O NBA Draft é promessa de entretenimento e emoção, com os times escolhendo jovens promissores para entrarem na liga. Ao longo da história, muitos busts (fracassos) e steals (roubos) marcaram as páginas do basquete.
De seleções altas que se mostraram frustradas a acertos inesperados de jogadores da parte de baixo que brilharam nas quadras, o evento é um dos momentos mais aguardados da temporada. A posição de escolha de cada atleta também promete acompanhá-lo ao longo de sua carreira e servir como critério de avaliação de seu desempenho.
VEJA TAMBÉM
+ NBA Draft: saiba qual é a ordem dos times na seleção de calouros
+ Quanto ganha um novato na NBA? Salário dos jovens vai te surpreender
Às vésperas do Draft da NBA de 2023, relembramos grandes ‘roubos’ — jogadores escolhidos fora das primeiras posições que se superaram e brilharam na liga — da história do evento.
Maiores roubos no top-20 do NBA Draft
Klay Thompson – 11ª escolha (2011)
O astro do Golden State Warriors entrou na liga na primeira rodada, mas fora do top-10. Thompson foi chamado depois de nomes como Derrick Williams, Enes Kanter, Tristan Thompson, Jan Vesely e Jimmer Fredette. Depois de ser “rejeitado” por nove franquias, ele fez história na NBA com quatro títulos conquistados e cinco seleções para o All-Star Game.
Karl Malone – 13ª escolha (1985)
Duas vezes MVP da NBA, Karl Malone é uma lenda da liga, mas foi selecionado somente na 13ª posição do Draft de 1985, pelo Utah Jazz. Antes de seu nome sair do quadro, jogadores como Benoit Benjamin, Jon Koncak e Keith Lee foram chamados no evento. No total, 12 equipes tiveram a oportunidade de trazer Malone, mas passaram essa chance e acabaram tendo que ver o ala-pivô dominar a liga e ser 14 vezes selecionado para o All-Star Game, além de outras 11 para o primeiro time All-NBA.
Kobe Bryant – 13ª escolha (1996)
No Draft que teve Allen Iverson como primeira escolha geral, outros 12 jogadores foram selecionados antes da lenda Kobe Bryant. Entre os atletas chamados à frente do Black Mamba estão Kerry Kittles, Erick Dampier e Vitaly Potapenko, nomes de pouco brilho na liga. Ao contrário deles, a 13ª escolha terminou uma carreira sensacional com cinco títulos, um prêmio de MVP, 18 seleções para o All-Star Game e 11 nomeações para o primeiro time All-NBA.
Donovan Mitchell – 13ª escolha (2017)
Embora o Draft de 2017 tenha trazido para a NBA grandes nomes como Jayson Tatum e Lauri Markkanen, algumas equipes com certeza se arrependem por não terem selecionado Donovan Mitchell, que acabou saindo do quadro só na 13ª posição. Quatro vezes All-Star e selecionado para o segundo time All-NBA em 2023, o ala-armador se coloca, a cada temporada, como um dos grandes nomes de sua posição na liga, apesar de ter sido preterido por Josh Jackson, Jonathan Isaac, Dennis Smith Jr. e outros nomes de pouco destaque nos dias atuais.
Steve Nash – 15ª escolha (1996)
Duas posições abaixo de Kobe Bryant, no Draft de 1996, Steve Nash foi selecionado pelo Phoenix Suns. E a franquia só pode valorizar essa decisão, pois o astro acabou se provando um enorme acerto, com dois títulos de MVP, oito seleções para o All-Star Game e três para o primeiro time All-NBA.
Kawhi Leonard – 15ª escolha (2011)
Kawhi Leonard aguardou, junto a Klay Thompson, que seu nome fosse chamado no top-10 do Draft de 2011, mas sem sucesso. O bicampeão da NBA foi selecionado somente com a 15ª escolha, atrás de jogadores como Brandon Knight e Alec Burks. Kawhi venceu títulos com os Spurs e os Raptors, sendo MVP de ambas as decisões, e acumula cinco seleções para o All-Star Game, duas eleições ao primeiro time All-NBA e dois prêmios de defensor do ano.
