Demoramos, mas chegamos. Aqui está o nosso guia para o NBA Draft 2020, que irá acontecer no dia 18 de novembro de 2020, meses depois do normal, por um tal de vírus. Em um ano tão atípico é interessante notar como este Draft da NBA é completamente esquisito: não só não temos um jogador inegável – como Zion, Ben Simmons, Karl-Anthony Towns, Anthony Davis – como parece não existir uma mísera certeza ou jogador que chega com status de franchise player.
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Mas isso não seria algo completamente estranho ter um bust ou outro no top 5, afinal isso acontece todos os anos. O bizarro neste NBA Draft 2020 é que não temos a mínima ideia nem de quem é bom. LaMelo Ball, por exemplo, tem uma visão de jogo similar à de Lonzo Ball, mas é ainda mais alto. Isso é suficiente para dar certo? Lonzo foi a segunda escolha de Draft há três anos e até agora ninguém morreu de amores por ele. É um jogador que está no limiar entre titular e reserva.
Além disso, LaMelo é talvez o maior prejudicado pela “escola de pensamento LaVar Ball”. Lonzo ainda jogou um ano por UCLA e teve uma carreira até os profissionais mais estável, mas LaMelo passou pela Lituânia, está na Austrália e jogou em uma liga criada por LaVar nos Estados Unidos que só teve uma temporada de duração. Mesmo que ele tenha personalidade, LaMelo vai entrar na NBA nunca tendo participado de um grupo onde ele era mais um. Ele sempre foi a “estrela” logo de cara e o filho do pai maluco.
Quem que vai encarar esse risco? Veremos.
Escolhas do NBA Draft 2020
1ª escolha – Minnesota Timberwolves – Anthony Edwards (guard)
Armadores na NBA atual são fundamentais, especialmente os que conseguem pontuar, arremessar de 3, marcar bem e ir para a linha de lance livre. Anthony Edwards faz tudo isso. Com um corpo pronto para a NBA, ele pode ter impacto desde o primeiro dia, apesar de não ter os arremessos à la James Harden de forma tão fácil como no vídeo abaixo. Ver ele em Minnesota com D’Angelo Russell será bastante interessante, já que ambos podem jogar sem a bola estar constantemente em suas mãos.
2ª escolha – Golden State Warriors – James Wiseman (big)
Não fosse pelos três jogos na universidade, Wiseman provavelmente seria o número um inquestionável. Uma lesão no ombro e uma suspensão por violação das regras da NCAA deixaram sua carreira em Memphis com um sabor amargo. Mas para quem era o principal talento do país no ensino médio, ainda há muito a aproveitar. Como um 5 moderno ele poderá jogar logo de cara em qualquer equipe, já que tem 2,18 m, mas enorme velocidade e um corpo já desenvolvido.
Ainda há questões a serem trabalhadas – ele não é Karl-Anthony Towns e Porzingis, portanto nada de arremessos de 3 no começo. Sua defesa também ganhou algumas críticas. Com Steve Kerr, Draymond Green e toda a cultura de Golden State, ele pode desenvolver seu jogo sem precisar apressar os processos.
3ª escolha – Charlotte Hornets – LaMelo Ball (guard)
Quando LaVar Ball e sua trupe surgiram para o mundo, todos falavam em Lonzo e sua visão de jogo, como LiAngelo não parecia nada demais e que talvez o mais novo, LaMelo, fosse o melhor. Aqui estamos. Foi uma longa jornada pelas emoções de todos os envolvidos com basquete, especialmente o jogador, que passou pela Lituânia, Austrália, não jogou na NCAA e entra no Draft podendo ser a primeira escolha geral ou cair para fora do top 3.
Assim como era com Lonzo, a visão de jogo e passe é o ponto de destaque de LaMelo. Sua capacidade perto da cesta para pontuar é excelente, mas mesmo que ele acerte arremessos de longa distância, sua mecânica (novamente, mesmo problema de seu irmão) pode ser um problema. Em um Draft tão esquisito como este, Ball é um prospecto para topo de Draft porque ele pode evoluir muito se assim quiser. Alto para um armador, boa visão de jogo e a possibilidade de ser um pontuador competente pode ser um pacote difícil de recusar. Mas o fato dele nunca ter sido mais uma peça da engrenagem e sim alguém que chegou nos times sendo o filho de LaVar pode dificultar sua maturidade na liga.
Agora podemos ver LaVar Ball e Michael Jordan no um contra um?
4ª escolha – Chicago Bulls – Patrick Williams (ala)
Muita versatilidade e disposição em quadra. Durante seu único ano em Florida State, o ala Williams sempre veio do banco dando ritmo para a equipe nos dois lados da quadra. Suas principais qualidades são o tamanho (2,03 m de altura e 2,10 m de envergadura), chutes de média e longa distância, a marcação sempre visando roubar a bola adversária e a noção de espaço sem a bola nas mãos.
