Uma frase antiga diz que os Playoffs da NBA costumam separar os homens dos meninos. Mas a realidade é que não existem verdades absolutas quando o assunto é este. Já tivemos superestrelas decepcionando em momentos decisivos e depois dando a volta por cima – como esquecer de LeBron James marcando apenas oito pontos na final contra os Mavericks? Também já vimos jogadores de pouca expressão virando gigantes – se você é mais novo, pesquise pelo que fez Leon Powe na decisão de 2008.
Fato é que as impressões deixadas nos Playoffs são sempre diferentes, sejam elas para o bem ou para o mal. O desempenho no mata-mata pode ser motivo para futuras negociações, bem como para ganhar aquela milionária extensão contratual. Em 2024, a fase eliminatória tem sido dominada por novos talentos. Abaixo, confira a lista de jogadores que decepcionaram.
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Quem decepcionou nos Playoffs da NBA em 2024
Damian Lillard
O Milwaukee Bucks ganhou ares de favorito ao título depois que conseguiu concluir a troca por Damian Lillard, desde 2012 no Portland Trail Blazers. A primteira temporada do armador ao lado de Giannis Antetokounmpo, porém, foi marcada muito mais pelas confusões da franquia do que por um bom basquete apresentado. Em janeiro, o técnico Adrian Griffin foi demitido mesmo com 30 vitórias em 43 partidas, e a situação da equipe só piorou a partir disso.
Com Doc Rivers, o time teve 17 vitórias e 19 derrotas, aproveitamento muito abaixo do conquistado com o treinador anterior. Além disso, a chegada nos Playoffs foi marcada novamente por uma lesão de Antetokounmpo, que não conseguiu entrar em quadra nenhuma vez diante do Indiana Pacers. Assim como era nos tempos de Blazers, o cenário exigia que Lillard fosse a referência técnica que levaria os Bucks à segunda rodada, mas não aconteceu.
Ele também teve suas questões físicas e ficou de fora em dois dos seis jogos – em um deles, os Bucks ganharam por 23 pontos de diferença. Lillard até teve números individuais que chamam atenção, com média de mais de 30 pontos por noite, mas o time sempre sofreu com ele em ação. Das quatro partidas que disputou, só terminou com um plus/minus positivo em uma.
Paul George
Outra história que se repetiu nos Playoffs foi a do Los Angeles Clippers. Mais uma vez Kawhi Leonard não teve condições de ajudar no mata-mata, e a responsabilidade teve de ser dividida pelas outras estrelas. Em um dos duelos, Paul George até conseguiu assumir o protagonismo e comandar a vitória com 33 pontos, mas no resto da série ele voltou a apresentar os mesmos problemas de outras temporadas.
PG chutou abaixo dos 35% em três dos seis confrontos com o Dallas Mavericks, além de ter feito apenas sete pontos em deles. Nas duas últimas partidas da série, derrotas por 30 e depois 13 pontos, a contribuição do All-Star foi de apenas 33 pontos (média de 16.5 por jogo), o que contribuiu para a eliminação precoce dos Clippers. Suas médias da fase classificatória diminuíram de 22.6ppg e 47.7% de aproveitamento para 19.5 e 41.1%.
Rui Hachimura
Hachimura foi um dos destaques na campanha do Lakers nos Playoffs do ano passado, o que fez com que a franquia renovasse seu contrato por mais três temporadas. Em 2023-24, ele foi titular 39 vezes e se estabeleceu no quinteto inicial na reta final, com uma contribuição de 13.6 pontos. Era esperado que no confronto contra o Denver Nuggets ele fosse um diferencial dos dois lados da quadra, seja pela sua capacidade de matar bolas de média e longa distância, ou pelo seu poder defensivo nas ajudas contra Nikola Jokic.
O que se viu, no entanto, foi a versão mais discreta desde que o japonês chegou a Los Angeles. Terminou a série contra Denver com apenas 7.8 pontos de média e 39.5% de conversão nos chutes de quadra. Ele só conseguiu atingir a marca de 10 pontos em uma ocasião, justamente na noite em que os Lakers foram eliminados. Não teve aproveitamentos ruins, mas destacou-se negativamente pela baixa contribuição.
Brandon Ingram
Em algum momento, Brandon Ingram merece um texto só para si. Após oito temporadas completas na NBA, é possível afirmar que o ex-jogador de Duke não virou o que se imaginava quando foi o segundo escolhido no Draft de 2016. Sua chegada a New Orleans até indicou que ele fosse dar um salto na carreira, recebendo em 2020 o troféu de MIP e também uma seleção para o All-Star, mas a superestrela que era projeta no início da carreira nunca conseguiu se firmar.
Neste ano, as questões físicas de Zion Williamson foram novamente problema na vida dos Pelicans, que chegaram aos Playoffs apostando no talento de Ingram para competir com o OKC Thunder. Em quatro jogos, ele teve médias de apenas 14.3 pontos e 34.5% nos arremessos convertidos. Do perímetro, chutou apenas 25.0. Para se ter noção da queda, ele terminou a temporada regular com médias de 20.8 pontos e aproveitamentos na casa de 49.2% e 35.5%, respectivamente.
Darius Garland
Dos nomes da nossa lista, este é o único que ainda pode dar a volta por cima. O Cleveland Cavaliers segue vivo na competição e enfrenta o Boston Celtics pelas semifinais da Conferência Leste, com placar em 2 a 1 para a equipe de Jayson Tatum e companhia. Darius Garland, é verdade, segue sendo peça muito importante dentro dos Cavs, mas bem longe de se tornar aquilo que imaginávamos há alguns anos.
Em 2022, ele foi All-Star e recebeu como prêmio o maior contrato na história da franquia, estimado em U $ 193 milhões (R$ 995 milhões, na cotação atual) por cinco temporadas. Ficou claro naquele momento que o objetivo de Cleveland era ter em seu armador um astro que pudesse carregar o time pelos anos seguintes, mas isso ainda não aconteceu.
O que se vê nesta pós-temporada é um Garland discreto na hora de atacar a cesta adversária, com o protagonismo todo nos ombros de Donovan Mitchell. No sábado, derrota dentro de casa para os Celtics, Mitchell comandou o ataque com 33 pontos, mas nenhum outro parceiro conseguiu chegar sequer a 20. Nessas horas, Garland precisa aparecer mais.