Reta final: cinco jogadores para ficar de olho na NBA

Antônio Henrique Pires Collar | 22/02/2024 - 15:51

Depois de sete dias, a temporada da NBA retorna nesta quinta-feira (22) com 12 partidas válidas pela temporada regular. Com mais da metade do calendário concluído, faltam pouco mais de 50 dias para o encerramento da fase classificatória, e as projeções daqui para frente já começam a incluir possíveis cenários para os Playoffs.

Entre jogadores e especialistas, acredita-se que o período que se inicia hoje seja o mais decisivo da competição, com equipes já aumentando a intensidade de olho nos confrontos eliminatórios. Diante disso, separei cinco nomes para você acompanhar na reta final, confira.

Cinco jogadores para ficar de olho na NBA

Jimmy Butler

Começou como brincadeira dos fãs nas redes sociais, mas Playoff Jimmy é um personagem real da NBA. As duas idas recentes do Miami Heat às finais talvez sejam a melhor representação da forma com que a principal estrela da franquia encara a temporada regular. Butler nunca esteve na corrida para o MVP e foi ao All-Star somente duas vezes nos últimos seis anos. Ainda assim, quando a hora decisiva chega, lá está ele competindo no mais alto nível. Assim como o Heat, que venceu a Conferência Leste em 2020 e 2023 mesmo tendo terminado na quinta e oitava posição, respectivamente.

O Miami Heat é o sétimo colocado e vive situação bem semelhante a 2023. No ano passado, Butler aumentou sua média de pontos de 21.7 para 25.6 após a pausa para o All-Star. Nos Playoffs, o número ficou em 26.9.

Em janeiro, o time viveu a pior sequência em 16 anos ao perder sete partidas consecutivas. Ainda antes da parada para o jogo das estrelas, no entanto, a equipe reencontrou seu basquete e venceu seis dos últimos oito compromissos. Jimmy Butler não participou dos últimos três, mas deve estar à disposição contra o New Orleans Pelicans, sexta-feira (23). Para Miami voltar a brigar por alguma coisa, o camisa 22 precisará ativar seu modo decisivo.

D’Angelo Russell

Dos cinco nomes que separei, apenas um não é uma estrela. Ainda assim, D’Angelo Russell é a peça de apoio mais importante dentro do vestiário do Los Angeles Lakers, nono colocado do Oeste. Ele foi a razão para Rob Pelinka não ter explorado o mercado em busca de trocas antes da trade deadline, mas agora precisará confirmar que a boa fase vivida recentemente é sustentável.

Desde que reassumiu a condição de titular, D’Lo teve 23.4 pontos de média em 16 partidas. Foi fundamental do perímetro, com 4.0 bolas de 3 pontos por noite, em um aproveitamento de 46% – aparece entre os cinco melhores nos dois quesitos. Além da liberdade para ser agressivo, Russell também tem mostrado qualidade como facilitador, anotando 14 assistências contra os Celtics e 17 diante do Utah Jazz, jogos em que LeBron James foi desfalque e ele precisou ser o armador primário em mais posses.

As últimas rodadas da temporada regular serão para o Lakers tentar ganhar posições e quem sabe garantir um lugar entre os seis primeiros colocados. Para isso, D’Angelo Russell terá de se manter como uma terceira opção consistente no ataque de LA, algo que LeBron e Anthony Davis ainda não tiveram.

Stephen Curry

Se no passado houve quem criticasse Stephen Curry por formar uma “panela” no Golden State Warriors, hoje ele restou como salvador da pátria. Ainda que Klay Thompson e Draymond Green sigam na equipe, os dois nem de longe conseguem repetir as performances da era vencedora desta geração, sobretudo entre 2015 e 2019. Ainda assim, Stephen Curry.