Contudo, ele terá que lidar com sua inconstância: procura demais a bola e até se afoba muito ou nem parece estar em quadra. Williams chegará muito cru na NBA e precisará de tempo para se adaptar. Com Billy Donovan ele terá um treinador que ensinará o caminho das pedras. Mas a pressão em Chicago para vencer pode afetar o desenvolvimento dele e do resto do jovem elenco.
5ª escolha – Cleveland Cavaliers – Isaac Okoro (ala)
O ala só não será escolhido nas três primeiras posições do draft porque a NBA quer jogadores que tenham destaque no ataque, mesmo que sejam fracos na defesa. Okoro é, de longe, o melhor defensor disponível. Ele se impõe fisicamente (1,98 m e 102 kg) e tem habilidade para se posicionar contra adversários menores e até maiores.
Mas sua mecânica de arremesso deixa a desejar, não é driblador, tem explosão, mas não é muito de infiltrar em velocidade no garrafão. Muitos entendem que dá para melhorar defensivamente com muito treinamento, mas meter bola e se tornar um bom chutador é mais complicado na liga. Com uma dupla de armadores jovens e Kevin Love, Okoro não terá problema para achar sua vaga.
6ª escolha – Atlanta Hawks – Onyeka Okongwu (big)
Os Hawks têm problemas na defesa e Okongwu pode ser a rolha nesse vazamento. Apesar de não ser gigante (2,06 m), ele é excelente na defesa, pegando rebotes, dando tocos e sendo a âncora defensiva de uma equipe que precisa desesperadamente de um jogador assim. Ofensivamente ele é limitado, mas pode evoluir e terá companhias para não exigir que o calouro chegue para entregar 15 pontos por jogo. Deixa as cestas para Trae Young.
7ª escolha – Detroit Pistons – Killian Hayes (guard)
Filho de jogador de basquete americano e nascido na Flórida, Hayes foi para a França quando criança. Ele fez sua formação no país europeu e foi ganhando espaço ainda jovem. Bom defensor (evolui muito no quesito), melhor ainda no ataque, ele chega em uma franquia que precisa desesperadamente de qualquer ajuda, especialmente um playmaker como Hayes. Navegar no pick n roll é importante e o calouro saberá fazer isso para os Pistons. Se melhorar na bola de três, pode chegar longe.
8ª escolha – New York Knicks – Obi Toppin (ala-pivô)
É uma certeza que iremos ver enterradas brutais de Obi Toppin na NBA. Uma ala de força e explosão, com 2,03 m de altura e 100 kg. Majoritariamente, ele é um pontuador de dentro do garrafão, mas que também sai na linha de três pontos e mete suas bolinhas. Adora um contato e sabe se desvencilhar da marcação e finalizar.
Só que não basta jogar no ataque, é preciso defender. Falta disposição para marcar, faz o básico na defesa e deixa muito a desejar. Mas em Nova York sempre é bom ter um jogador que fica bem na foto e nos vídeos enterrando em todo mundo.
9ª escolha – Washington Wizards – Deni Avdija (ala)
Olhar para a Europa quando os prospectos americanos não emocionam é uma estratégia de anos dos GMs mais competentes. E Deni Avdija podia ser selecionado já na quarta posição pelo Chicago Bulls segundo vários mock drafts. Alas são uma commodity de valor e o israelense tem capacidade para ser um playmaker que sabe defender jogadores de perímetro rivais. No fim ele caiu até a nona posição e uma equipe com John Wall e Bradley Beal aceita um ala como Avdija de bom grado.
Ainda falta para ser um 3 and D da NBA. Assim como Kristaps Porzingis e muitos outros jovens europeus, vai precisar muita caloria e musculação para ter o condicionamento necessário da liga e seu arremesso precisa ser trabalhado.
10ª escolha – Phoenix Suns – Jalen Smith (ala-pivô)
É um big moderno que os Suns conseguem com Jalen Smith, que pode se impor embaixo da cesta, dar tocos, mas também consegue arremessar de três e vai ser um excelente companheiro de pick n’ roll com Chris Paul. A dupla com Deandre Ayton será difícil de marcar em uma NBA cada vez mais baixa.
11ª escolha – San Antonio Spurs – Devin Vassell (guard)
Os Spurs podem não escolher os mais famosos, mas adoram selecionar alguém que sabe fazer tudo. Vassell é um excelente marcador e um bom pontuador, arremessando de três, roubando bolas e até dando tocos. Para a sequência de DeMar DeRozan, que tem apenas mais um ano de contrato, Vassell chega para provavelmente vir do banco e aos poucos assumir o backcourt.
12ª escolha – Sacramento Kings – Tyrese Haliburton (guard)
Um basqueteiro de primeira. Muito controle de bola, ótimo passador, joga no seu tempo e sempre pega os marcadores desprevenidos. Uma calma invejável com a bola nas mãos. Haliburton, após dois anos em Iowa State, é um dos mais preparados para jogar na NBA. O armador, de 2,03 m, é um criador de jogadas. Mas ele precisa melhorar sua mecânica de arremesso, que é bem estranha. Há espaço para evoluir e ele já mostrou que tem capacidade para isso em Iowa State, onde saiu de seis pontos de média no primeiro ano para 15 por partida no segundo ano. Com De’Aaron Fox ao lado, o backcourt pode ser bem interessante.
