Ex-esposa de Justin Strzelczyk critica declarações de Jamal Adams

Bruno Bataglin | 01/08/2017 - 11:26
Jamal Adams, safety do New York Jets
(Crédito: Twitter/reprodução)

A ex-esposa do falecido Justin Strzelczyk, que foi offensive lineman do Pittsburgh Steelers, criticou duramente os comentários feitos na última segunda-feira (31) pelo safety Jamal Adams, calouro do New York Jets, e interpretou as declarações como insensíveis.

Ao falar sobre segurança dos atletas e sobre o problema da encefalopatia traumática crônica (CTE, em inglês), doença degenerativa no cérebro de alta incidência em ex-jogadores de futebol americano, Adams causou polêmica.

“Literalmente, se eu tivesse um lugar perfeito para morrer, eu morreria no campo”, declarou o jovem atleta, durante um fórum para torcedores realizados nesta segunda e que contou com a presença de Roger Goodell, comissário da NFL.

Keana McMahon, ex-esposa de Strzelczyk, não deixou barato.

“Eu não sei nem o que dizer. Esse cara (Adams) não sabe o que está acontecendo no sistema. Ele não faz ideia de como é lidar com alguém que tem CTE”, declarou McMahon, em entrevista ao ‘New York Daily News’.

McMahon foi casada com Strzelczyk por oito anos e afirmou que o ex-offensive lineman sofria de alterações de humor e comportamento volátil. Em setembro de 2004, nove meses após o divórcio do casal, Strzelczyk morreu em uma colisão frontal com um caminhão-tanque depois de liderar soldados do estado em uma perseguição em Nova York.

Logo após os comentários de Adams, Goodell tentou amenizar a polêmica dizendo que as declarações apenas representaram o amor do jogador pelo esporte, assim como é com muitos atletas da NFL.

E não foi somente Keana McMahon que criticou as declarações do safety dos Jets. Thomas Demetrio, advogado que representa a família do falecido jogador Dave Duerson, pontuou que a fala de Jamal Adams manda a mensagem errada para as crianças.

“Infelizmente, esses jogadores não morrem no campo de jogo de morte súbita. Eles morrem uma morte horrível mais adiante na vida, levando, em muitos casos, ao suicídio. Essa não é uma medalha de honra para o gladiador que jogou por 13 anos na NFL ou por duas semanas. É um problema real. A mentalidade de macho e do cara durão tem que mudar”, observou Demetrio.

Duerson, que jogou na posição de safety pelo Chicago Bears e pelo New York Giants, se matou em 2011 com um tiro. Ele foi diagnosticado com CTE após sua morte.

Escrito por Bruno Bataglin
Formado em jornalismo em 2013 pela Cásper Líbero, é um dos fundadores do Quinto Quarto e é editor de NFL. Apaixonado por esportes e por música, não necessariamente nesta ordem. Produtor de conteúdo e pensador nas horas vagas.