots. Ele continuou na franquia de Foxborough até 2018, ocupando cargos de treinador de special teams/assistente ofensivo, assistente defensivo, treinador de safeties e treinador de linebackers.
Durante sua passagem por New England, o time comandado pelo head coach Bill Belichick faturou quatro Super Bowls e sete títulos da Conferência Americana (AFC).
Em fevereiro de 2019, ele foi contratado como head coach na NFL. Como Flores é afro-latino, ele é totalmente de grupos étnicos minoritários e se tornou apenas o quarto latino na história da liga a ser técnico principal, depois de Ron Rivera, Tom Fears e Tom Flores.
Flores teve campanha de cinco vitórias e 11 derrotas em sua primeira temporada como técnico dos Dolphins, surpreendendo a muitos pelos cinco resultados positivos em um ano em que muitos cogitavam a franquia da Flórida fechando com 0-16.
Entre as vitórias, a mais emblemática foi uma por 27 a 24 sobre o New England Patriots, sendo este o primeiro resultado favorável para os Dolphins jogando fora de casa contra os Patriots desde 2008.
É muito envolvido nas causas dos negros e tem voz ativa dentro e fora da liga.