O armador segue jogando em alto nível e, se não é mais o mesmo de quando venceu o MVP de forma unânime, continua sendo o melhor arremessador do planeta. Nos últimos 15 jogos, o armador somou 31.9 pontos de média com incríveis 6.3 bolas de 3 pontos por jogo (49.2% de aproveitamento). No período, teve partidas de 60, 46, 42 e 41 pontos.

Com mudanças na rotação, Golden State venceu oito das 10 partidas antes da parada e segue correndo atrás do prejuízo. Atualmente o time é o 10º colocado, posição que daria direito ao Play-in, com os dois possíveis jogos sendo realizados fora de casa. Um lugar direto na pós-temporada ainda parece distante – são 5 jogos atrás dos Pelicans – mas Stephen Curry tentará ao menos melhorar sua posição entre os quatro que jogam a repescagem.

Zion Williamson

Muita calma nesta hora, mas devemos ter Zion Williamson disputando sua primeira pós-temporada desde que chegou à NBA. As recorrente lesões, os problemas com o peso e o surgimento de novos jovens fenômenos diminuíram as expectativas sobre o ex-Duke, mas não esqueça que estamos falando de uma das maiores promessas do basquete norte-americano no século.

Depois de perder toda a temporada 2021-22 e fazer apenas 29 jogos na seguinte, ele parece estar em um dos seus melhores momentos fisicamente. Já são 44 jogos para ele, que ficou de fora de 11 e não apresentou nenhum problema de maior gravidade. Seus números são os menos expressivos desde que chegou à liga: 22.4 pontos em cerca de 30 minutos que fica em quadra, mas segue com uma eficiência próxima dos 60%.

A seu favor, Zion joga em um time equilibrado e muito bem treinado por Willie Green. No ataque, Brandon Ingram e CJ McCollum aliviam bastante a responsabilidade do ala-pivô. O New Orleans Pelicans é o sexto na tabela de classificação, com a mesma campanha do Phoenix Suns (33 vitórias, 22 derrotas). Os jogos importantes estão finalmente chegando na carreira de Zion Williamson, resta ver como ele se sairá.

Donovan Mitchell

Mitchell apareceu em oitavo na última corrida para MVP divulgada pela NBA, mas bem que poderia estar melhor colocado. Depois da eliminação frustante nos Playoffs do ano passado, derrota por 4 a 1 para o New York Knicks, o Cleveland Cavaliers chegou à temporada cheio de desconfianças. As coisas não começaram bem, mas o ponto de virada se deu justamente quando parecia que a equipe iria ruir. Sem Darius Garland e Evan Mobley, lesionados, Donovan Mitchell colocou os Cavs nas costas e não parou mais de ganhar.

Sem o armador e o ala-pivô titulares, Spida comandou Cleveland em 14 vitórias de 19 possíveis. Ninguém na NBA ganhou mais do que a equipe de Ohio em 2024, com 18 vitórias e somente 3 derrotas. Nas últimas 10 apresentações, ganhou nove vezes. E o ataque é todo dele, que lidera em pontos (28.4) e assistências (6.3).

Após apresentar um desempenho abaixo do esperado na série contra os Knicks (baixou de 28.3 para 23.2 pontos de média), ele tenta recuperar a moral que tinha nos tempos de Utah. Pelos Jazz, Mitchell ainda novato liderou a equipe que eliminou OKC de Russell Westbrook, Paul George e Carmelo Anthony em 2018. Em 2020, teve dois jogos acima 50 pontos na série contra o Denver Nuggets.

Com o Cleveland Cavaliers na segunda posição da Conferência Leste, Donovan Mitchell tenta ser o primeiro atleta neste século a comandar os Cavs à segunda rodada dos Playoffs.

 

Escrito por Antônio Henrique Pires Collar
Formado em jornalismo pela PUCRS e em Basketball Analytics pela Sports Management Worldwide. Com passagem de 6 anos e meio pela editoria de Esportes do jornal Zero Hora e do portal GZH, de Porto Alegre.