Giannis Antetokounmpo – 15ª escolha (2013)
Você sabia que o gigante grego só foi escolhido depois de outros 14 jogadores no Draft de 2013? Giannis esperou um bom tempo até ter seu nome chamado e, enquanto aguardava, viu times tomarem decisões que se provaram questionáveis, como Anthony Bennett — primeira escolha geral pelos Cavs —, Ben McLemore e Shabazz Muhammad. Antetokounmpo foi para os Bucks em 15º e já se consagrou como um dos maiores nomes atuais da NBA: ele tem um título, dois prêmios de MVP, sete seleções para o All-Star e mais cinco para o primeiro time All-NBA.
John Stockton – 16ª escolha (1984)
Escolhido na 16ª posição do Draft de 1984, John Stockton parece ter usado o fato como motivação para ter uma carreira sensacional na NBA. Apesar de nunca ter conquistado um título, o armador somou 10 seleções para o All-Star Game e duas para o primeiro time All-NBA ao longo de seus 19 anos na liga. Mesmo com tanto tempo em ação, sua média de assistências por jogo, ao final da carreira, foi de 10,5.
Joe Dumars – 18ª escolha (1985)
Em um Draft que teve Jon Koncak e Joe Kleine no top-10 e Uwe Blab como 17º — todos considerados busts —, Joe Dumars acabou selecionado com a 18ª escolha, pelo Detroit Pistons. Ele recompensou a equipe fazendo carreira por lá, sem jamais vestir outra camisa, e se sagrando campeão da NBA duas vezes. MVP das Finais em 1989 e seis vezes All-Star, foi um grande defensor e teve sua camisa 4 aposentada pelos Pistons.
Maiores roubos após a 20ª escolha do Draft da NBA
Alex English – 23ª escolha (1976)
Lenda do Denver Nuggets, Alex English teve a maior média de pontos por partida de toda a NBA na temporada 1982-83 e viu sua camisa número 2 ser aposetada pela equipe após o fim da carreira. Selecionado com a 23ª escolha, atrás de nomes como Chuckie Williams e Norm Cook, o astro acumulou oito seleções para o All-Star Game ao longo de sua grande trajetória nas quadras de basquete dos Estados Unidos.
Dennis Rodman – 27ª escolha (1986)
Possivelmente o maior “reboteiro” da história da NBA, Dennis Rodman fez história no Chicago Bulls ao lado de Michael Jordan e Scottie Pippen. Ele é um dos poucos jogadores que pode se gabar de ter conquistado cinco títulos na liga — com duas seleções para o All-Star e dois prêmios de defensor do ano no período. Força brutal no garrafão e sempre polêmico, o pivô não foi sequer selecionado na primeira rodada do Draft e só teve seu nome chamado na 27ª posição, pelo Detroit Pistons.
Rudy Gobert – 27ª escolha (2013)
O francês Rudy Gobert foi selecionado só no final da primeira rodada do Draft de 2013, considerado um dos piores da história da NBA. Poucos nomes de destaque entraram na liga naquele ano, e ainda assim o pivô, três vezes vencedor do prêmio de defensor do ano, demorou a sair do quadro. O jogador também tem três seleções para o All-Star Game.
Pascal Siakam – 27ª escolha (2016)
Enquanto Dragan Bender e Marquese Chriss saíram no top-10, Siakam precisou aguardar até o fim da primeira rodada para ter seu nome chamado com a 27ª escolha. Antes dele, muitas outras escolhas questionáveis foram feitas, mas a decisão dos Raptors se mostrou muito correta, já que o camaronês alcançou a glória com um título, em 2019, e duas seleções para o All-Star Game. Ele também foi premiado como o jogador que mais evoluiu na liga no ano da taça.
Tony Parker – 28ª escolha (2001)
Antes de chegar à NBA e conquistar quatro títulos, com seis seleções para o All-Star, e ter sua camisa aposentada pelos Spurs, Tony Parker precisou esperar por um longo tempo até sair do quadro do Draft em 2001. A primeira escolha daquele ano, Kwame Brown, já foi uma decepção. E depois dele, alguns outros atletas ficaram devendo quando tiveram que mostrar serviço em quadra. Mas a 28ª escolha superou todas as expectativas e fez parte de uma dinastia em San Antonio.
Jimmy Butler – 30ª escolha (2011)
O Draft de 2011 da NBA foi realmente marcante. Além dos já citados “roubos” de Klay Thompson (11º) e Kawhi Leonard (15º) , o evento é muito lembrado pela última seleção da primeira rodada: Jimmy Butler. O astro do Miami Heat foi inicialmente escolhido pelo Chicago Bulls e se consagrou como um dos principais nomes da liga atualmente. Presente em duas decisões e MVP das Finais do Leste em 2023, ele soma também seis seleções para o All-Star Game.
Gilbert Arenas – 31ª escolha (2001)
Arenas foi uma escolha de segunda rodada do Draft de 2001. Depois de ver 30 jogadores selecionados à sua frente, o armador acabou se tornando um nome importante, com três seleções para o All-Star Game e um prêmio de jogador que mais evoluiu na liga, conquistado em 2003. Na carreira, sua média por partida foi de 20,7 pontos.
Draymond Green – 35ª escolha (2012)
Antes de se tornar um dos grandes ícones da NBA, Draymond Green foi uma escolha de segunda rodada no Draft de 2012. Ele viria a se tornar tetracampeão da liga e conquistar o prêmio de defensor do ano uma vez, enquanto jogadores como Andrew Nicholson, Jared Sullinger e Jared Cunningham, selecionados à sua frente, sequer estão atuando nos Estados Unidos hoje.
Nikola Jokic – 41ª escolha (2014)
MVP das Finais e campeão da temporada 2022-23 da NBA, o sérvio é um dos grandes casos de erros (de quem não o escolheu) e acerto (no caso do Denver Nuggets) da história do Draft. A história, inclusive, é curiosa: o anúncio da escolha de Jokic foi feito durante o intervalo comercial na transmissão do evento. Depois de chegar aos Estados Unidos com pouco hype, ele evoluiu e se tornou um dos pivôs mais revolucionários já vistos nas quadras. Seus números falam por si só: dois prêmios de MVP, cinco seleções ao All-Star e três eleições para o primeiro time All-NBA. Tudo isso depois de 40 escolhas.
Marc Gasol – 48º escolha (2007)
O Draft de 2007, que trouxe para a NBA Kevin Durant, Al Horford, Mike Conley e Tiago Splitter, reservou para a segunda rodada a escolha do espanhol Marc Gasol. Ele acabou se tornando campeão da liga em 2019, além de somar uma seleção para o primeiro time All-NBA e três eleições para o All-Star Game. Também foi defensor do ano em 2013 e fez história pela seleção de seu país.
Manu Ginóbili – 57ª escolha (1999)
Um dos maiores estrangeiros da história da NBA entrou como um mero desconhecido na penúltima posição da segunda rodada do Draft de 1999. No total, o argentino somou quatro títulos, duas seleções para o All-Star, um prêmio de sexto homem do ano e teve sua camisa, a número 20, aposentada pelos Spurs. Uma bela história para alguém que chegou desacreditado e com pouca expectativa, na 57ª escolha.
Bill Laimbeer – 65ª escolha (1979)
Na época em que o Draft da NBA ainda tinha mais de duas rodadas, uma lenda da liga trilhou o caminho para uma carreira brilhante partindo da modesta 65ª posição. Escolhido na terceira rodada de 1979, Laimbeer defendeu os Cavs e os Pistons e conquistou dois títulos, assim como quatro seleções para o All-Star. Líder de rebotes na temporada 1985-86, ele teve a camisa 40 aposentada por Detroit.