13ª escolha – New Orleans Pelicans – Kira Lewis (guard)
Agora sem Jrue Holiday, abriu um buraco na armação dos Pelicans. E Kira Lewis vai tentar preencher esse buraco com uma velocidade enorme. Os Pelicans jogam em um ritmo insano há algum tempo e com Lonzo, Lewis, Ingram e Williamson, o time será rápido e explosivo.
14ª escolha – Boston Celtics – Aaron Nesmith (ala)
É um arremessador. Depois de supostamente estar muito interessado em Tyler Herro e ver ele sair uma posição antes para o Miami Heat, os Celtics não tinham uma necessidade gigante que podia ser resolvida com um calouro, mas ter mais um arremessador é algo que nunca se recusa. Pontuador com 52% atrás da linha de três, ele não será titular, mas é uma ótima peça vindo do banco para os Celtics.
15ª escolha – Orlando Magic – Cole Anthony
Filho de Greg Anthony, com Spike Lee na sua festa do Draft, sem dúvidas a festa de Cole Anthony foi a mais chamativa no Draft da NBA 2020. Ele chega em uma situação que é completamente indefinida, com vários jogadores de frontcourt e a necessidade de um armador jovem, que sabe pontuar. Esta aí a justificativa.
Spike Lee is pumped & jacked for Cole Anthony pic.twitter.com/9rVt9d2f5Y
— The Ringer (@ringer) November 19, 2020
16ª escolha – Detroit Pistons (troca com o Portland Trail Blazers) – Isaiah Stewart (big)
17ª escolha – Minnesota Timberwolves – Aleksej Pokusevski (ala-pivô)
18ª escolha – Dallas Mavericks – Josh Green (guard)
19ª escolha – Brooklyn Nets – Saddiq Bey (ala)
20ª escolha – Miami Heat – Precious Achiuwa (ala-pivô)
21ª escolha – Philadelphia 76ers – Tyrese Maxey (guard)
22ª escolha – Denver Nuggets – Zeke Nnaji (big)
23ª escolha – New York Knicks – Leandro Bolmaro (ala)
24ª escolha – Milwaukee Bucks – R.J. Hampton (guard)
25ª escolha – Oklahoma City Thunder – Immanuel Quickley (guard)
26ª escolha – Boston Celtics – Payton Pritchard (guard)
27ª escolha – Utah Jazz – Udoka Azubuike (big)
28ª escolha – Los Angeles Lakers – Jaden McDaniels (ala)
29ª escolha – Toronto Raptors – Malachi Flynn (guard)
30ª escolha – Boston Celtics – Desmond Bane (guard)
Segunda rodada do Draft NBA 2020
31ª escolha – Dallas Mavericks – Tyrell Terry (guard)
32ª escolha – Charlotte Hornets – Vernon Carey Jr. (ala-pivô)
33ª escolha – Minnesota Timberwolves – Daniel Oturu (big)
34ª escolha – Philadelphia 76ers – Theo Maledon (guard)
35ª escolha – Sacramento Kings – Xavier Tillman (ala-pivô)
36ª escolha – Philadelphia 76ers – Tyler Bey (ala)
37ª escolha – Washington Wizards – Vit Krejci (guard)
38ª escolha – Utah Jazz – Saben Lee (guard)
39ª escolha – New Orleans Pelicans – Elijah Hughes (guard)
40ª escolha – Memphis Grizzlies – Robert Woodard (ala)
41ª escolha – San Antonio Spurs – Tre Jones (guard)
42ª escolha – New Orleans Pelicans – Nick Richards (big)
43ª escolha – Sacramento Kings – Jahmi’us Ramsey (guard)
44ª escolha – Chicago Bulls – Marko Simonovic (big)
45ª escolha – Milwaukee Bucks – Jordan Nwora (ala-pivô)
46ª escolha – Portland Trail Blazers – CJ Elleby (ala)
47ª escolha – Boston Celtics – Yam Madar (guard)
48ª escolha – Golden State Warriors – Nico Mannion (guard)
49ª escolha – Philadelphia 76ers – Isaiah Joe (ala)
50ª escolha – Atlanta Hawks – Skylar Mars (guard)
51ª escolha – Golden State Warriors – Justinian Jessup (guard)
52ª escolha – Sacramento Kings – Kenyon Martin Jr. (ala)
53ª escolha – Oklahoma City Thunder – Cassius Winston (guard)
54ª escolha – Indiana Pacers – Cassius Stanley (guard)
55ª escolha – Brooklyn Nets – Jay Scrubb (guard)
56ª escolha – Charlotte Hornets – Grant Riller (guard)
57ª escolha – Los Angeles Clippers – Reggie Perry (big)
58ª escolha – Philadelphia 76ers – Paul Reed (ala-pivô)
59ª escolha – Toronto Raptors – Jalen Harris (guard)
60ª escolha – New Orleans Pelicans – Sam Merrill (guard)