Aproveitando o chester, a troca de presentes e a rodada especial da NBA, a coluna Lance Livre deste natal faz uma justa homenagem a um dos maiores jogadores da liga, que eternizou seu nome na história com uma atuação fora de série numa noite 25 de dezembro. Com vocês…..Bernard King!
Bernard King, ou apenas “The King” possuía um porte físico (2,01 metros, 93 kg) e uma explosão de dar inveja a qualquer um. Com uma presença incrível, o atleta era considerado um dos alas mais difíceis de serem marcados de todos os tempos. O reinado começou ainda no basquete universitário, defendendo o Tennessee Volunteers e mantendo uma média de 25,2 pontos e 13,2 rebotes por partida.
Em 1977, foi selecionado na sétima posição da primeira curiosamente pelo New Jersey Nets, um futuro algoz, e em seu ano de estreia, King teve média de 24,2 pontos por jogo, a décima melhor da liga, além de 9,5 rebotes por partida.
A carreira com os Nets acabaria cedo, já que na temporada seguinte, mesmo com bons números, a estrela mantinha problemas sérios com o álcool e acabou trocado para os Jazz. Um novo recomeço? Nada disso, atuando apenas 19 partidas, King foi negociado com o Golden State Warriors e permaneceu lá durante dois anos, recuperando as boas atuações e voltando a marcar 20 pontos de média por jogo. Mas tudo aquilo não era o suficiente para ele, King ainda estava a procura de um reino.
E foi na temporada 1982/83 que o destino uniu uma das torcidas mais apaixonadas pelo basquete, o maior templo do esporte em Nova Iorque e um verdadeiro rei, King assinou com o New York Knicks e sua carreira mudou para sempre.
Em quatro anos em Nova Iorque, Bernard quebrou recordes e reencontrou o melhor basquete da carreira. Algumas atuações como os dois jogos seguidos com 50 pontos, contra Spurs e Mavs, além de manter uma média de 34,8 pontos por jogo na pós-temporada de 1984 colocaram o nome de King em duas aparições no All-Star Game. Apesar de tudo, o atleta nunca conseguiu o sonhado título pelos Knicks.
O ápice do camisa 30 aconteceu exatamente em uma noite de natal. A temporada 1984/85 não era das melhores (12 vitórias em 30 jogos), mas a tradição e a rivalidade com o time do outro lado do rio Hudson valia muito naquele 25 de dezembro de 1984.
Naquela tarde no Madison Square Garden, o público viu um King irritadíssimo que vinha de uma temporada individual fantástica (32,9 pontos por partida), mas com um time que não correspondia a mesma intensidade.
Não precisa dizer que ele queria descontar tudo no adversário e para a sorte dos mais de 10 mil espectadores daquela tarde, Bernard entrou para a história, mesmo com a derrota de 120 a 114, anotando inacreditáveis 60 pontos (19-30 nos tiros de quadra e 22-26 nos lances-livres), tornando-se o maior cestinha dos jogos de Natal da NBA.
Infelizmente, em 23 de março de 1985, em um duelo contra os Kings, e Bernard King rompeu o ligamento cruzado anterior do joelho direito e a espetacular ascensão do mito teria de ser interrompida.
Durante dois anos, o atleta lutou para voltar as quadras, realizando tratamentos intensivos durante boa parte do dia. A recuperação só veio em 1987, mas com limitações físicas que alteraram seu jogo. A velocidade e a explosão ficaram para trás e o New York Knicks dispensou King, que acabou assinando com os Bullets. Mesmo com todos os problemas no joelho, Bernard de 35 anos se destacou na temporada 1990/1991, sendo o terceiro melhor cestinha da NBA, com média de 28,4 pontos por partida.
Ele se aposentou ao término da temporada de 1992/93 utilizando a tradicional camisa dos Nets, a qual ele foi draftado. Os números totais de Bernard foram 19655 pontos (22,5 de média), 5060 rebotes (5,8) e 2863 assistências (3,3).
Sofrendo com os problemas fora das quadras e vencendo uma lesão séria no joelho, King nunca se intimidou ao pisar numa quadra de basquete. Sua gana pela vitória continuava inabalável apesar de tudo e com isso conquistou o respeito dos maiores jogadores da liga, incluindo nomes como Julius Irving e Dominique Wilkins. “Bernard King foi o adversário mais difícil que eu já enfrentei em toda a minha carreira. Falo isso do meu coração”, disse Irving em 1993. “Eu nunca senti medo ao enfrentar Bird, Magic, Doctor ou Michael. Eu respeito e amo cada um desses caras. Mas, Bernard King é o único que realmente me assustava”, completou Dominique Wilkins em 2006.
Não foi a toa que o mestre recebeu a honra de integrar o Hall da Fama do basquete em Abril deste ano, juntamente com nomes como Gary Payton e Oscar Schmidt.
Um mestre em baixo da tabela e um leão atacando a cesta, Bernand King entrou para sempre na história da liga. Vida longa ao rei!
Confira os melhores momentos do rei em ação naquela tarde especial: