WNBA: quem é Stephanie Soares, brasileira que fez história no Draft 2023

Igor Ribeiro | 11/04/2023 - 15:30

Stephanie Soares vive um verdadeiro sonho. Vista como o grande nome brasileiro da próxima geração do basquete feminino, a ala-pivô fez história com a melhor posição no draft do país e vai atuar pelo Dallas Wings, da WNBA. 

Quarta escolha no recrutamento, a paulista teve trajetória difícil e precisou superar seus limites para realizar seu sonho de atuar na WNBA. Com isso, o Quinto Quarto BR relembra a caminhada de Stephanie rumo ao sucesso na carreira.  

O início de Stephanie Soares 

A primeira (e única) experiência no Brasil aconteceu, justamente, no ADC/Bradesco, de Osasco, em São Paulo. Ela foi a única atleta a passar na peneira e chamou a atenção pela longa estatura, de quase 2m, com apenas 17 anos. O destino poderia fazer com que a jogadora seguisse apenas em solos brasileiros, mas o contexto familiar possibilitou um caminho mais rápido rumo ao sonho.  

Filha da norte-americana Susan Anderson e do brasileiro Luís Rogério Soares – ambos jogaram basquete nos anos 80 -, Soares ingressou no high school e atuou na National Association of Intercollegiate Athletics (NAIA), com bolsas de estudo. Em quatro temporadas pelo Mustangs, do The Master’s University, localizada em California, a atleta sobrou na liga e foi eleita MVP em duas oportunidades. 

Montanha-russa de emoções 

Com o talento que tem, a projeção foi inevitável. Após bater recordes no Mustangs, Stephanie aceitou o desafio de competir na National College Athletics Association (NCAA), pelas cores vermelhas e amarelas do Iowa State.  

A passagem, que deveria ser dos sonhos, tornou-se rapidamente um pesadelo. No dia 8 de janeiro, enquanto competia contra o Oklahoma Sooners, Soares tentou uma cravada no aro, mas prendeu o joelho esquerdo. Ela caiu no chão, já chorando de dor. Parecia o fim, pela incerteza do que aconteceria no próximo draft – apesar da média de 14,4 pontos e 9,9 rebotes.  

O desejo de chegar ao topo – já com pensamento de chegar à WNBA com moral, fez com que Stephanie Soares não desistisse e buscasse a recuperação. Sem descanso, seguiu disposta a voltar aos bons momentos e se provar.  

A lesão no Ligamento Cruzado Anterior (LCA) foi tão grave que a jogadora não deve atuar mais na temporada 2023. Ainda assim, o sacrifício foi recompensado.  

Na última segunda-feira (10), a jogadora foi a quarta escolha no draft para o Washington Mystics, que a trocou com o Dallas Wings. Assim, ela se tornou a 14ª brasileira a competir na maior liga feminina de basquete do mundo.  

— Pura felicidade e pura gratidão. Tenho minha família comigo também. Gratidão. Agora, é chegar no Dallas e começar a trabalhar.

O futuro da Seleção Brasileira 

Apesar de ainda estar começando sua trajetória no basquete pelo mais alto nível, Stephanie Soares já tem a experiência de uma veterana – na Seleção Brasileira.  

A ala-pivô representou o país no Pré-Olímpico e Pré-Mundial, além de já ter conquistado uma edição dos Jogos Pan-Americanos – que aconteceram em Lima, no Peru, em 2019. Ela, na campanha do título, atuou por apenas 16 minutos, mas já pegou bagagem para as próximas competições.  

Estilo de jogo 

Stephanie tem a versatilidade como grande destaque em seu jogo. Prestes a completar 23 anos, a pivô impressiona pela experiência, flutua bem e possui facilidade em atuar como ala. Além disso, ela também pode atuar dos dois lados da quadra e apresenta um bom arremesso do perímetro.  

É vista, desde os tempos de ADC/Bradesco, em 2017, como uma jogadora que usufrui de seu bom atleticismo. Tamanha polivalência faz com que ela seja comparada com o sérvio Nikola Jokic, destaque do Denver Nuggets, da NBA. 

Escrito por Igor Ribeiro
Igor Ribeiro é especialista em lutas e MMA e começou a carreira na área como redator e repórter do site Super Lutas, até se tornar coordenador. Foi reporter do Quinto Quarto até julho de 2023.
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