A era dos megacontratos chegou de vez nos treinadores da NBA. Em menos de um ano, o recorde de maior vínculo assinado por um técnico na liga foi quebrado três vezes. Agora, ao menos por enquanto, a marca pertence a Erik Spoelstra, do Miami Heat. Ele renovou com a franquia da Flórida por mais oito anos e US$120 milhões (na cotação atual, cerca de R$585 milhões), cerca de US$15 milhões por temporada. Na média anual, quem recebe a maior quantia é Gregg Popvich, do San Antonio Spurs, US$16 milhões.
Na comparação com o salário dos jogadores, a distância ainda é grande. Para efeito de comparação, cinco nomes no elenco do Miami Heat têm vencimentos superiores ao de Spoelstra. Hoje, o teto de quanto cada equipe pode gastar por ano, o chamado cap space, é de aproximadamente US$136 milhões (R$665 milhões). Um aumento de mais de 100% nos últimos 10 anos, quando o limite gasto por cada time era de US$63 milhões.
Atualmente, não existe nenhuma espécie de cap space que regulamente os salários dos treinadores. Adam Silver, comissário da NBA, comentou o assunto em entrevista coletiva antes das Finais de 2023.
— Nós conseguimos negociar coletivamente com os jogadores porque eles escolheram negociar como um sindicato. Os treinadores não. Eles podem formar um sindicato e negociar acordos coletivamente, mas no mercado de técnicos os nossos times competem individualmente. É para onde o mercado nos leva — disse.
Isso faz com que nem todos os valores sejam publicamente divulgados, como ocorre no caso dos atletas. Sabe-se, por exemplo, que Michael Malone assinou uma extensão com o Denver Nuggets que o colocou entre os maiores salários da liga, mas os números não foram revelados. Apesar disso, outros dois contratos entraram para a história da liga junto de Spoelstra nos últimos meses. Confira abaixo.
Cinco técnicos mais bem pagos da NBA
Gregg Popovich (San Antônio Spurs) – US$16 milhões (R$78 milhões)
Aos 74 anos de idade, Gregg Popovich é o mais longevo e vencedor headcoach da NBA. Assumiu o comando dos Spurs em 1996-97, mas já fazia parte da comissão técnica desde 1988. No período à frente da equipe, conquistou títulos e foi eleito três vezes o treinador da temporada. É dono do maior número de vitórias na história da liga, com 1.368.
Contrato atual: US$80 milhões por 5 anos (US$16 milhões por temporada)
Tempo no cargo: 28 temporadas
Erik Spoelstra (Miami Heat) – US$15 milhões (R$73 milhões)
Rende um filme a jornada de Spoelstra em Miami. Chegou à franquia em 1998, como coordenador de vídeo e subiu de posição até se tornar treinador 10 anos mais tarde. Bicampeão em 2012 e 2013, foi também vice em três oportunidades. Em 2023, comandou o oitavo colocado à decisão do título, algo que não acontecia desde 1999.
Contrato atual: 120 milhões por 8 anos (US$15 milhões por temporada)
Tempo no cargo: 16 temporadas
Monty Williams (Detroit Pistons) – US$13.05 milhões (R$63.8 milhões)
Não se engane com o desempenho do Detroit Pistons, pior time da NBA em 2023-24. Monty Williams é um dos mais valorizados técnicos da NBA depois do que fez no Phoenix Suns, com quem chegou à final em 2021. Foi eleito o melhor treinador da temporada 2021-22 e levou o vice no ano anterior. Neste período, venceu 115 e perdeu apenas 39 jogos.
Contrato: US$78.5 milhões por 6 anos (US$13.05 por temporada)
Tempo no cargo: 1 temporada
Steve Kerr (Golden State Warriors) – US$9.5 (R$46.5 milhões)
Pentacampeão como jogador, Steve Kerr já coleciona quatro títulos como técnico. Comanda o Golden State desde a temporada 2014-15, quando foi campeão logo de cara. É dono também da maior marca de vitórias em uma única temporada, em 2015-16, quando os Warriors ganharam 73 das 82 partidas disputadas e ele levou o troféu de treinador do ano. Seu vínculo com a equipe de San Francisco termina ao final da temporada.
Contrato estimado: US$47.5 milhões por 5 anos (US$9.5 milhões por temporada)
Tempo no cargo: 10 temporadas
Rick Carlisle (Indiana Pacers) – US$7.25 milhões (R$35.5 milhões)
O veterano tem história, com um prêmio de melhor técnico da temporada em 2001-02, pelo Detroit Pistons, e o título da NBA de 2011, pelo Dallas Mavericks. Está em sua segunda passagem pelos Pacers, onde havia trabalhado entre 2003 e 2007. No seu terceiro ano de contrato, comanda o time de melhor ataque da NBA.
Contrato: US$29 milhões por 4 anos (US$7.25 milhões por temporada)
Tempo no cargo: 3 temporadas