Cover-2, pressões disfarçadas e zonas híbridas: a NFL de 2025 é um laboratório tático. As defesas evoluíram mais rápido que os ataques — e os quarterbacks estão sendo obrigados a mudar completamente sua forma de jogar. Do “tiro longo” à paciência cirúrgica, o jogo aéreo entrou em uma nova era.
📊 O colapso da “deep passing era”
Entre 2018 e 2022, a NFL viveu um festival de passes longos: Mahomes, Allen, Herbert e Burrow redefiniram o espetáculo aéreo. Mas em 2024–2025, os números contam outra história. A média de depth of target (aDOT) caiu quase 18% em três anos — e a responsabilidade é das defesas.
Coordenadores como Lou Anarumo (Bengals) e Steve Spagnuolo (Chiefs) popularizaram as Cover-2 shells e os disguised looks pré-snap, forçando QBs a “ler” o campo horizontalmente e não verticalmente. O objetivo? Forçar o ataque a acumular drives longos, mais sujeitos a erros.
🧠 Mahomes, Allen e Stroud: três casos, três adaptações
Patrick Mahomes — o cirurgião
O Mahomes de 2025 é mais “cirurgião” que “mago”. Seu aDOT caiu de 9,1 jardas (2021) para 6,7 (2024), mas sua EPA/play continua positiva (+0.19). A chave: paciência e precisão em rotas curtas (checkdowns, option routes, passes a Kelce ou Rice).
Josh Allen — o paradoxal
Allen ainda busca o equilíbrio entre “gunslinger” e gestor. Quando enfrenta defesas Cover-2, seu passer rating cai 14 pontos em média. Em 2025, Ken Dorsey adaptou o playbook: mais motion pré-snap e rotas cruzadas curtas, limitando turnovers, mas também o fator explosão.
C.J. Stroud — o novo protótipo
Stroud representa o QB moldado para esta era: leitura rápida, precisão intermediária, e controle de ritmo. Seu success rate contra Cover-2 é o segundo da liga (57%), mostrando que a nova geração já nasce adaptada a defesas disfarçadas.
📈 O que mudou no jogo aéreo da NFL (2018 → 2025)
| Elemento | 2018–2021: “Deep Passing Era” | 2022–2025: “Era das Defesas Inteligentes” | Impacto principal |
|---|---|---|---|
| Formações defensivas | Man-to-man, single-high safety (Cover 1) | Shells 2-high (Cover-2, Cover-6), disguises pré-snap | Menos janelas verticais, leituras mais complexas |
| Tendência ofensiva | Explosão vertical, rotas “go” e “post” | Ritmo curto, spacing horizontal, passes rápidos | Menor risco, maior eficiência em 3rd down |
| Profundidade média de alvo (aDOT) | ≈ 9,0 jardas | ≈ 6,8 jardas | -25% em média na liga |
| Taxa de blitz | 28–30% | 22–24% (mais pressões simuladas) | Menos blitz “verdadeiro”, mais confusão pré-snap |
| Uso de motion pré-snap | 37% das jogadas | 55% (principalmente em 1st e 2nd down) | Forçar reações defensivas e identificar coberturas |
| Rotas favoritas | “Go”, “Post”, “Corner” | “Stick”, “Mesh”, “Texas”, “Choice” | Mais espaço curto e leitura progressiva |
| Running backs na recepção | 12% dos alvos | 20% dos alvos | Volta dos RBs como válvula de escape |
| EPA/play médio (liga) | +0.08 | +0.03 | Redução na eficiência ofensiva agregada |
🎯 O que isso muda no play calling ofensivo
Os coordenadores ofensivos evoluíram também. A NFL 2025 privilegia conceitos como Flood, Stick, Mesh e Texas routes. As chamadas com múltiplas opções pós-snap aumentaram 25% desde 2022, e os running backs voltaram a ser armas aéreas primárias.
As equipes que melhor dominaram esse novo paradigma — Chiefs, Texans e Lions — são justamente as que apresentam as maiores taxas de early down success. A moral da história? Jogar “curto” é o novo “profundo”.
📉 Bloco bonus: Average Depth of Target (2022–2025)
| Quarterback | 2022 | 2023 | 2024 | 2025 (proj.) |
|---|---|---|---|---|
| Patrick Mahomes | 9.1 | 8.0 | 7.0 | 6.7 |
| Josh Allen | 9.4 | 8.5 | 7.6 | 7.1 |
| C.J. Stroud | — | 8.2 | 7.4 | 6.9 |
| Justin Herbert | 8.9 | 8.0 | 7.2 | 7.0 |
🔍 Conclusão: a paciência virou arma
O futebol americano sempre foi um jogo de território — mas em 2025, virou um jogo de controle. A capacidade de ler zonas híbridas, ajustar proteções e aceitar o ganho curto define quem vence. Mahomes mostrou o caminho; Stroud confirma a tendência.
Como diz o analista Dan Orlovsky: “Os QBs que resistirem à tentação de forçar o big play serão os que dominarão a próxima década”.
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