Estava caindo de sono e meio entediado quando o jogo entre Cleveland Browns e Pittsburgh Steelers esquentou. E não foi por causa de um touchdown.
Hoje saiu a notícia que Myles Garrett está suspenso de forma indefinida. Com certeza ele pode dar adeus à temporada 2019 e até perder um pouco da temporada 2020 talvez.
É engraçado pensar que o futebol, que não tem tanto contato quanto o futebol americano, tem mais brigas e discussões pesadas. Pode ser o capacete, a ética do jogo ou pura inteligência superior. Mas como vimos ontem, o capacete pode não ser um problema para começar uma briga na NFL.
Por isso vamos selecionar pelo menos uma briga histórica nas três ligas. Mas veja bem, não é um post exaltando a violência e, sim, lembrando de causos que os seguidores do Quinto Quarto precisam conhecer.
Brigas na NFL
O Business Insider colocou a briga de ontem como a mais feia da história da NFL. Mas claro que não foi a única.
É curioso que Garrett antes do que aconteceu ontem era visto como um cara de boa. Assim como Andre Johnson, o incrível wide receiver do Houston Texans. Até que ele cruzou com Cortland Finnegan e não poupou nos socos.
Tem algo que aconteceu na NFL atual que fez a turma ficar mais nervosa. Nas décadas anteriores, como você podia simplesmente aniquilar seus rivais, acho que toda essa energia era liberada. Agora…. olha só o A.J. Green socando o capacete do Jalen Ramsey, derrubando ele no chão e não parando até que 20 pessoas chegam para criar a pilha.
Sempre me impressiona ao ver como alguém vai com o punho fechado em um capacete. Santana Moss e Corey Webster são mais um exemplo disso.
Enfim, as brigas na NFL não são lá muito chamativas. Temos que ir para outros esportes para o negócio realmente chocar. Novamente, não pense que estou glorificando violência.
Brigas na NBA
Já tivemos muitas. Mas duas delas marcaram a história da NBA. Sim, você sabe qual é pelo menos uma delas.
Claro que o cara que mais tarde colocou Paz Mundial no nome estava envolvido. Malice at the Palace é um clássico e ver esse vídeo original acima é ainda mais impressionante porque ela não faz sentido nenhum.
Era um jogo decidido, foi uma falta sem tanta força assim, apesar de feia. Ben Wallace dá um empurrão em Ron Artest (à época, Metta World Peace depois e The Pandas Friend por um breve período) e ai começa a bagunça, que tem a turma do deixa disso, depois Artest deita na mesa (???), um fã fanfarrão joga uma bebida nele achando que ia ficar por isso mesmo e o caos se inicia.
Detalhe: o coitado do torcedor que apanha de Artest primeiro não é o cara que jogou a bebida.
A segunda briga é triste na verdade. Enfim, toda briga é triste, afinal a comunicação falhou e o amor não está mais lá. Mas este aqui é especialmente triste porque Rudy Tomjanovich é considerado um dos caras mais gente boa que passaram pela NBA.
E ele foi correndo para separar uma briga entre um jogador dos Rockets e outro dos Lakers, levando um soco de Kermit Washington que pegou em cheio e o levou ao hospital.
Mas tenho uma história feliz para você. Apesar do punho de Washington ter destruído o maxilar e fez Tomjanovich sentir gosto de líquido espinhal – ou cefalorraquidiano para os médicos de plantão que vão reclamar que não usei o termo certo – o jogador dos Rockets voltou em cinco meses a jogar e foi um All-Star na temporada 78-79, uma depois de ter levado esse soco.
Ou seja, quando alguém fala que não se fazem mais homens como antigamente, você concorda e pensa em Rudy.
Ah, ele ainda foi treinador e venceu duas vezes o título da NBA. E ainda soltou essa frase depois de vencer que nem Winston Churchill conseguiu pensar igual. Ok, exagerei.
Brigas na MLB
Parece um esporte tranquilo o tal do baseball. Gramado extenso, pouca ação, acordos de cavalheiros até para comemorar. Mas sempre tem os cabeça ruim. E muitas, muitas brigas, que você pode ver neste vídeo aqui.
Eu vou destacar uma que eu gosto bastante. Não, não é a de Bryce Harper com o próprio companheiro, que fica ainda mais chamativa com a saída de Harper dos Nationals e a conquista do time logo a seguir.
Eu vou escolher Alex Rodriguez. A-Rod podia ter ido para os Red Sox e quase foi. Mas no fim ele acabou no Bronx. E todo mundo já odiava ele, especialmente pelo seu contrato. Não sei se Jason Varitek tinha raiva dos 200 e tantos milhões, só sei que ele mandou a bola em A-Rod, em vez de pedir desculpas saiu rindo, Rodriguez mandou ver aquele FU** YOU tradicional e tudo começou.
A verdade é que as brigas do baseball são as melhores, até que as do hockey. Explico: o hockey é no gelo, imagina soltar socos enquanto você está de patins. E elas são muito organizadas, inclusive tendo um código de conduta.
No futebol americano tem o capacete. E fazer o que Myles Garrett fez pode matar alguém, o que deixa a briga muito pior.
No basquete, o perigo é enorme e Tomjanovich sentiu isso: imagina Giannis Antetokounmpo socando Joel Embiid. Alguém pode sair direto para o IML.
No baseball, tem toda a quebra de expectativa de um jogo calmo e sem tanta ação e do nada as emoções tomam força. Você não tem capacetes no meio do caminho e usar o taco é fora de questão – que o Myles Garrett da MLB não me leia. Mas a melhor parte é o fato que na NBA há uma regra de décadas que pune com multa os jogadores que saem do banco para fazer qualquer coisa, até separar.
Na MLB começa uma briga entre dois e você vê, como no filme 300, dois exércitos correndo 50 metros para a briga e ai vira o caos generalizado, batalha campal.
Meu estudo de caso então termina com: meninos, não briguem. Mas se forem fazer isso, entrem em um time de baseball e façam a coreografia necessária.