Aaron Rodgers é eleito MVP da temporada 2020 da NFL e não há o que questionar

Bruno Bataglin | 06/02/2021 - 18:37

Foi Aaron Rodgers e pronto. Como o prêmio de MVP (Jogador Mais Valioso) da temporada é entregue ao jogador que melhor desempenhou na temporada regular, o quarterback do Green Bay Packers sobrou. Ele foi o melhor de 2020 sem margem para dúvidas.

Nas primeiras semanas da temporada 2020, o quarterback Russell Wilson, do Seattle Seahawks, era o nome. Logo ele despencou de produção e ficou para trás. Depois, o nome do astro Patrick Mahomes, do Kansas City Chiefs, ganhou força. Mas, levando o todo em consideração, não teve para ninguém.

O camisa 12 dos Packers foi O CARA da temporada regular de 2020.

Rodgers levou 44 votos dos 50 possíveis para levar o prêmio. O quarterback Josh Allen, dos Bills, ficou com quatro e Mahomes com dois.

Em 16 jogos, liderando Green Bay em uma campanha de 13-3 (a melhor da Conferência Nacional – NFC), Rodgers acertou 70,7% de seus lançamentos para 4.299 jardas, 48 touchdowns e sofreu apenas cinco interceptações.

Seu passer rating de 121.5 foi o segundo melhor de sua carreira profissional, atrás apenas dos 122.5 em 2011 (até hoje recorde da NFL de rating em uma única temporada), ano em que ele também ganhou o prêmio individual mais importante da NFL. E bem acima dos 112.9 de 2014, quando Rodgers faturou seu segundo MVP.

Rodgers foi apenas o terceiro jogador da história da NFL a liderar a liga em passes para TD ao mesmo tempo em que lançou o menor número de interceptações. Os outros dois foram Tom Brady (36/4 em 2010) e Johnny Unitas (19/7 em 1958).

Ou seja, para quem ainda não entendeu: IN-QUES-TI-O-NÁ-VEL.

Mas se você não quer se fixar apenas nas estatísticas, tudo bem, sr. Ver Para Crer. Basta assistir as atuações dele na temporada.

Eu destacaria duas delas:

  • A vitória por 34 a 17 sobre o San Francisco 49ers, na semana 9, quando ele acertou 25 passes de 31 (80,6%) para 305 jardas e quatro touchdowns – passer rating de 147.2;
  • A vitória por 35 a 16 sobre o Chicago Bears, na semana 17, quando acertou 19 passes de 24 (79,2%) para 240 jardas e quatro touchdowns – passer rating de 147.9.

Teve mais, mas essas duas já bastam. Aaron Rodgers foi um ‘ceifador’ de defesas na temporada 2020. Semana após semana.

E uma coisa joga ainda mais a favor do camisa 12 (como inclusive notou a ‘ESPN’ norte-americana): tirando o monstruoso Davante Adams (115 recepções, 1.374 jardas e 18 touchdowns), seu corpo de wide receivers não enche mais os olhos do que pegar metrô na Estação Sé às 18h (pré-pandemia feelings).

Allen Lazard e Marquez Valdes-Scantling não são horrorosos, não vou ser injusto. O primeiro fez 33 recepções para 451 jardas e três touchdowns em 2020, enquanto que o segundo teve as mesmas 33 recepções para 690 jardas e seis TDs. Porém, coloque esses dois jogando em um ataque comandado por Kirk Cousins ou Mitchell Trubisky e veja o que acontece.

O tight end Robert Tonyan mandou muito bem, com 52 recepções para 586 jardas e 11 TDs, mas também não é um baita jogador da posição. Rodgers extraiu o melhor dele. E, agora, Tonyan já tem seu nome reconhecido pelo menos pelo dono da padaria do lado da casa dele.

A linha ofensiva dos Packers ajudou bastante e Rodgers sofreu apenas 20 sacks na temporada 2020. Este foi o menor número de sua carreira desde que ele se tornou titular da franquia de Wisconsin em tempo integral, em 2008.

Este prêmio de MVP pode inclusive ser creditado, em grande parte, à diretoria dos Packers. Se a escolha do quarterback Jordan Love na primeira rodada do Draft NFL 2020 em vez de um wide receiver foi feita para provocar Rodgers, isso surtiu efeito.

Aaron é o MVP incontestável. Ele pode ter ficado pelo caminho mais uma vez nos playoffs, não passando da final da NFC, quando não fez seu melhor jogo contra o Tampa Bay Buccaneers (33/48, 346 jardas, três TDs e uma INT). Mas, no campeonato que importava para esse prêmio, que era a regular season, ele foi o melhor.

Ponto final. Exclamação.

Escrito por Bruno Bataglin
Formado em jornalismo em 2013 pela Cásper Líbero, é um dos fundadores do Quinto Quarto e é editor de NFL. Apaixonado por esportes e por música, não necessariamente nesta ordem. Produtor de conteúdo e pensador nas horas vagas.